Foi a 30 de abril de 1975, faz hoje 32 anos, que as forças comunistas libertaram a Cidade de Ho Chi Min (Saigão) expulsando os últimos soldados norte-americanos, acção com que punham termo à guerra do VietName, conquistando o direito inalienável de o país viver em Paz, após mais de um século de dominação estrangeira.
Tudo começou muito antes, na Indochina dominada pelos franceses, quando no pós guerra, em 1955, o presidente yankee Dwight Eisenwover se apercebeu que Ho Chi Min poderia vir a ganhar as "eleições" que as forças neocoloniais cozinhavam em banho maria no caldeirão da "descolonização"
* Ligações para a reconstituição da História
E vamos apanhar a História um pouco mais à frente, nos nossos dias. Depois do Vietname a táctica nunca mais foi a da tentação da dominação política. A partir daí tudo se centrou na Economia e na privatização das guerras. A coqueluche da nova guerra-fria é a China, (para onde deslocalizaram a classe operária), posta ao serviço do Imperialismo, como a "grande fábrica do mundo" enquanto os exércitos da Nato são mercenarizados e trabalham activamente em prol das multinacionais, assegurando-lhes os Mercados, fazendo estas repercutir nos consumidores, por via dos poderes politicos locais ao seu serviço, os custos das guerras.
Como funciona? - Para quem lê a chusma de experts que imprimem montes de papel sobre as míriades vertentes da economia de dominação, a coisa parece extremamente complexa; contudo é diabolicamente simples - "Aqueles que utilizam o dólar fora dos Estados Unidos pagam permanentemente uma contribuição àquele país. Esta consiste numa inflação de 1,25 milhão de dólares por minuto. É o resultado do crescimento rápido da dívida externa dos Estados Unidos. A metade das suas importações é simplesmente acrescentada à dívida externa e é paga pelos detentores de dólares no estrangeiro através da inflação. Além disso, estes detentores não parecem conscientes de que o curso do dólar não passa de uma fachada fracturada. Se não compreenderem o que ainda a retém de pé, arriscam-se a que esta lhes caia na cabeça de surpresa. Entretanto, bem camuflado, o dólar está, (sempre esteve), no centro dos diversos conflitos dos Estados Unidos"
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Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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segunda-feira, abril 30, 2007
domingo, abril 29, 2007
Dia Mundial da Dança
a poesia do gesto
29 de Abril. No Teatro Camões, a IV Gala Internacional de Bailado, comemorando os 30 anos da Companhia Nacional de Bailado. Presentes entre muitos outros as primeiras figuras do Ballet Nacional de Cuba (Viengsay Valdéz e Rómel Frometa), Tamara Rojodo Royal Ballet de Londres e, a coqueluche que electrizou o auditório: Daniil Simkin, o bailarino russo da Ópera de Viena (com o nome gralhado impresso no programa) de quem aqui fica uma peça notável: "Les Borgeois" dançado sobre a música imortal de Brel (que não constou do programa, mas deveria ter constado - por via de vacina contra as lantejoulas entre a assistência). Vai com dedicatória: à minha amiga (assumidissima francófona) "E-konoklasta"
Bem hajam aqueles que se preocupam com o que é Belo; mas, atendendo à solenidade do dia, fica uma pergunta incómoda: - Como pode o Homem, por um lado capaz da maior sensibilidade estética, conviver com um mundo em que, por outro lado, outros homens não conseguem ultrapassar a condição do pior que existe no mundo animal?
29 de Abril. No Teatro Camões, a IV Gala Internacional de Bailado, comemorando os 30 anos da Companhia Nacional de Bailado. Presentes entre muitos outros as primeiras figuras do Ballet Nacional de Cuba (Viengsay Valdéz e Rómel Frometa), Tamara Rojodo Royal Ballet de Londres e, a coqueluche que electrizou o auditório: Daniil Simkin, o bailarino russo da Ópera de Viena (com o nome gralhado impresso no programa) de quem aqui fica uma peça notável: "Les Borgeois" dançado sobre a música imortal de Brel (que não constou do programa, mas deveria ter constado - por via de vacina contra as lantejoulas entre a assistência). Vai com dedicatória: à minha amiga (assumidissima francófona) "E-konoklasta"
Bem hajam aqueles que se preocupam com o que é Belo; mas, atendendo à solenidade do dia, fica uma pergunta incómoda: - Como pode o Homem, por um lado capaz da maior sensibilidade estética, conviver com um mundo em que, por outro lado, outros homens não conseguem ultrapassar a condição do pior que existe no mundo animal?
Na foto: Um cárcere nas Filipinas onde são segregados os presos com Sida. E, como posfácio: a "Cena da Loucura", da abertura de "Giselle", pelos russos do Bolshoi, para ver aqui.
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sábado, abril 28, 2007
Morte: Missão Cumprida
Para o jornal neocon "The Times" acabar com o "comunismo" foi uma tarefa que não tem preço. Estamos para saber como se pode acabar com algo que manifestamente era inexistente. Saberão estas luminárias que desde o XX Congresso do PCUS na década da 60, o regime que vigorava na ex-URSS era o de "Capitalismo de Estado"? - portanto, um obstáculo ao livre desenvolvimento das forças imperialistas que controlam o Mercado? e por consequência determinam os sistemas politicos?
Dentro da caixa jaz Boris Ieltsin, responsável directo pelo desmororar de um sistema que, embora questionável evitava a queda de milhões de pessoas na miséria mais abjecta como depois se viria a verificar. Acho que o dia em que enterraram o despojo devia passar a ser comemorado como o "Dia Mundial Da Vodka sem Escrúpulos"
Para o jornal neocon "The Times" acabar com o "comunismo" foi uma tarefa que não tem preço. Estamos para saber como se pode acabar com algo que manifestamente era inexistente. Saberão estas luminárias que desde o XX Congresso do PCUS na década da 60, o regime que vigorava na ex-URSS era o de "Capitalismo de Estado"? - portanto, um obstáculo ao livre desenvolvimento das forças imperialistas que controlam o Mercado? e por consequência determinam os sistemas politicos?
Dentro da caixa jaz Boris Ieltsin, responsável directo pelo desmororar de um sistema que, embora questionável evitava a queda de milhões de pessoas na miséria mais abjecta como depois se viria a verificar. Acho que o dia em que enterraram o despojo devia passar a ser comemorado como o "Dia Mundial Da Vodka sem Escrúpulos"
Baco, o herói de Caravaggio, visto por Diego Velásquez, coroa os borrachos - Museu do Prado, Madrid
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sexta-feira, abril 27, 2007
À coca atrás de uma moita de cravos, esconde-se o ladrão que mais grita: “agarra que é ladrão”
Não há nada mais eficaz que mentir usando, como essência do próprio embuste que se pretende transmitir, a própria verdade. Quando o barão do PSD, de seu nome Dias Loureiro, se viu envolvido no escândalo da venda dos sistemas de informação para servir à unificação das policias, já era mais que sabido ao que se destinavam esses equipamentos; ainda o Siresp não tinha sido adjudicado e já os comandos das policias de Lisboa e Porto funcionavam com o sistema, "facultado a titulo gracioso como amostra" pelo benemérito potencial único adjudicatário a quem o Estado (leia-se o PSD no Governo) encomendou o fornecimento.
Daí que, quando um manhoso e obscuro deputado recitou o gag da "ameaça à liberdade e avançou a crítica à centralização do Poder Policial" o 1º Muppet de Cavaco e o Superintendente Costa das Policias, acampados no camarote por baixo do pódio discursivo, se perdessem num riso que lhes foi ao gôto (hic, ihihih) mal disfarçado pelo púdico gesto de encobrimento das faces. Embora estes episódios nos divirtam (os gatos que se cuidem, porque cada vez há mais fedorentos na concorrência) o zé povinho cada vez mais pensa que a Assembleia da República deveria ser alvo de uma desratização urgente
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Não há nada mais eficaz que mentir usando, como essência do próprio embuste que se pretende transmitir, a própria verdade. Quando o barão do PSD, de seu nome Dias Loureiro, se viu envolvido no escândalo da venda dos sistemas de informação para servir à unificação das policias, já era mais que sabido ao que se destinavam esses equipamentos; ainda o Siresp não tinha sido adjudicado e já os comandos das policias de Lisboa e Porto funcionavam com o sistema, "facultado a titulo gracioso como amostra" pelo benemérito potencial único adjudicatário a quem o Estado (leia-se o PSD no Governo) encomendou o fornecimento.
Daí que, quando um manhoso e obscuro deputado recitou o gag da "ameaça à liberdade e avançou a crítica à centralização do Poder Policial" o 1º Muppet de Cavaco e o Superintendente Costa das Policias, acampados no camarote por baixo do pódio discursivo, se perdessem num riso que lhes foi ao gôto (hic, ihihih) mal disfarçado pelo púdico gesto de encobrimento das faces. Embora estes episódios nos divirtam (os gatos que se cuidem, porque cada vez há mais fedorentos na concorrência) o zé povinho cada vez mais pensa que a Assembleia da República deveria ser alvo de uma desratização urgente
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quinta-feira, abril 26, 2007
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto de jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim
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25 de Abril de 2007 - no país do cavaco
Nada acontece por acaso. Desde que se soube que, por via de um aparatoso concurso televisivo, os portugueses apreciavam Salazar, e por via de promoção subterrânea se incentivou a aparição da extrema direita sem restrições no espaço público - o Poder começa a distribuir os mesmos métodos do tempo da ditadura marcello- salazarista. O pequeno retoque do provocador Cavaco discursar na AR sem levar o cravo vermelho da ordem na lapela conclui o recado mediático.
Estão 10 pessoas detidas na 1ª DIVISÃO da PSP - TAIPAS Rua Gomes Freire, nº. 92
(fonte)
post scriptum: "ligo a televisão, procuro nos noticiários a notícia dos acontecimentos de ontem. Nada. Venho à internet e dou com o mesmo silêncio. Será que só nós é que vimos?" (ler descrição pormenorizada, aqui)
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o Bloco Central, ou a Máfia politica no Poder
(...)os carros da polícia iam retirando à medida que os manifestantes se aproximavam, os três graduados da PSP, com os seus pingalins, desciam descontraidamente a uns metros à frente da manif. Não houve problemas até meio da Rua do Carmo. Na altura em que estavam os manifestantes a alcançar as escadas por de baixo do elevador de Sta Justa (a meio da Calçada), começaram eles -manifestantes- a fazer meia volta e a correr calçada acima. Alguém os avisou que tinham sido encurralados. E assim foi. Carrinhas com polícias de choque às largas dezenas desceram em grande velocidade o Chiado, selando o alto da rua do Carmo, enquanto outras com igual força e os referidos polícias de choque subiam a rua do Carmo. Estes últimos desceram imediatamente dos carros, ainda antes destes travarem e começaram a correr em direcção aos manifestantes, agredindo-os à bastonada enquanto estes tentavam escapar desesperadamente. Os que estavam perto, meros espectadores ou pessoas que acompanharam o cortejo de lado, ficaram também encurralados por polícias agressivos, com ameaça física a toda a gente, mas que batiam selvaticamente e sem hesitação em alguém que tivesse «aspecto» de manifestante.Estão 10 pessoas detidas na 1ª DIVISÃO da PSP - TAIPAS Rua Gomes Freire, nº. 92
(fonte)
post scriptum: "ligo a televisão, procuro nos noticiários a notícia dos acontecimentos de ontem. Nada. Venho à internet e dou com o mesmo silêncio. Será que só nós é que vimos?" (ler descrição pormenorizada, aqui)
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quarta-feira, abril 25, 2007
(...) obrigam-me a vir para a rua gritar
Foi a 10 de maio de 1972 que José Afonso cantou pela primeira vez "Grândola Vila Morena" num concerto realizado no Burgo das Nacions em Santiago de Compostela na Galiza. No mesmo local seria levado a efeito em 1985 um outro concerto memorável, para angariar apoios para o cantor, que na altura lutava já contra a doença que havia de o vitimar. Só para que conste,,, para todos aqueles que tecem loas ao artista, tentando apropriar-se da sua obra, esvaziando-a da prática revolucionária radical que o Zeca sempre teve em vida,
a carta que o Zeca escreveu aos militares revoltosos da assembleia de Tancos:
"Camaradas, tendo tomado conhecimento pelos jornais do vosso trabalho de consciencialização revolucionária e de algumas das vossas últimas tomadas de posição em face da actual situação politica, ofereço os meus serviços para eventuais sessões de convivio dentro dos objectivos de dinamização politico cultural e prática politica já existentes em algumas unidades progressistas do país"
José Afonso, Avenida Bento Gonçalves 3 1º Esq. Setúbal, telefone 26211
(fonte)
No periodo imediatamente posterior ao Golpe de Tancos em Setembro de 1975 (de onde saiu o VI Governo provisório do Almirante Bardamerda) as forças da burguesia e do Ocidente lograram finalmente inverter o desenlace das lutas revolucionárias iniciadas com a adesão popular ao golpe militar dos capitães de Abril reunidos precariamente em torno de um programa vago e cheio de ambiguidades como era o do MFA. A dualidade existente no seio do movimento, entre spinolistas e as diversas alas de militares de esquerda seria finalmente resolvida com novo golpe em 25 de Novembro de 1975. - "Este veio completar o golpe de Tancos, dissolvendo o que restava do MFA, erradicando e dispersando as Unidades progressistas e os fuzileiros que ainda funcionavam como certo poder paralelo, restabelecendo a cadeia hierárquica burguesa, e retomando o controlo sobre o essencial dos meios de informação. (o caso República). A partir de então poder-se-ia falar de Estado na completa acepção marxista do termo, isto é, Estado como instrumento suficientemente coeso e apto para a repressão, ao serviço da dominação burguesa. Mas ainda com a especificidade de que a grande burguesia nacional já tinha sido em grande parte expropriada, tratando-se portanto de um poder representativo dos interesses do Ocidente capitalista em geral; buscar-se-ia agora (não sem muitas contradições) reconstituir a grande burguesia nacional através dos seus representantes remanescentes e do apoio do capital internacional”
Ronaldo Guedes da Fonseca em “A Questão do Estado na Revolução Portuguesa” (Edit. LivrosHorizonte, 1983) num fulgurante ensaio sobre este período histórico conclui:
(…) ”eliminada a força dissuasória das Unidades militares progressistas e da Armada, a GNR e a PSP podiam finalmente sair dos seus redutos e exercer plenamente o seu papel repressivo ao serviço da ordem burguesa, embora que com maiores limitações do que durante o regime fascista. Isto porque os golpes de Tancos e de 25 de Novembro não representaram nem significaram “putchs” fascistas como tal, mas sim movimentos golpistas de inspiração e objectivos correspondentes ao projecto da social-democracia para os países de capitalismo periférico, isto é, a instalação de uma democracia burguesa semi-autoritária”.
Na terrinha dos santanas e sócrates e dos pacóvios visitantes dessa sórdida metáfora do país em que se transformou o buraco do Túnel do Marquês, passaram exactamente 33 anos até o presidente cavaco abolir o prefixo “semi”
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a carta que o Zeca escreveu aos militares revoltosos da assembleia de Tancos:
"Camaradas, tendo tomado conhecimento pelos jornais do vosso trabalho de consciencialização revolucionária e de algumas das vossas últimas tomadas de posição em face da actual situação politica, ofereço os meus serviços para eventuais sessões de convivio dentro dos objectivos de dinamização politico cultural e prática politica já existentes em algumas unidades progressistas do país"
José Afonso, Avenida Bento Gonçalves 3 1º Esq. Setúbal, telefone 26211
(fonte)
No periodo imediatamente posterior ao Golpe de Tancos em Setembro de 1975 (de onde saiu o VI Governo provisório do Almirante Bardamerda) as forças da burguesia e do Ocidente lograram finalmente inverter o desenlace das lutas revolucionárias iniciadas com a adesão popular ao golpe militar dos capitães de Abril reunidos precariamente em torno de um programa vago e cheio de ambiguidades como era o do MFA. A dualidade existente no seio do movimento, entre spinolistas e as diversas alas de militares de esquerda seria finalmente resolvida com novo golpe em 25 de Novembro de 1975. - "Este veio completar o golpe de Tancos, dissolvendo o que restava do MFA, erradicando e dispersando as Unidades progressistas e os fuzileiros que ainda funcionavam como certo poder paralelo, restabelecendo a cadeia hierárquica burguesa, e retomando o controlo sobre o essencial dos meios de informação. (o caso República). A partir de então poder-se-ia falar de Estado na completa acepção marxista do termo, isto é, Estado como instrumento suficientemente coeso e apto para a repressão, ao serviço da dominação burguesa. Mas ainda com a especificidade de que a grande burguesia nacional já tinha sido em grande parte expropriada, tratando-se portanto de um poder representativo dos interesses do Ocidente capitalista em geral; buscar-se-ia agora (não sem muitas contradições) reconstituir a grande burguesia nacional através dos seus representantes remanescentes e do apoio do capital internacional”
O Poder Está na Ponta das Espingardas
Ronaldo Guedes da Fonseca em “A Questão do Estado na Revolução Portuguesa” (Edit. LivrosHorizonte, 1983) num fulgurante ensaio sobre este período histórico conclui:
(…) ”eliminada a força dissuasória das Unidades militares progressistas e da Armada, a GNR e a PSP podiam finalmente sair dos seus redutos e exercer plenamente o seu papel repressivo ao serviço da ordem burguesa, embora que com maiores limitações do que durante o regime fascista. Isto porque os golpes de Tancos e de 25 de Novembro não representaram nem significaram “putchs” fascistas como tal, mas sim movimentos golpistas de inspiração e objectivos correspondentes ao projecto da social-democracia para os países de capitalismo periférico, isto é, a instalação de uma democracia burguesa semi-autoritária”.
Na terrinha dos santanas e sócrates e dos pacóvios visitantes dessa sórdida metáfora do país em que se transformou o buraco do Túnel do Marquês, passaram exactamente 33 anos até o presidente cavaco abolir o prefixo “semi”
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terça-feira, abril 24, 2007
Fazendo orelhas moucas
ao folclore retórico,
de facto não resta nada
para comemorar,,,
Relembre-se dois depoimentos de dois intervenientes de peso no chamado PREC, ou seja, 1 - desde as grandes manifestações pela unidade do movimento operário (e a sua derrota pela não aprovação da Lei na AR), até
2 - à crise despoletada pelas nacionalizações que culminou com a destruição à bomba da séde da Intersindical, da responsabilidade das forças fascistas aliadas ao PS, que viriam a fundar uma central sindical "plural" com essa nobilissima e impoluta figura que foi (é) Torres Couto à frente, com os resultados que todos conhecemos: a fortuna pessoal do figurão conta-se hoje por muitos milhões (à custa dos financiamentos da CIA e da União Europeia) enquanto a formação profissional dos operários foi deslocalizada para os campos de apanha de morangos em Espanha.
Assim, a grande "comemoração" (por quem de direito) é para ser feita lá mais para o Outono, mais concretamente a 25 de Novembro,,,
Revisitemos então a História:
"Há algum diploma de que se recorde com particular orgulho?
A primeira Lei Sindical. Até porque ela tem a particularidade de ter recuperado a batalha da unidade sindical para o PS, em detrimento da unicidade proposta pelo PCP. Depois de três ou quatro votações em Conselho de Ministros, que deram sempre empates, um dos ministros, o coronel [José Augusto] Fernandes, mudou o seu sentido de voto e passou a apoiar a unicidade. Com duas condições queria uma lei democrática e que ela fosse feita por mim. Perguntei: quando tempo é que tenho? Deram-me oito dias, o que para mim, naquela altura, era uma eternidade. Apercebi-me, então, que a questão de haver, ou não, um único sindicato dependia do quorum necessário ao nível da cúpula. Fixei-o em 50%, que era o que existia em França e na Inglaterra. Quando apresentei o projecto, Cunhal teve uma reacção apopléctica, ficou furioso.
Percebeu o estratagema? Acusou-me de estar a aniquilar o sindicalismo em Portugal".
Almeida Santos, deputado do PS
"A coisa agravou-se quando aprovámos a lei de unicidade sindical: foi o alarme numa boa parte da classe política e económica da burguesia. A mim, pessoalmente, preocupava-me muito a questão da unidade sindical. Tinha ainda bem presente a experiência francesa da divisão ocorrida no imediato pós-guerra. A unicidade sindical foi aprovada por unanimidade no Conselho dos 20, mas acirrou a luta de classes. Era todos os dias uma sangria de dinheiro. Começámos a intervir nas empresas, para salvar a economia e o emprego. Foi outra medida que não agradou aos mesmos sectores. Não nacionalizámos logo a Banca: decretámos a presença de um delegado do Governo nos Conselhos de Administração, para vermos o que era feito. Os delegados nomeados eram aprovados pelo Sindicato dos Bancários. A oposição foi tal que se tornou muito difícil concluir o processo".
Vasco Gonçalves, 1º Ministro do V Governo Provisório
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ao folclore retórico,
de facto não resta nada
para comemorar,,,
Relembre-se dois depoimentos de dois intervenientes de peso no chamado PREC, ou seja, 1 - desde as grandes manifestações pela unidade do movimento operário (e a sua derrota pela não aprovação da Lei na AR), até
2 - à crise despoletada pelas nacionalizações que culminou com a destruição à bomba da séde da Intersindical, da responsabilidade das forças fascistas aliadas ao PS, que viriam a fundar uma central sindical "plural" com essa nobilissima e impoluta figura que foi (é) Torres Couto à frente, com os resultados que todos conhecemos: a fortuna pessoal do figurão conta-se hoje por muitos milhões (à custa dos financiamentos da CIA e da União Europeia) enquanto a formação profissional dos operários foi deslocalizada para os campos de apanha de morangos em Espanha.
Assim, a grande "comemoração" (por quem de direito) é para ser feita lá mais para o Outono, mais concretamente a 25 de Novembro,,,
Revisitemos então a História:
"Há algum diploma de que se recorde com particular orgulho?
A primeira Lei Sindical. Até porque ela tem a particularidade de ter recuperado a batalha da unidade sindical para o PS, em detrimento da unicidade proposta pelo PCP. Depois de três ou quatro votações em Conselho de Ministros, que deram sempre empates, um dos ministros, o coronel [José Augusto] Fernandes, mudou o seu sentido de voto e passou a apoiar a unicidade. Com duas condições queria uma lei democrática e que ela fosse feita por mim. Perguntei: quando tempo é que tenho? Deram-me oito dias, o que para mim, naquela altura, era uma eternidade. Apercebi-me, então, que a questão de haver, ou não, um único sindicato dependia do quorum necessário ao nível da cúpula. Fixei-o em 50%, que era o que existia em França e na Inglaterra. Quando apresentei o projecto, Cunhal teve uma reacção apopléctica, ficou furioso.
Percebeu o estratagema? Acusou-me de estar a aniquilar o sindicalismo em Portugal".
Almeida Santos, deputado do PS
"A coisa agravou-se quando aprovámos a lei de unicidade sindical: foi o alarme numa boa parte da classe política e económica da burguesia. A mim, pessoalmente, preocupava-me muito a questão da unidade sindical. Tinha ainda bem presente a experiência francesa da divisão ocorrida no imediato pós-guerra. A unicidade sindical foi aprovada por unanimidade no Conselho dos 20, mas acirrou a luta de classes. Era todos os dias uma sangria de dinheiro. Começámos a intervir nas empresas, para salvar a economia e o emprego. Foi outra medida que não agradou aos mesmos sectores. Não nacionalizámos logo a Banca: decretámos a presença de um delegado do Governo nos Conselhos de Administração, para vermos o que era feito. Os delegados nomeados eram aprovados pelo Sindicato dos Bancários. A oposição foi tal que se tornou muito difícil concluir o processo".
Vasco Gonçalves, 1º Ministro do V Governo Provisório
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sexta-feira, abril 13, 2007
quinta-feira, abril 12, 2007
“Não penses que os outros têm tanto interesse em escutar-te como o que tu tens em falar”
Antístenes
Maquiavel, Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio
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Antístenes
Pôr-do-Sol em Bangkok
“E quando o acaso faz com que o povo já não deposite confiança em ninguém, como por vezes acontece por ter sido anteriormente enganado pelas coisas ou pelos homens, daí decorre necessariamente, a ruína”Maquiavel, Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio
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terça-feira, abril 10, 2007
Independência e Santidade
(...) "por exemplo: ainda há quem se lembre de muitos bancos estarem nas mãos do Estado, quer dizer, do Diabo. Agora, porém, chega o caso da Universidade Independente, Sócrates à parte, e "pode acontecer que alguns comecem a pensar, a duvidar da santidade da independência decorrente da posse privada. Alguns poderão reflectir: “— ...querem ver que...?”
a nova geração de tecnocratas (da treta) formados sob a égide de excelência do ensino privado é que ainda nos vai educar no bom caminho,,,
(...) "Como se fosse por aí, pelo facto de o seu diploma ter ou não ter as assinaturas todas, ter sido emitido ao domingo ou à sexta-feira, que (o 1º ministro) deve ser avaliado como chefe do governo. De um governo que tem feito o que muito bem se sabe. Como se as manifestações de indignação e protesto que têm acontecido em todo o País fossem motivadas pelo seu diploma"
(...) sabe-se que universidades privadas as há às mãos-cheias por esse País fora, de Norte a Sul (mas, tudo o indica, mais numerosas para o Norte), e é quase inevitável que se comece a perguntar se só na Independente é que aconteceram diplomas não assinados, assinaturas falsas, atestados emitidos ao domingo, reitores e vice-reitores de duvidosa fiabilidade, mais o restante cortejo de actos suspeitíssimos ou averiguadamente irregulares; que se aplique, mesmo em versão tosca, a Lei das Probabilidades para depois disso ficar inclinado a supor que não, que não terá sido apenas na Independente que tão feias coisas aconteceram".
(...) naquele peculiar estilo do telejornalismo nacional, caracterizado por uma sugestão de desgraça alarmante; não há neste nosso País nada mais importante, mais justificativo de primeira manchete? Nem a Ota? Nem o encerramento de tantos serviços de saúde e o consequente risco para as populações? Nem mesmo, que diabo!, a próxima canonização dos Pastorinhos, de João Paulo II, da Irmâ Lúcia?
(respigado de uma crónica de Correia da Fonseca, para ser lida na íntegra, aqui)
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segunda-feira, abril 09, 2007
IndieLisboa2007
19 a 29 de Abril
Ver programação completa aqui
dois filmes em destaque:
"DEATH OF A PRESIDENT"
Gabriel Range, ficção, (Reino Unido)
O filme tem a forma de um documentário televisivo que relata os factos do assassinato de George W. Bush, a 17 de Outubro de 2007. Este “documentário” combina materiais de arquivo e entrevistas e começa com uma montagem de um discurso do presidente num hotel. Cá fora a multidão está fora de controlo. A tensão vai aumentando e culmina no assassinato de Bush. Depois do ataque sucedem-se as investigações do FBI e a caça ao homem suspeito do assassinato. Fantasiando sobre o futuro, Gabriel Range toca num dos pontos mais sensíveis dos dias que correm: o poder dos meios de comunicação e as suas capacidades de manipulação.
"THE U.S. vs JOHN LENNON"
David Leaf e John Scheinfeld, documentário,(EUA)
Aqueles que não são dos tempos dos Beatles, vão gostar de conhecer o homem que ousou desafiar o sistema na sua luta activa pela paz e os ódios e opressões que essa postura lhe trouxe. Focado no período pós-Beatles e numa época da sua vida (início dos anos 70) em que o músico se transformou num activista contra a guerra, o que lhe valeu uma campanha de Nixon com vista à sua deportação, em 1972. 25 anos depois, a ficha de Lennon no FBI tornada pública permitiu coligir dados para este extraordinário trabalho de investigação, no documentário que exibe depoimentos de várias personalidades próximas do músico, imagens inéditas e uma entrevista com Yoko Ono.
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19 a 29 de Abril
Ver programação completa aqui
dois filmes em destaque:
"DEATH OF A PRESIDENT"
Gabriel Range, ficção, (Reino Unido)
O filme tem a forma de um documentário televisivo que relata os factos do assassinato de George W. Bush, a 17 de Outubro de 2007. Este “documentário” combina materiais de arquivo e entrevistas e começa com uma montagem de um discurso do presidente num hotel. Cá fora a multidão está fora de controlo. A tensão vai aumentando e culmina no assassinato de Bush. Depois do ataque sucedem-se as investigações do FBI e a caça ao homem suspeito do assassinato. Fantasiando sobre o futuro, Gabriel Range toca num dos pontos mais sensíveis dos dias que correm: o poder dos meios de comunicação e as suas capacidades de manipulação.
"THE U.S. vs JOHN LENNON"
David Leaf e John Scheinfeld, documentário,(EUA)
Aqueles que não são dos tempos dos Beatles, vão gostar de conhecer o homem que ousou desafiar o sistema na sua luta activa pela paz e os ódios e opressões que essa postura lhe trouxe. Focado no período pós-Beatles e numa época da sua vida (início dos anos 70) em que o músico se transformou num activista contra a guerra, o que lhe valeu uma campanha de Nixon com vista à sua deportação, em 1972. 25 anos depois, a ficha de Lennon no FBI tornada pública permitiu coligir dados para este extraordinário trabalho de investigação, no documentário que exibe depoimentos de várias personalidades próximas do músico, imagens inéditas e uma entrevista com Yoko Ono.
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domingo, abril 08, 2007
são às dezenas, cinquenta, cem, ou cento e cinquenta,,,
nas crónicas sobre a era bush, Eliot Weinberger no livro “What Happened Here” traduzido entre nós por "O que aconteceu na América" (Edit Âmbar, 2006) conta o seguinte episódio:
“Um “consultor sénior” de Bush, cujo nome não foi revelado, declarou recentemente ao jornalista Ron Suskind que pessoas como ele eram membros ‘do que nós chamamos de comunidade baseada na realidade’: aqueles que acreditam que “as soluções emergem do estudo judicioso da realidade discernível”. Contudo, explicou, “esta já não é a forma como o mundo realmente funciona. Nós agora somos um Império e, quando agimos, criamos a nossa própria realidade. E, enquanto você estiver a estudar esta realidade (...) agiremos mais uma vez, criando outras novas realidades, que você poderá analisar também, e é assim que se organizam as coisas. Somos os actores da História, e você, todos vocês, serão encarregados apenas de estudar aquilo que nós fazemos”.
Teria António Barreto lido o livro de Weinberg e reconhecido o estilo do nosso governo?, vejamos o que ele diz na edição do Público de hoje (pag 41):
“São às dezenas, Às centenas. Aos bandos. Assessores, conselheiros, consultores, especialistas, tarefeiros e avençados. São novos, têm licenciaturas, mestrados e MBA, talvez até doutoramentos. Sabem tudo de imagem e apresentação. Vestem fato escuro de marca, mas alguns, mais blasés, deixaram de usar gravata. São os gestores de produto. O produto, no caso, é imagem e informação. Informação do governo para o exterior e a informação sobre os cidadãos e a sociedade. Apesar da idade, já tiveram múltiplas experiências nos jornais, nas televisões, nas agências de informação e nas empresas de imagem. O sistema vive em grande parte destes profissionais reciclados. Estudam o inimigo e fazem dossiers. Elaboram estratégias de apresentação ao público de medidas. Organizam a informação do Governo, controlam os actos dos ministros e dos secretários de Estado, centralizam os contactos com a imprensa. Telefonam, enviam SMS, escrevem mails, convidam para um copo e deixam cair umas frases. Conhecem intimamente os jornalistas a quem dão recados. Sabem quais são os jornais que se prestam. Têm mapas e organigramas. Seleccionam frases assassinas, escolhem os locais para as oportunidades fotográficas, ocupam-se da vestimenta dos governantes e designam os que serão privilegiados com a informação criteriosamente racionada. São especialistas em apanhar de surpresa as oposições, sobretudo quando estas são incompetentes. Alimentam os jornalistas que se portam bem e seguem as regras do seu jogo. Gabam-se de fazer a agenda politica do país e da imprensa. Têm orgulho na centralização dos serviços de informação, para que contribuíram, assim como no controlo da informação do Governo, que exercem. Trabalham na espuma e no efémero. Organizam o passageiro. Prezam as aparências. Provocam impressões e sensações. Obtêm resultados imediatos e passam à frente. Para a guerrilha, para os raides e para as operações especiais, são excelentes. Os socialistas, especialmente os da subespécie dos pragmáticos, perdem-se de amores por esta gente e este sistema".
continua Barreto: "O problema é que, na politica e na vida pública, nem tudo se resume à agenda. Há vida para além dos governos e dos gestores de imagem. Há cidadãos, instituições, empresas, associações, partidos políticos e autores de blogues. Há memória, concorrência e luta de classes. Há ressentimento neste mercado imperfeito de imagem e agenda. Existe alguma imprensa que não segue o calendário do Governo. Também há jornalistas que não se conformam com a posição de veículos de mercado. E há sobretudo o funcionamento normal da sociedade e das instituições que não se compadece com este universo artificial e manipulado" (...)
A VERDADE E QUE ESTE SISTEMA FORJADO E TREINADO para a encenação mostra as suas debilidades à primeira oportunidade. Como se tem visto”.
Concluindo:
“A CONDENAÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS A ESTE GOVERNO E À MULTIDÃO DE GENTE A MAIS NOS GABINETES DOS MINISTROS E DO PRIMEIRO MINISTRO deixa-o em muito mau estado. Aconteça o que acontecer, estes factos revelam simplesmente um estilo de governo clientelar e subdesenvolvido”.
E agora? que fazer?, voltar ao PSD? esperar que Bush (ou a América) “democratize” o neoliberalismo? é evidente que, aconteça o que acontecer, habilmente manipulado (ou nem por isso), o Zé votante papa tudo como se fosse novidade,,,
“Um “consultor sénior” de Bush, cujo nome não foi revelado, declarou recentemente ao jornalista Ron Suskind que pessoas como ele eram membros ‘do que nós chamamos de comunidade baseada na realidade’: aqueles que acreditam que “as soluções emergem do estudo judicioso da realidade discernível”. Contudo, explicou, “esta já não é a forma como o mundo realmente funciona. Nós agora somos um Império e, quando agimos, criamos a nossa própria realidade. E, enquanto você estiver a estudar esta realidade (...) agiremos mais uma vez, criando outras novas realidades, que você poderá analisar também, e é assim que se organizam as coisas. Somos os actores da História, e você, todos vocês, serão encarregados apenas de estudar aquilo que nós fazemos”.
Teria António Barreto lido o livro de Weinberg e reconhecido o estilo do nosso governo?, vejamos o que ele diz na edição do Público de hoje (pag 41):
“São às dezenas, Às centenas. Aos bandos. Assessores, conselheiros, consultores, especialistas, tarefeiros e avençados. São novos, têm licenciaturas, mestrados e MBA, talvez até doutoramentos. Sabem tudo de imagem e apresentação. Vestem fato escuro de marca, mas alguns, mais blasés, deixaram de usar gravata. São os gestores de produto. O produto, no caso, é imagem e informação. Informação do governo para o exterior e a informação sobre os cidadãos e a sociedade. Apesar da idade, já tiveram múltiplas experiências nos jornais, nas televisões, nas agências de informação e nas empresas de imagem. O sistema vive em grande parte destes profissionais reciclados. Estudam o inimigo e fazem dossiers. Elaboram estratégias de apresentação ao público de medidas. Organizam a informação do Governo, controlam os actos dos ministros e dos secretários de Estado, centralizam os contactos com a imprensa. Telefonam, enviam SMS, escrevem mails, convidam para um copo e deixam cair umas frases. Conhecem intimamente os jornalistas a quem dão recados. Sabem quais são os jornais que se prestam. Têm mapas e organigramas. Seleccionam frases assassinas, escolhem os locais para as oportunidades fotográficas, ocupam-se da vestimenta dos governantes e designam os que serão privilegiados com a informação criteriosamente racionada. São especialistas em apanhar de surpresa as oposições, sobretudo quando estas são incompetentes. Alimentam os jornalistas que se portam bem e seguem as regras do seu jogo. Gabam-se de fazer a agenda politica do país e da imprensa. Têm orgulho na centralização dos serviços de informação, para que contribuíram, assim como no controlo da informação do Governo, que exercem. Trabalham na espuma e no efémero. Organizam o passageiro. Prezam as aparências. Provocam impressões e sensações. Obtêm resultados imediatos e passam à frente. Para a guerrilha, para os raides e para as operações especiais, são excelentes. Os socialistas, especialmente os da subespécie dos pragmáticos, perdem-se de amores por esta gente e este sistema".
continua Barreto: "O problema é que, na politica e na vida pública, nem tudo se resume à agenda. Há vida para além dos governos e dos gestores de imagem. Há cidadãos, instituições, empresas, associações, partidos políticos e autores de blogues. Há memória, concorrência e luta de classes. Há ressentimento neste mercado imperfeito de imagem e agenda. Existe alguma imprensa que não segue o calendário do Governo. Também há jornalistas que não se conformam com a posição de veículos de mercado. E há sobretudo o funcionamento normal da sociedade e das instituições que não se compadece com este universo artificial e manipulado" (...)
A VERDADE E QUE ESTE SISTEMA FORJADO E TREINADO para a encenação mostra as suas debilidades à primeira oportunidade. Como se tem visto”.
Concluindo:
“A CONDENAÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS A ESTE GOVERNO E À MULTIDÃO DE GENTE A MAIS NOS GABINETES DOS MINISTROS E DO PRIMEIRO MINISTRO deixa-o em muito mau estado. Aconteça o que acontecer, estes factos revelam simplesmente um estilo de governo clientelar e subdesenvolvido”.
E agora? que fazer?, voltar ao PSD? esperar que Bush (ou a América) “democratize” o neoliberalismo? é evidente que, aconteça o que acontecer, habilmente manipulado (ou nem por isso), o Zé votante papa tudo como se fosse novidade,,,
sábado, abril 07, 2007
dixit dominus
Pintada numa das primeiras capelas conhecidas no norte europeu em 1649, a Beginjnhof em Amsterdão, esta pequena imagem atribuida a Cornelis Moyaert foi mais tarde baptizada com o nome de "A Assumpção de Maria" - na verdade, estupefacta a figura parece inquirir: "e ao terceiro dia fui ao buraco onde O tinham enfiado e Ele já lá não estava", por onde andas?
Poucos anos mais tarde, na impossibilidade de decifrar os grandes mistérios das crendices populares, outro pintor punha na boca das personagens de um seu quadro o titulo holandês "Zoals de ouden zongen, zo piepen de jongen" ou seja, traduzido livremente: "da maneira que o ouvires, é a maneira como o vais cantar"
A obra está exposta na fabulosa "Casa do Principe Maurits" em Haia e é de Jan Steen (1626-1679), enfim, já se sabe como todas estas mistificações religiosas acabam sempre por dar um apetite do caraças - e são sempre pretexto para grandes diversões, almoçaradas e puras farras,,, ateistas.
A pequena capela Begijnhof é o centro da que é considerada a primeira comunidade que se fixou junto ao rio Amstel, embrião do que viria a ser a cidade de Amsterdão - um grupo de casas tidas como as mais antigas da cidade, formam um pátio protegendo a igreja no seu interior (junto à Spui Straat) - é dificil dar com a porta de entrada, mas sem dúvida que logo de seguida entramos num outro mundo.
Fundada cerca do ano 1150 por um grupo dito de religiosas, anos depois, em 1345 começariam a acontecer os inevitáveis milagres que trazem grande fama a todos os potenciais fundadores de igrejas - um padre ao dar a extrema unção a um doente na rua principal da cidade, na forma tentada de lhe dar a engolir uma hóstia (nem mais nem menos que o alimento para a sua última viagem) ao desgraçado deu-lhe um vómito - e eis a puta da hóstia, em vez de se derreter nas chamas de um fogareiro que estava estrategicamente colocado ali por perto, não senhor!, começou a flutuar por cima das chamas. Uma beata que fazia acessoria ao pároco enfiou de imediato a hóstia numa caixinha e recolheu-a no local onde se situa hoje a Igreja Velha (Oude Kerk). Quando foi por ela no dia seguinte a caixa estava vazia - tinha regressado à casa do velho doente; ao segundo dia novamente a caixa estava vazia e a cena repetiu-se; ao terceiro dia lá estava ela outra vez, a hóstia vivinha da costa, a flutuar nas chamas na casa do paciente - não subsistiam dúvidas: era milagre. Mais do que isso, era o sinal de que tal fenómeno não poderia permanecer no olvido. Vieram as habituais hordas de peregrinos, conta-se que entre eles, o mais famoso, o Arquiduque Maximiliano da Austria. Mas em 1578 com a Reforma acabar-se-ia a rebaldaria mística nas ruas da cidade. Os bens extorquidos aos incautos crentes foram confiscados e os católicos deixaram de poder exercer livremente o seu culto. Quem nunca tiver pecado que confisque a primeira pedra - começava aqui a aventura maritima dos holandeses e a supremacia da cultura nórdica anglo-saxónica sobre os católico-dependentes dos paises atrasados do Sul da Europa.
Na verdade a história é bem mais prosaica. Os primeiros colonos a chegar à Holanda são negociantes judeus que comerciavam diamantes originários da Índia pela via terrestre do Cairo, no Egipto, (de onde mais tarde os portugueses trariam, via Preste João, pimenta e canela). Originários do Oriente (semita) a nova colónia prosperou e fundou nos Paises Baixos aquele que é ainda o grande centro de comércio de diamantes a nivel mundial. Com eles veio também inevitavelmente a sua cultura - do "Livro de Esther" (que não menciona uma única vez a palavra Deus) chegou, provavelmente aos nossos dias a sua corruptela para a palavra inglesa "Easter" - que se traduz por Páscoa, um derivado da Festa do Purim judaica
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sexta-feira, abril 06, 2007
a grande estratégia de intervenção no século XXI contra os Estados falhados
clique na imagem para ampliar
Que chamamos profundos desígnios políticos
(Como no teatro, o néscio parolo,
Não se apercebendo das cordas,
Pasma ante uma auréola que voa)...
Mas suponhamos que em plena representação
A máquina, mal montada, se desconjunta,
Os cenários entreabrem-se e tudo deixam ver:
Logo o truque entra pelos olhos dentro!
Como é simples! Que grosseira trapaça
Vede pois o nó da polé!...
Que pobre máquina aciona
Os pensamentos dos monarcas e os planos
De que misérias depende a sua Sorte!...
Apavorados os campónios fogem,
Tremendo ante o Prodígio inaudito...
Ei-lo! Olhai!
Como todos se arrepiam e tremem!
Jonathan Swift, "Ode ao HonorabiIíssimo Sir William Temple" (1689)
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quinta-feira, abril 05, 2007
o Julgamento de Nuremberga (III)
Contribuição para uma teoria remissiva comparada da justiça dos vencedores
Em Junho de 1946 quem se senta no lugar principal do banco dos réus elevado ao estatuto de vedeta pelos Media, não é o Presidente do Reichtag – é o “Marechal Goering” (grafia inglesa) – quase todos os réus são acusados pela “tese do complot” e tudo gira em torno de classificações simplistas como os “crimes de guerra”, a intenção de “genocidio” etc. Os americanos acusam Göring de ter criado a “Luftwaffe” à revelia do Tratado de Versailles (que definia os termos da capitulação alemã no pós-1ª guerra e que o próprio Roosevelt reconheceu como injusto) e de ter dado início a uma “guerra de agressão”, mas principalmente com a pré-determinada intenção de proceder a um "exterminio". (o direito do povo alemão se poder auto-determinar é mandado às urtigas).
Hermann Göring, deputado desde 1928 foi a partir de 1932 o Presidente do Parlamento alemão, denominado Reichtag – a casa que legitima o Poder do Povo conforme ainda se lê na frontaria, sob a égide do Presidente da República social-democrata Paul von Hindenburg.
A 7 de Abril 1933 o Parlamento aprovou a “Lei de Restabelecimento Público” que decretou o pagamento de 1000 marcos de imposto especial por conta (PEC ou Income Tax, como se diz agora) a todos os judeus residentes e os impedia, como estrangeiros, de desempenharem cargos na administração pública ao mesmo tempo que estabelecia quotas para os nacionais alemães visando acabar com o desemprego endémico, ao mesmo tempo que reformava compulsivamente todos os não arianos.
Perante a guerra, defende-se Göring, decretou-se a 24 de Janeiro de 1939 uma “solução total” (“total” e não “solução final” sublinha Göring aos juizes exibindo os documentos) que prevê o internamento de desocupados em campos de trabalho obrigatório, tanto mais quanto se manifestassem contra os interesses da construção do III Reich (a palavra alemã "reich" significa Império). A lei prevê a legalidade de se poder proceder a “detenções preventivas”. Reich deposto, Reich erguido, as analogias voltam hoje a ser flagrantes – mude-se a terminologia “judeus” por “árabes” e sabemos do que se trata. E dos campos de detenção, ainda que secretos, geridos pela CIA, também sabemos.
Nas regiões ocupadas pela Alemanha são criados os “Einsatzkomands”, grupos especiais militares de activistas encarregados de “limpar o terreno” de terroristas anti-Nazis. Os grupos sob o comando de Eichmann até fins de Maio de 1944 tinham liquidado 450 mil judeus na Hungria. O General Otto Ohlendorf o comandante da região ocupada da Ucrânia tinha feito o mesmo a 90 mil. Em Vilnius no Báltico as vítimas totalizam 80 mil. Actualmente no Iraque o número vai em 650 mil muçulmanos. No sul de França a vila de Oradour-sur-Glane é totalmente destruída em 10 de Junho de 1944 pelas tropas germânicas sob o pretexto de ali se acoitarem partizans, que na época era a designação usada para “terroristas”. A terrivel experiência da pequena povoação francesa inspirou Albert Camus para escrever "a Peste". Sessenta anos depois aconteceu tal e qual o mesmo em Fallujah.
Até o conceito Nazi de “blitzkrieg” (a guerra relâmpago) foi clonado por Rumsfeld na “Operação Choque e Pavor" – uma táctica destrutiva como nunca antes alguém vira” citou o criminoso. Grupos especiais de militares norte- americanos trabalham hoje nas suas embaixadas em conjunto com o pessoal diplomático nos países ocupados ou considerados de risco terrorista. Em Nuremberga os militares julgados refutam as acusações invocando apenas e tão só cumprir o seu dever de soldados. O procurador Jackson riposta acusando-os de perjúrio.
A grande maioria dos réus são condenados à morte por enforcamento. Hermann Göring suicida-se na véspera da execução. Albert Speer, o ministro das Obras Públicas, que tinha recebido e gerido milhares de trabalhadores coercivamente recrutados para as grandes obras e para a indústria militar, é condenado a trinta anos de prisão em Spandau. Actualmente o fomento da imigração em massa de estrangeiros, por razões de sobrevivência, substituiu estes métodos. Washington relançou os militarismos alemão e japonês contra o Terceiro Mundo. E o capitalismo seguiu e segue a sua senda de destruição.
notas
(*1) O campo anexo Birkenau era em exclusivo destinado a “Campo Familiar de Ciganos” e dos documentos de transporte até ao final de 1944 tinham sido registadas ali como admitidas 21.300 pessoas, homens, mulheres e crianças, das quais 3697 foram transferidas e gaseadas em Auschwitz. Os registos referem ainda 352 crianças nascidas nesse campo. (o documentário televisivo refere 21 mil mortos - o que significa que não teria havido sobreviventes - o que é completamente falso)
(*2) Em Guantanamo não são, que se saiba, admitidas mulheres, pelo que não há nascimentos a registar. De certo modo, comparando duas desgraças em duas épocas distintas, as formas de repressão e de encarceramento nas prisões secretas actuais são um retrocesso civilizacional
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Em Junho de 1946 quem se senta no lugar principal do banco dos réus elevado ao estatuto de vedeta pelos Media, não é o Presidente do Reichtag – é o “Marechal Goering” (grafia inglesa) – quase todos os réus são acusados pela “tese do complot” e tudo gira em torno de classificações simplistas como os “crimes de guerra”, a intenção de “genocidio” etc. Os americanos acusam Göring de ter criado a “Luftwaffe” à revelia do Tratado de Versailles (que definia os termos da capitulação alemã no pós-1ª guerra e que o próprio Roosevelt reconheceu como injusto) e de ter dado início a uma “guerra de agressão”, mas principalmente com a pré-determinada intenção de proceder a um "exterminio". (o direito do povo alemão se poder auto-determinar é mandado às urtigas).
Hermann Göring, deputado desde 1928 foi a partir de 1932 o Presidente do Parlamento alemão, denominado Reichtag – a casa que legitima o Poder do Povo conforme ainda se lê na frontaria, sob a égide do Presidente da República social-democrata Paul von Hindenburg.
A 7 de Abril 1933 o Parlamento aprovou a “Lei de Restabelecimento Público” que decretou o pagamento de 1000 marcos de imposto especial por conta (PEC ou Income Tax, como se diz agora) a todos os judeus residentes e os impedia, como estrangeiros, de desempenharem cargos na administração pública ao mesmo tempo que estabelecia quotas para os nacionais alemães visando acabar com o desemprego endémico, ao mesmo tempo que reformava compulsivamente todos os não arianos.
Perante a guerra, defende-se Göring, decretou-se a 24 de Janeiro de 1939 uma “solução total” (“total” e não “solução final” sublinha Göring aos juizes exibindo os documentos) que prevê o internamento de desocupados em campos de trabalho obrigatório, tanto mais quanto se manifestassem contra os interesses da construção do III Reich (a palavra alemã "reich" significa Império). A lei prevê a legalidade de se poder proceder a “detenções preventivas”. Reich deposto, Reich erguido, as analogias voltam hoje a ser flagrantes – mude-se a terminologia “judeus” por “árabes” e sabemos do que se trata. E dos campos de detenção, ainda que secretos, geridos pela CIA, também sabemos.
Nas regiões ocupadas pela Alemanha são criados os “Einsatzkomands”, grupos especiais militares de activistas encarregados de “limpar o terreno” de terroristas anti-Nazis. Os grupos sob o comando de Eichmann até fins de Maio de 1944 tinham liquidado 450 mil judeus na Hungria. O General Otto Ohlendorf o comandante da região ocupada da Ucrânia tinha feito o mesmo a 90 mil. Em Vilnius no Báltico as vítimas totalizam 80 mil. Actualmente no Iraque o número vai em 650 mil muçulmanos. No sul de França a vila de Oradour-sur-Glane é totalmente destruída em 10 de Junho de 1944 pelas tropas germânicas sob o pretexto de ali se acoitarem partizans, que na época era a designação usada para “terroristas”. A terrivel experiência da pequena povoação francesa inspirou Albert Camus para escrever "a Peste". Sessenta anos depois aconteceu tal e qual o mesmo em Fallujah.
Até o conceito Nazi de “blitzkrieg” (a guerra relâmpago) foi clonado por Rumsfeld na “Operação Choque e Pavor" – uma táctica destrutiva como nunca antes alguém vira” citou o criminoso. Grupos especiais de militares norte- americanos trabalham hoje nas suas embaixadas em conjunto com o pessoal diplomático nos países ocupados ou considerados de risco terrorista. Em Nuremberga os militares julgados refutam as acusações invocando apenas e tão só cumprir o seu dever de soldados. O procurador Jackson riposta acusando-os de perjúrio.
A grande maioria dos réus são condenados à morte por enforcamento. Hermann Göring suicida-se na véspera da execução. Albert Speer, o ministro das Obras Públicas, que tinha recebido e gerido milhares de trabalhadores coercivamente recrutados para as grandes obras e para a indústria militar, é condenado a trinta anos de prisão em Spandau. Actualmente o fomento da imigração em massa de estrangeiros, por razões de sobrevivência, substituiu estes métodos. Washington relançou os militarismos alemão e japonês contra o Terceiro Mundo. E o capitalismo seguiu e segue a sua senda de destruição.
notas
(*1) O campo anexo Birkenau era em exclusivo destinado a “Campo Familiar de Ciganos” e dos documentos de transporte até ao final de 1944 tinham sido registadas ali como admitidas 21.300 pessoas, homens, mulheres e crianças, das quais 3697 foram transferidas e gaseadas em Auschwitz. Os registos referem ainda 352 crianças nascidas nesse campo. (o documentário televisivo refere 21 mil mortos - o que significa que não teria havido sobreviventes - o que é completamente falso)
(*2) Em Guantanamo não são, que se saiba, admitidas mulheres, pelo que não há nascimentos a registar. De certo modo, comparando duas desgraças em duas épocas distintas, as formas de repressão e de encarceramento nas prisões secretas actuais são um retrocesso civilizacional
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quarta-feira, abril 04, 2007
speedy mexican Gonzalez
Um novo escândalo está a abalar a América do Norte: a demissão pela administração Bush de oito procuradores públicos federais tendo como motivo próximo o facto destes juízes se recusarem a prescindir de convocar Karl Rowe a prestar depoimento em tribunal, num processo remanescente ainda do caso que envolveu Rove, o "consiglieri" da Casa Branca tido como “os miolos de Bush”, nas falsas declarações prestadas aquando de um outro escândalo: o da agente da CIA Valerie Plame envolvida na fraude que criou perante as opiniões públicas a falsa suspeição das “armas de destruição macissa” que estiveram na base de decisão para a invasão do Iraque.
Toda a gente sabe, desde Berlusconi, (que se converteu à politica para não ir preso) que as máfias neocon têm como principal objectivo o assalto final ao poder Judicial moldando os funcionários aos interesses políticos mais escancarados dos Executivos.
O caso tem como origem o tex-mex Alberto Gonzalez, durante muitos anos o grande tarefeiro do imperialismo nos países da América Latina, presentemente secretário de Estado da Justiça dos EUA; que Bush ambiciona(va) que viesse a ser o primeiro juiz latino no Supremo Tribunal.
Bush, pela interposta pessoa de Gonzalez, pretendia que os Juizes recusassem aos seus funcionários autorização para notificar Karl Rove, o principal assessor político do Presidente, a fim de depôr sob juramento no Congresso. A controvérsia aprofunda a actual “batalha” constitucional entre o Executivo e o Congresso. As Comissões da Câmara e do Senado autorizaram a intimação judicial. Não tardou muito, o pistoleiro Gonzalez despediu literalmente os Procuradores Judiciais envolvidos nos processos de notificação.
(fonte: BBC)
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Toda a gente sabe, desde Berlusconi, (que se converteu à politica para não ir preso) que as máfias neocon têm como principal objectivo o assalto final ao poder Judicial moldando os funcionários aos interesses políticos mais escancarados dos Executivos.
O caso tem como origem o tex-mex Alberto Gonzalez, durante muitos anos o grande tarefeiro do imperialismo nos países da América Latina, presentemente secretário de Estado da Justiça dos EUA; que Bush ambiciona(va) que viesse a ser o primeiro juiz latino no Supremo Tribunal.
Bush, pela interposta pessoa de Gonzalez, pretendia que os Juizes recusassem aos seus funcionários autorização para notificar Karl Rove, o principal assessor político do Presidente, a fim de depôr sob juramento no Congresso. A controvérsia aprofunda a actual “batalha” constitucional entre o Executivo e o Congresso. As Comissões da Câmara e do Senado autorizaram a intimação judicial. Não tardou muito, o pistoleiro Gonzalez despediu literalmente os Procuradores Judiciais envolvidos nos processos de notificação.
(fonte: BBC)
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terça-feira, abril 03, 2007
o filósofo da moda, o esloveno que é uma produção tardia da geração hipotecada, Slavoj Žižek, faz hoje em dia grande sucesso teorizando sobre o facto do tipo de linguagem e os métodos dos Neocons da Nova Ordem Mundial se assemelharem em tudo à dos “grupúsculos de extrema esquerda” na Europa dos anos setenta – chega ao ponto de intitular muito prosaicamente de “liberais-comunistas” os extremistas que se acoitaram à sombra de Bush em Washington. Fará sentido?
Brigitte Mohnhaupt, considerada “a mulher mais perigosa” da Alemanha, fez parte de um desses “grupúsculos”, o Baader Meinhof, e saiu da prisão de Aichac a semana passada, onde cumpria 5 penas de prisão perpétua. A imprensa sensacionalista diz que a Alemanha ainda tem medo da terrorista que nunca se arrependeu pelos crimes que cometeu e que deveria ter pedido desculpa, mas nunca o fez. Dizem eles que os alemães nunca entenderam porque é que jovens radicais estudantes universitários, filhos da classe média, se transformaram em terroristas fanáticos, decididos a derrubar o “Estado capitalista” e a fazer a revolução em nome de um operariado que nada lhes pedira.
A 1ª geração do Exército Vermelho (RAF) foi fundada pelos idealistas Andreas Baader, a sua companheira, a lendária Gudrun Ensslin, e a jornalista de esquerda Ulrike Meinhof; eles achavam que não bastava gritar contra a guerra do Vietname, contra o capitalismo e a Coca-Cola. Era preciso atacar o Estado subjugado pelo imperialismo americano que estava a ser consolidado desde que os alemães tinham perdido a guerra, onde judeu Konrad Adenauer fazia de correia de transmissão da nova ideologia e os capitais americanos despejavam literalmente milhões em cima dos executivos “sociais democratas” que criariam o espantalho mór da liberdade: Willy Brandt – a grande concunbina neoliberal de Mário Soares.
As acções terroristas do RAF começaram por tentativas de rapto de “porcos capitalistas” (na gíria jornalista-corporativa): o banqueiro Juergen Ponto e o cão de fila da indústria Hanns-Martin Schleyer, mas depois da primeira vaga de prisões que levaria os militantes Jan –Carle Raspe, Baader e Gudrun ao suicidio, o movimento, como que comandado por uma mão invisivel*, renasceu numa 2ª geração – em 1981 Brigitte é presa na sequência da tentativa de assassímio do general americano Frederick Kroesen.
Na mesma época, o caso italiano das “Brigadas Vermelhas”, que culminou no rapto e assassinato do chefe de fila dos “cristões-democratas” Aldo Moro, foi quase decalcado a papel quimico do processo terrorista alemão, ou vice versa.
A resposta do Estado no exterminio dos “grupúsculos de extrema-esquerda” foi brutal, e queimou toda a terra ideológica de esquerda em seu redor – com o parto do mongolóide “eurocomunismo” desaparecia efectivamente toda a oposição consequente à colonização americana do continente. Para compreender como tal foi possivel temos de ir atrás da tal mão invisivel* e estudar atentamente o que foram os "Clandestine Planning Committee" (CPC) e o "Allied Clandestine Committee (ACC), que estão hoje perfeitamente identificados: eram sub-estruturas clandestinas da Aliança Atlântica (NATO).
Daniele Ganser, professor de história contemporânea na universidade de Basileia e presidente da ASPO-Suíça, publicou um livro de referência sobre os "Exércitos secretos da NATO" (2004). Segundo ele os Estados Unidos organizaram na Europa Ocidental durante 50 anos atentados que atribuíram mentirosamente à esquerda e à extrema esquerda para as desacreditar aos olhos dos eleitores. Todas as “conspirações da extrema esquerda” ficaram “expostas” quando dois dos bombistas de Bolonha foram levados a um tribunal italiano, forçados a declarar os seus objectivos e admitiram que eram neo-fascistas, contratados pela CIA. Assim, há que estudar igualmente com atenção o que foi a "Operação Gládio" e questionarmo-nos se, em face das cada vez maiores dúvidas sobre os atentados em Madrid e Londres, se esse tipo de práticas não estarão ainda em vigor.
Brigitte Mohnhaupt, considerada “a mulher mais perigosa” da Alemanha, fez parte de um desses “grupúsculos”, o Baader Meinhof, e saiu da prisão de Aichac a semana passada, onde cumpria 5 penas de prisão perpétua. A imprensa sensacionalista diz que a Alemanha ainda tem medo da terrorista que nunca se arrependeu pelos crimes que cometeu e que deveria ter pedido desculpa, mas nunca o fez. Dizem eles que os alemães nunca entenderam porque é que jovens radicais estudantes universitários, filhos da classe média, se transformaram em terroristas fanáticos, decididos a derrubar o “Estado capitalista” e a fazer a revolução em nome de um operariado que nada lhes pedira.
A 1ª geração do Exército Vermelho (RAF) foi fundada pelos idealistas Andreas Baader, a sua companheira, a lendária Gudrun Ensslin, e a jornalista de esquerda Ulrike Meinhof; eles achavam que não bastava gritar contra a guerra do Vietname, contra o capitalismo e a Coca-Cola. Era preciso atacar o Estado subjugado pelo imperialismo americano que estava a ser consolidado desde que os alemães tinham perdido a guerra, onde judeu Konrad Adenauer fazia de correia de transmissão da nova ideologia e os capitais americanos despejavam literalmente milhões em cima dos executivos “sociais democratas” que criariam o espantalho mór da liberdade: Willy Brandt – a grande concunbina neoliberal de Mário Soares.
As acções terroristas do RAF começaram por tentativas de rapto de “porcos capitalistas” (na gíria jornalista-corporativa): o banqueiro Juergen Ponto e o cão de fila da indústria Hanns-Martin Schleyer, mas depois da primeira vaga de prisões que levaria os militantes Jan –Carle Raspe, Baader e Gudrun ao suicidio, o movimento, como que comandado por uma mão invisivel*, renasceu numa 2ª geração – em 1981 Brigitte é presa na sequência da tentativa de assassímio do general americano Frederick Kroesen.
Na mesma época, o caso italiano das “Brigadas Vermelhas”, que culminou no rapto e assassinato do chefe de fila dos “cristões-democratas” Aldo Moro, foi quase decalcado a papel quimico do processo terrorista alemão, ou vice versa.
A resposta do Estado no exterminio dos “grupúsculos de extrema-esquerda” foi brutal, e queimou toda a terra ideológica de esquerda em seu redor – com o parto do mongolóide “eurocomunismo” desaparecia efectivamente toda a oposição consequente à colonização americana do continente. Para compreender como tal foi possivel temos de ir atrás da tal mão invisivel* e estudar atentamente o que foram os "Clandestine Planning Committee" (CPC) e o "Allied Clandestine Committee (ACC), que estão hoje perfeitamente identificados: eram sub-estruturas clandestinas da Aliança Atlântica (NATO).
Daniele Ganser, professor de história contemporânea na universidade de Basileia e presidente da ASPO-Suíça, publicou um livro de referência sobre os "Exércitos secretos da NATO" (2004). Segundo ele os Estados Unidos organizaram na Europa Ocidental durante 50 anos atentados que atribuíram mentirosamente à esquerda e à extrema esquerda para as desacreditar aos olhos dos eleitores. Todas as “conspirações da extrema esquerda” ficaram “expostas” quando dois dos bombistas de Bolonha foram levados a um tribunal italiano, forçados a declarar os seus objectivos e admitiram que eram neo-fascistas, contratados pela CIA. Assim, há que estudar igualmente com atenção o que foi a "Operação Gládio" e questionarmo-nos se, em face das cada vez maiores dúvidas sobre os atentados em Madrid e Londres, se esse tipo de práticas não estarão ainda em vigor.
Numa altura em que cada vez mais se percebe
que as opiniões públicas estão a ser amansadas
para novas guerras em grande escala - quem são,
e onde páram os terroristas?
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segunda-feira, abril 02, 2007
Dinheiro Alternativo e Autonomias Locais
“o Sistema: o capitalismo clássico explorava os assalariados; o neocapitalismo explora os consumidores. É necessário que as maiorías acumulem coisas para que as minorías acumulem capital. Engenhoso”.
José Saramago, in “Cadernos de Lanzarote”
O dinheiro é uma das invenções humanas mais engenhosas. Para entender como o dinheiro funciona é útil conhecer as três idéias que induzem as pessoas em erro mas em que quase todos acreditam:
1 – a falsa idéia de Crescimento – ou seja, que o Dinheiro com juros e juros compostos podem crescer sempre
2 – a falsa idéia de Transparência – que os Juros só devem existir quando pedimos dinheiro emprestado
3 – a falsa idéia de Igualdade – partindo da premissa que todos são tratados com igualdade pelo sistema
E a partir dessas falsas idéias descobrem-se três resultados:
1 - Inflação contínua - Como resultado do “defeito” do sistema monetário imposto e comandado pelos vencedores da 2ª Grande Guerra, entre 1950 e 2001 cada Marco alemão perdeu 80 % do seu valor tornando-se assim na moeda mais estável do mundo.
2 - Disparidade entre indicadores econômicos - Margrit Kennedy comparou três indicadores de crescimento entre 1950 e 1995 na Alemanha e descobriu que o Activo Monetário (apoiado por uma quantidade equivalente de Dívida) aumentou 461 vezes, o PIB aumentou 141 vezes e os Salários (depois dos impostos) aumentaram sómente 18 vezes.
3 - Instabilidade Monetária – os sistemas monetários baseados em juros, criam um elevado grau de instabilidade que estimula a especulação financeira, que tirando proveito desta instabilidade, elevou o volume global de transações especulativas monetárias entre 1974 e 2000 em 97 %, onde apenas 3 % das transações são reais, ou seja, produtos e serviços incluindo o turismo. Ou seja, actualmente, de todo o dinheiro existente no mundo sómente 3% é utilizado para a produção de produtos e serviços.
Para os três problemas existem outras tantas possíveis soluções:
1 – o “Dinheiro Social”* conforme se propõe a “teoria dos juros invertidos”
2 – “Poupança e Empréstimos sem Juros”, como a do banco Sueco JAK, ou os bancos árabes que se baseiam na filosofia do Alcorão
3 - “Moedas Complementares” - Com objectivo limitado como no caso de moedas sectoriais como o “Saber”, “Fureai Kippu” e “WIR-system” além das moedas regionais como o “Roland”, “Chiemgauer”, “Kirschblüte”, o Urstromtaler, ou os “BerkShares” (no Massachusetts)
*“Uma boa comunidade, como bem sabemos, assegura-se a si própria pela confiança, pela boa fé e pela esperança no futuro, pela ajuda mútua, solidariedade, uma boa comunidade, por outras palavras, é uma boa economia local”
-Wendell Berry, in "Work of Local Culture"
O Euro está a destruir metade da economia da Europa: a dos pobres. Quem não se lembra? Um café que custava 45 escudos, de um dia para o outro começou a custar 50 cêntimos, ou seja, aumentou para o dobro. Ir ao pão de manhã à padaria, para uma familia de 4 pessoas, custa hoje mais de mil escudos (5 euros)
“Estamos desiludidos com o Euro, na medida em que ele não trouxe muitos benefícios para as nossas comunidades” diz Joerg Dahlke. “Mas ao mesmo tempo, não queremos sair completamente fora do Euro. A nossa moeda regional circula em paralelo com o Euro. Certamente, nós precisamos do Euro para as grandes transações das mercadorias que não produzimos localmente. Os residentes podem escolher pagar cerca de um terço das suas compras fora da região na moeda local, e o resto em euros, ou por vezes, podem pagá-las inteiramente com a moeda local: os Urstromtaler”. Gerfried Kliems explica: “É muito simples; o dinheiro que você gasta permanece na região. Quando o recebo na minha loja, de seguida penso no que vou precisar e onde posso gastá-lo, recorrendo a bens produzidos localmente por outros aderentes ao sistema de moeda regional. Ao fim de cada dia sentimo-nos de bem com a vida e com a nossa comunidade”
Em busca de Sistemas Monetários Sustentáveis - Rumo à Democratização Económica
Os sistemas de emissão de moeda complementar, criando outro tipo de economia solidária, conforme se propôem as filosofias altermundialistas, baseiam-se na “teoria da oxidação” de Silvio Gesell (1862-1930) e apareceu pela primeira vez em Wörgl, na Austria, como resposta às condições de vida degradadas que se seguiram à grande depressão na sequência do descalabro financeiro dos sistemas centrais no pós I Grande Guerra. Ou seja, ao invés da taxa de lucro de crescimento exponencial de filosofia judaica, onde a circulação do dinheiro está condicionada ao pagamento de juros (que conduz aos juros compostos que conduz a um crescimento exponencial que por sua vez é insustentável), a “teoria da oxidação” propõe uma taxa de lucro negativa, onde, em vez de crescer e valorizar-se, pelo contrário, a moeda decresce, desvalorizando-se. (Num sistema de “juros invertidos” o dinheiro perde um pequeno valor percentual todos os meses). Ao não dar incentivos à poupança (amealhando com receio do futuro), a moeda circula, reactivando a economia; a desvalorização apela a que os valores fiduciários deixem de ter interesse em ficar retidos (Ninguém tem vantagem em manter uma moeda que se desvaloriza), passando apenas a ser um meio de pagamento para as compras daquilo de que necessitamos; com um valor de uso apenas para aquilo para que foi criada: a troca de mercadorias e serviços, e não para a acumulação capitalista, ou seja,,, de certo modo trata-se de um regresso à “Ordem Económica Natural”.
John Gray, decerto influenciado por Omar Khayyam, propõe como novo paradigma filosófico, uma atitude contemplativa (que se traduz em tempo para viver) em vez da acção desbragada na caça de mais valias na pior tradição especulativa judaica-cristã – origem das escandalosas assimetrias que herdámos de um sistema desumano que não pára de cavar cada vez mais desigualdade entre ricos e pobres.
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José Saramago, in “Cadernos de Lanzarote”
O dinheiro é uma das invenções humanas mais engenhosas. Para entender como o dinheiro funciona é útil conhecer as três idéias que induzem as pessoas em erro mas em que quase todos acreditam:
1 – a falsa idéia de Crescimento – ou seja, que o Dinheiro com juros e juros compostos podem crescer sempre
2 – a falsa idéia de Transparência – que os Juros só devem existir quando pedimos dinheiro emprestado
3 – a falsa idéia de Igualdade – partindo da premissa que todos são tratados com igualdade pelo sistema
E a partir dessas falsas idéias descobrem-se três resultados:
1 - Inflação contínua - Como resultado do “defeito” do sistema monetário imposto e comandado pelos vencedores da 2ª Grande Guerra, entre 1950 e 2001 cada Marco alemão perdeu 80 % do seu valor tornando-se assim na moeda mais estável do mundo.
2 - Disparidade entre indicadores econômicos - Margrit Kennedy comparou três indicadores de crescimento entre 1950 e 1995 na Alemanha e descobriu que o Activo Monetário (apoiado por uma quantidade equivalente de Dívida) aumentou 461 vezes, o PIB aumentou 141 vezes e os Salários (depois dos impostos) aumentaram sómente 18 vezes.
3 - Instabilidade Monetária – os sistemas monetários baseados em juros, criam um elevado grau de instabilidade que estimula a especulação financeira, que tirando proveito desta instabilidade, elevou o volume global de transações especulativas monetárias entre 1974 e 2000 em 97 %, onde apenas 3 % das transações são reais, ou seja, produtos e serviços incluindo o turismo. Ou seja, actualmente, de todo o dinheiro existente no mundo sómente 3% é utilizado para a produção de produtos e serviços.
Para os três problemas existem outras tantas possíveis soluções:
1 – o “Dinheiro Social”* conforme se propõe a “teoria dos juros invertidos”
2 – “Poupança e Empréstimos sem Juros”, como a do banco Sueco JAK, ou os bancos árabes que se baseiam na filosofia do Alcorão
3 - “Moedas Complementares” - Com objectivo limitado como no caso de moedas sectoriais como o “Saber”, “Fureai Kippu” e “WIR-system” além das moedas regionais como o “Roland”, “Chiemgauer”, “Kirschblüte”, o Urstromtaler, ou os “BerkShares” (no Massachusetts)
*“Uma boa comunidade, como bem sabemos, assegura-se a si própria pela confiança, pela boa fé e pela esperança no futuro, pela ajuda mútua, solidariedade, uma boa comunidade, por outras palavras, é uma boa economia local”
-Wendell Berry, in "Work of Local Culture"
O Euro está a destruir metade da economia da Europa: a dos pobres. Quem não se lembra? Um café que custava 45 escudos, de um dia para o outro começou a custar 50 cêntimos, ou seja, aumentou para o dobro. Ir ao pão de manhã à padaria, para uma familia de 4 pessoas, custa hoje mais de mil escudos (5 euros)
“Estamos desiludidos com o Euro, na medida em que ele não trouxe muitos benefícios para as nossas comunidades” diz Joerg Dahlke. “Mas ao mesmo tempo, não queremos sair completamente fora do Euro. A nossa moeda regional circula em paralelo com o Euro. Certamente, nós precisamos do Euro para as grandes transações das mercadorias que não produzimos localmente. Os residentes podem escolher pagar cerca de um terço das suas compras fora da região na moeda local, e o resto em euros, ou por vezes, podem pagá-las inteiramente com a moeda local: os Urstromtaler”. Gerfried Kliems explica: “É muito simples; o dinheiro que você gasta permanece na região. Quando o recebo na minha loja, de seguida penso no que vou precisar e onde posso gastá-lo, recorrendo a bens produzidos localmente por outros aderentes ao sistema de moeda regional. Ao fim de cada dia sentimo-nos de bem com a vida e com a nossa comunidade”
Em busca de Sistemas Monetários Sustentáveis - Rumo à Democratização Económica
Os sistemas de emissão de moeda complementar, criando outro tipo de economia solidária, conforme se propôem as filosofias altermundialistas, baseiam-se na “teoria da oxidação” de Silvio Gesell (1862-1930) e apareceu pela primeira vez em Wörgl, na Austria, como resposta às condições de vida degradadas que se seguiram à grande depressão na sequência do descalabro financeiro dos sistemas centrais no pós I Grande Guerra. Ou seja, ao invés da taxa de lucro de crescimento exponencial de filosofia judaica, onde a circulação do dinheiro está condicionada ao pagamento de juros (que conduz aos juros compostos que conduz a um crescimento exponencial que por sua vez é insustentável), a “teoria da oxidação” propõe uma taxa de lucro negativa, onde, em vez de crescer e valorizar-se, pelo contrário, a moeda decresce, desvalorizando-se. (Num sistema de “juros invertidos” o dinheiro perde um pequeno valor percentual todos os meses). Ao não dar incentivos à poupança (amealhando com receio do futuro), a moeda circula, reactivando a economia; a desvalorização apela a que os valores fiduciários deixem de ter interesse em ficar retidos (Ninguém tem vantagem em manter uma moeda que se desvaloriza), passando apenas a ser um meio de pagamento para as compras daquilo de que necessitamos; com um valor de uso apenas para aquilo para que foi criada: a troca de mercadorias e serviços, e não para a acumulação capitalista, ou seja,,, de certo modo trata-se de um regresso à “Ordem Económica Natural”.
John Gray, decerto influenciado por Omar Khayyam, propõe como novo paradigma filosófico, uma atitude contemplativa (que se traduz em tempo para viver) em vez da acção desbragada na caça de mais valias na pior tradição especulativa judaica-cristã – origem das escandalosas assimetrias que herdámos de um sistema desumano que não pára de cavar cada vez mais desigualdade entre ricos e pobres.
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domingo, abril 01, 2007
Parece mentira,
Stephen Colbert, (o popular apresentador de talk-shows que em 2006 grelhou Bush no jantar de correspondentes de imprensa) desta vez entrevistou o Senador Lynn Westmoreland, que quando solicitado em directo a nomear os 10 mandamentos, gaguejou, gaguejou e, só conseguiu dizer três:
- não matarás
- não roubarás
- não mentirás
ou seja, o Senador só se lembrou daqueles que os Gringos diariamente infrigem, e que são badalados na televisão a toda a hora. Hilariante!
(ver o Video aqui)
Stephen Colbert, (o popular apresentador de talk-shows que em 2006 grelhou Bush no jantar de correspondentes de imprensa) desta vez entrevistou o Senador Lynn Westmoreland, que quando solicitado em directo a nomear os 10 mandamentos, gaguejou, gaguejou e, só conseguiu dizer três:
- não matarás
- não roubarás
- não mentirás
ou seja, o Senador só se lembrou daqueles que os Gringos diariamente infrigem, e que são badalados na televisão a toda a hora. Hilariante!
(ver o Video aqui)
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