o autor, Laurence Rees, apresentado como investigador do chamado “holocausto judeu” mas que de facto é argumentista profissional da BBC, escreveu esta obra por altura das comemorações do 60º aniversário da libertação de Auschwitz. A técnica usada na efabulação da versão sionista da História é simples. Decalca extractos de trechos que apelam às emoções primárias do leitor (o famoso truque da vitimização dos judeus) e cita como fontes obras escritas recentemente e não quaisquer documentos originais (ver notas do nº 48 a 52), usa documentos ditos dos arquivos russos desclassificados já depois da queda da URSS cuja autenticidade poderá ser duvidosa, cita trechos ardilosamente tendenciosos colocando-os entre aspas, mas sem lhes referir a fonte, ou seja são inventados (casos aqui assinalados por (?); e finalmente entremeia tudo com episódios romanceados pelo autor. Uma dramatização ao estilo dos argumentos das séries televisivas. O resultado é eficaz: o conjunto é homogénio e aparece todo ele como sendo um relato verdadeiro. Porém,,, (ver fontes e notas finais às páginas 68-70do livro):
“(...) os nazis acreditavam que não se tratava de uma guerra contra as nações “civilizadas” do Ocidente (?a), mas de uma luta de morte contra os “sub-humanos” judeo-bolcheviques. Por isso, Franz Halder, chefe do Estado Maior do Exército, registou no seu diário, a 17 de Março de 1941, que na Rússia “deve ser usada a força, na sua forma mais brutal” e “a intelligentsia activada por Estaline tem de ser destruída”(?b). Esta atitude significava que era exequivel, para os estrategos económicos, avançarem com uma solução devastadora para o problema da alimentação do exército, duranta a incursão na União Soviética. Um documento de 2 de Maio de 1941 oriundo da Wehrmacht diz que “todo o exército alemão” teria de ser alimentado às custas da Rússia. A consequência disto era óbvia: “dezenas de milhões de homens irão, sem dúvida, morrer à fome se retirarmos do país tudo o que necessitamos” (48). Três semanas mais tarde, a 23 de Maio, outro documento, ainda mais radical, foi produzido pelo mesmo departamento. Intitulado “Guia Politico-Económico para a Organização Económica do Leste”, esclarecia que o objectivo actual era utilizar os recursos russos não apenas para alimentar o Exército alemão mas, também, para sustentar a Europa controlada pelos nazis. Assim sendo, 30 milhões de pessoas, no Norte da União Soviética, podiam vir a morrer à fome” (49)
Existia uma corrente de pensamento dentro do movimento nazi que via esta redução da população economicamente justificável. Sustentada numa teoria da “dimensão optimizada da população”, os estrategos económicos examinavam qualquer zona e baseava-se apenas no número de pessoas que ali vivia, quer a comunidade fosse lucrativa quer desse prejuizo. Por exemplo, o economista alemão Helmut Meinhold, do Instituto para o Desenvolvimento do Leste, calculou em 1941 que 5,83 milhões de polacos (incluindo idosos e crianças) eram “excedentários” para as necessidades” (50). A existência desta população excedentária (os Ballastexistenzen) representava uma “verdadeira erosão de capital”, um “desperdicio de espaço”
“(...) os nazis acreditavam que não se tratava de uma guerra contra as nações “civilizadas” do Ocidente (?a), mas de uma luta de morte contra os “sub-humanos” judeo-bolcheviques. Por isso, Franz Halder, chefe do Estado Maior do Exército, registou no seu diário, a 17 de Março de 1941, que na Rússia “deve ser usada a força, na sua forma mais brutal” e “a intelligentsia activada por Estaline tem de ser destruída”(?b). Esta atitude significava que era exequivel, para os estrategos económicos, avançarem com uma solução devastadora para o problema da alimentação do exército, duranta a incursão na União Soviética. Um documento de 2 de Maio de 1941 oriundo da Wehrmacht diz que “todo o exército alemão” teria de ser alimentado às custas da Rússia. A consequência disto era óbvia: “dezenas de milhões de homens irão, sem dúvida, morrer à fome se retirarmos do país tudo o que necessitamos” (48). Três semanas mais tarde, a 23 de Maio, outro documento, ainda mais radical, foi produzido pelo mesmo departamento. Intitulado “Guia Politico-Económico para a Organização Económica do Leste”, esclarecia que o objectivo actual era utilizar os recursos russos não apenas para alimentar o Exército alemão mas, também, para sustentar a Europa controlada pelos nazis. Assim sendo, 30 milhões de pessoas, no Norte da União Soviética, podiam vir a morrer à fome” (49)
Existia uma corrente de pensamento dentro do movimento nazi que via esta redução da população economicamente justificável. Sustentada numa teoria da “dimensão optimizada da população”, os estrategos económicos examinavam qualquer zona e baseava-se apenas no número de pessoas que ali vivia, quer a comunidade fosse lucrativa quer desse prejuizo. Por exemplo, o economista alemão Helmut Meinhold, do Instituto para o Desenvolvimento do Leste, calculou em 1941 que 5,83 milhões de polacos (incluindo idosos e crianças) eram “excedentários” para as necessidades” (50). A existência desta população excedentária (os Ballastexistenzen) representava uma “verdadeira erosão de capital”, um “desperdicio de espaço”
Faziam notar o modo como Estaline tinha lidado com uma sobrepopulação semelhante na União Soviética. Na Ucrânia, durante os anos 30, uma politica de deportação da classe dos “kulaques” (camponeses ricos) e a colectivização dos que ficaram, levara à morte 9 milhões de pessoas (?c)
“Apelando à rápida germanização dos territórios ocupados, Himmler já chamara a atenção para o facto de a maioria das quintas ou propriedades polacas ser demasiado pequena para sustentar uma família alemã e, agora, acreditava sem dúvida que a morte, em massa, pela fome, iria facilitar a criação de grandes Estados alemães na União Soviética. Pouco antes de ser iniciada a invasão Himmler disse com toda a franqueza que “o objectivo da campanha russa [é] dizimar 30 milhões de eslavos” (51)
(...) quando Hitler escreveu a Mussolini para lhe comunicar a decisão de invadir a União Soviética, confessou-lhe que se sentia “espiritualmente livre” e que a “liberdade espiritual” consistia na capacidade de agir, durante o conflito, como lhe apetecesse. Tal como Goebbels, o chefe da propaganda de Hitler, escreveu no seu diário a 16 de Junho de 1941: “o Führer diz que temos que chegar à vitória quer o façamos a bem ou a mal. De qualquer maneira, temos tanto sobre que responder...” (?d)
Era também claro, nesta fase do planeamento da guerra, que os judeus da União Soviética iriam sofrer horrivelmente. Num discurso no Reichtag em 30 de Janeiro de 1939, Hitler tinha feito uma ligação explicita entre uma futura guerra mundial e a eliminação dos judeus: “Quero ser hoje, de novo, um profeta: se as finanças internacionais e o judaismo dentro e fora da Europa conseguirem lançar as nações, mais uma vez, numa guerra mundial, o resultado será não a bolchevização da Terra e a vitória dos judeus, mas a aniquilação da sua raça na Europa”. (52) ; na foto abaixo: os Nazis prendem o filho de Estaline, Yakov Djugashvili
Hitler usou o termo “bolchevização” para, de acordo com a teoria racial nazi, salientar a ligação entre comunismo e judaísmo. Para ele, a União Soviética era a séde da conspiração judeo-bolchevique. Não interessava que o próprio Estaline tivesse claras tendências anti-semitas (?e). A fantasia nazi concebia que os judeus puxavam os cordelinhos por todo o império de Estaline. Para lidar com a perceptivel ameaça dos judeus da URSS (?f) foram formados quatro Einsatzgruppen, pelotões operacionais, integrados nas SS e na Policia de Segurança que operavam imediatamente antes da linha da frente limpando o terreno, com o objectivo de exterminar os inimigos do Estado”
Fontes mencionadas no livro:
(48) Minutas dos arquivos do Julgamento de Nuremberga 1946
(49) idem
(50) Goetz Aly e Susanne Heim, “Architects of Annihilation”, 2002.
(51) idem
(52) do livro “Hitler” de Ian Kershaw, 2000.
Comentários à obra:
(?a) O principal motivação ideológica dos nazis, antes como agora, era a destruição do comunismo como sistema de organização económico-social, como aliás ficou claro desde a formação dos “Freikorps” durante a Revolução alemã de 1918/9
(?b) Os aparelhos de controlo de massas na época eram copiados entre si pelos três principais lideres europeus: Churchil, Hitler e Estaline. Ver John Keegan, “Biografia de Churchill”.
(?c) Decerto este número é incluido na velha balela laudatória de condenação do “comunismo” pelos “milhões de mortos” que provocou.
(?d) as campanhas militares vitoriosas da Alemanha estavam em pleno apogeu, pelo que não é credível que em Julho de 1941 os seus lideres se auto-culpabilizassem por derrotas previsiveis. Ver “Discurso de Hitler no Reichtag em 11 de Dezembro de 1941, sobre a culpabilidade de guerra de Franklin D. Roosevelt”
(?e) Não se compreende a acusação de anti-semitismo. Estaline era ele próprio de origem judaica: de seu nome de origem Yoseph David Djugashvili, o que traduzido à letra significa “José filho de judeu David"
(?f) a ênfase posta nas intenções de extermínio dos judeus do Leste visa branquear o controlo do negócio bancário da City de Londres e de Wall Street pelos banqueiros judeus que financiaram de igual modo o esforço de guerra da Inglaterra e da União Soviética. Existem cartazes de propaganda nazi onde se diaboliza a aliança do capitalismo ocidental com o capitalismo de Estado que então começava a nascer na URSS
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