Pesquisar neste blogue

quarta-feira, julho 27, 2005

"The European Dream"

O chamado “Sonho Americano” deixou de ser o sonho da Humanidade em geral.
Em “O Sonho Europeu” (ainda não traduzido entre nós), Jeremy Rifkin desconstrói o mito de que os europeus terão de adoptar o modelo americano ou perecer como potência com influência mundial, ou seja, trata-se no interesse dos próprios Estados Unidos como superpotência, de nos impôr a todos o modelo imperialista “live-to-work” (Viver para Trabalhar) em detrimento do modelo da velha Europa social humanista onde se trabalha para viver (Work-to-Live), uma vez que, na estratégia da nova óptica de dominação anglo-saxónica, seria (é) insustentável o igual desenvolvimento de todos aquém e além Atlântico sem pôr em causa o “estatuto de vida consumista americano”, ao qual a Europa como Unidade Politica se vinha a impôr como sério concorrente.
Nestes tempos tumultuosos a estratégia visível que transparece com epicentro na Grã-Bretanha, é a todos os níveis a de destruir essa concorrência.

O desafio europeu de Rifkin, em face do inevitável declínio do Império, ilumina-nos o caminho para uma nova Idade de Inclusão Social, Diversidade Politica, Qualidade de Vida, Sustentabilidade, Direitos Humanos, Direitos da Natureza e Paz generalizada em todo o Planeta.
É este o “Sonho Europeu” que passou a ser o sonho da Humanidade em geral.
Estamos portanto longe do “Fim da História” de Fukuyama, cujo conteúdo Jeremy Rifkin, ao equacionar esta problemática, torna profundamente obsoleto, além de ser vísivel a evidência de que os Europeus jamais aceitarão a ausência de protecção social própria do sistema americano.
A estas considerações subsistirão porém, infelizmente, os alucinados incondicionais pró-modelo-americano, que não se deram ainda conta que o sonho virou pesadelo.
Senão atente-se no excelente artigo “a América em Números - Nº1?” de Michael Ventura publicado no “Austin Chronicle” em 16/6/2005 (original aqui)
Diz ele:
“Nenhum conceito engana de forma tão firmemente o nosso carácter nacional como a noção de que os Estados Unidos são o Nº1. Se alguem afirmar o contrário é certo que se suicida politicamente. Aliás se alguem o fizer passa a ser marcado pelo ferrete de anti-americano. Somos um Império, não somos?, concerteza que somos!.
Um Império sem base de Produção. Um Império que precisa pedir emprestado US$2 biliões de dólares por dia aos seus competidores para poder funcionar. Apesar da desilusão que possam sentir observem bem o país em que vivemos:
- Os Estados Unidos, na lista de países, estão em 49º lugar em Literacia
- Entre 40 paises ocupam o 28º lugar em Matemática
- 20% de americanos pensam que o Sol anda à volta da Terra.
- Os nossos trabalhadores são tão básicos nas suas habilitações primárias que os Empregadores precisam de gastar US$30 biliões por ano em acções de formação de recurso.
- Os graduados estrangeiros nas nossas Universidades deminuiram 28% o ano passado, ao mesmo tempo que aumentaram na Europa e na China.
- a Organização Mundial de Saúde coloca os EUA em 37ª posição na prestação de cuidados médicos. A ironia é que somos os que gastamos mais per capita em Saúde. A falta de seguro de saúde mata todos os anos 18 mil pessoas desnecessariamente.
- a Pobreza infantil coloca os Estados Unidos em 22º lugar entre os países desenvolvidos, atrás do México (desculpem-nos, o México é um país desenvolvido?)
- 12 milhões de famílias lutam na fronteira da pobreza para se conseguirem auto-alimentar, e 3,9 milhões passam declaradamente fome.
- 41º lugar no Mundo em Mortalidade Infantil, bem atrás de Cuba que tem uma das menores taxas mundiais.
- As mulheres morrem mais 70% de parto, do que na Europa.
- A maior causa de morte de mulheres grávidas nos EUA é o assassínio.
- Os americanos trabalham o maior número de horas por ano, entre todos os países industrializados.
- 61 Companhias das 140 maiores no ranking de 500 (Fortune) são europeias e apenas 50 são americanas.Em produtividade as 50 melhores são todas europeias.
- 14 dos 20 maiores Bancos são europeus.
- Na Indústria Química a líder mundial BASF e outras 3 Empresas de topo são europeias.
- Em Engenharia e Construção 3 das 6 maiores são europeias
- Na Alimentação a Nestlé e a Unilever são as duas maiores e no Retalho do Top-Tem apenas 4 são americanas.
- Ao EUA perderam 1,3 milhões de empregos só nos que foram deslocalizados para a China em 2004.
- Os Empregadores eliminaram 1 milhão de empregos no ano passado.
- 3,6 milhões de desempregados não tinham subsidio de desemprego no ano passado.
- 1,8 milhões (1 em cada 5) estavam desempregados à mais de 6 meses.
- China, Japão Taiwan e Coreia do Sul detinham 40% dos fundos da Dívida só do Governo USA.
- A China está a sustentar a continuação do crescimento da bolha Imobiliária, através de Investimentos concertados, por forma a que estes valores possam ser trocados pelas quinquilharias que fabricam.
- O Brasil ultrapassará brevemente os EUA como o maior produtor Agrícola e em Pecuária, obtendo um excedente comercial em US$ 30 biliões em detrimento do Défice americano.
- Metade das crianças americanas vivem em casas de pais separados
- Os americanos actualmente gastam mais dinheiro em Jogo nos Casinos do que em Livros,Música,Cinema e Vídeo/DVD juntos.
- 1 em cada 4 acreditam que usar a Violência para obter aquilo que querem, é aceitável.
- 42% pensam que a Tortura sobre presos se justifica (Pew Poll-Assoc. Press 19/8/2004)
- 900 mil crianças foram abusadas ou abandonadas no último ano.
- A Associação dos Chefes de Policia diz que os cortes orçamentais de Bush às esquadras locais deixou a nação mais vulnerável do que nunca.
- Bush: 62.027.582 votos – Kerry: 59.026.003 votos – Número de votos de potenciais eleitores que não foram considerados: 79.279.000 – Se 1/3 dos eleitores no Iraque não tivessem votado a Eleição não teria sido considerado legítima.
Ainda alguem acha que a América é a nº 1?
Somos o nº 1 apenas em,,, Armamento, gastos em Consumo, Défice e claro,,, em Desilusão!”

Sem comentários: