À coca atrás de uma moita de cravos, esconde-se o ladrão que mais grita: “agarra que é ladrão”
Não há nada mais eficaz que mentir usando, como essência do próprio embuste que se pretende transmitir, a própria verdade. Quando o barão do PSD, de seu nome Dias Loureiro, se viu envolvido no escândalo da venda dos sistemas de informação para servir à unificação das policias, já era mais que sabido ao que se destinavam esses equipamentos; ainda o Siresp não tinha sido adjudicado e já os comandos das policias de Lisboa e Porto funcionavam com o sistema, "facultado a titulo gracioso como amostra" pelo benemérito potencial único adjudicatário a quem o Estado (leia-se o PSD no Governo) encomendou o fornecimento.
Daí que, quando um manhoso e obscuro deputado recitou o gag da "ameaça à liberdade e avançou a crítica à centralização do Poder Policial" o 1º Muppet de Cavaco e o Superintendente Costa das Policias, acampados no camarote por baixo do pódio discursivo, se perdessem num riso que lhes foi ao gôto (hic, ihihih) mal disfarçado pelo púdico gesto de encobrimento das faces. Embora estes episódios nos divirtam (os gatos que se cuidem, porque cada vez há mais fedorentos na concorrência) o zé povinho cada vez mais pensa que a Assembleia da República deveria ser alvo de uma desratização urgente
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