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Encontramo-nos no começo do século XXI, quando o avanço científico tem sido prodigioso, pelo que o extravio deste valor pela FED conduzida por Ben Shalom Bernanke, dá muito trabalho a digerir, até aos próprios legisladores dos Estados Unidos, como Alan Grayson, representante democrata da Flórida (Huffington Post, 24/7/09).
Há um outro caso antecedente relativamente recente do qual até à data não existe uma explicação verosimil, já não se pede que seja credivel, sobre os 134 mil milhões de Fundos do Tesouro que em meados de Junho passado dois japoneses tentaram introduzir na Suiça numa mala proveniente da fronteira italiana (Bloomberg, 17/6/09).
Desde Março passado que se tem verificado um aumento progressivo da injecção de dólares em bancos centrais estrangeiros pelo método dos swaps. Valores colossais têm sido transferidos sem aprovação, conhecimento ou vigilância do Congresso ou da Casa Branca. É um curioso modelo, esquizofrénico, praticado pelos EUA – por um lado a ditadura financeira (exportação de simulacros de capitais que vencem juros) com a abstenção activa de um presidente eleito por voto indirecto que beneficia a plutocracia, por outro lado, a ilusão da “maior democracia liberal do mundo”. Quem governa de facto os Estados Unidos? A ditadura financeira ou a sua democracia relativa?
Neste momento de debacle bancária a democracia politica relativa é controlada pela ditadura financeira, cuja liderança foi consubstanciada no banco Goldman Sachs. A tríade judaica Ben Shalom Bernanke, Tim Geithner (o secretário do Tesouro que representa os interesses de Wall Street) e Larry Summers (conselheiro económico presidencial) têm Obama sequestrado numa situação aberrantemente anómala da sua politica económica: a Goldman Sachs ganha, enquanto os EUA perdem!
Outra anomalia radica no facto de a mesma Reserva Federal continuar a ser lavada como entidade “semipública” quando é amplamente controlada por um consórcio reduzido de bancos privados. Uma só pessoa, Bernanke, que não foi eleita pelos cidadãos norte americanos, decidiu unilateralmente o destino da colossal soma de “swaps” que representam um intercâmbio de divisas entre paises que remetem para datas futuras. Até ao ponto que conseguimos ver, os “swaps” são parte da mesma especulação demencial dos “derivados financeiros”
No espaço de um ano (em 2008) a FED aumentou o crédito a bancos estrangeiros de 24 biliões de dólares para 500 biliões (meio Trilião de dólares). Para onde foi o dinheiro? Boa pergunta! Que bancos estão envolvidos? O chairman da FED foi vago nos detalhes: "I don't know!” bem, mas que paises receberam “o dinheiro”? "Europe and other countries”. Segundo dados expressos neste video no caso da Nova Zelândia, atendendo ao total da população, cada homem, mulher e criança recebeu swaps no valor de 3 mil dólares por cabeça.
O senador Alan Grayson questionou Bernanke: “¿o dinheiro (note-se, não se trata de dinheiro mas de “swaps”) foi usado para comprar fundos do Tesouro dos EUA e valorizar o dólar?” Como resposta o director da Reserva Federal disse ignorá-lo! Acrescentando que “não considera o comércio de divisas como um negócio de risco” devido a que colateralmente possui divisas dos bancos estrangeiros – facto contestado por Alan Grayson porque “deixa de fora o risco inerente à especulação numa actividade que é a mesma que realizam os “hedge funds” (Fundos de Cobertura de Risco). Algo de muito importante está a acontecer com o jogo de transferências de divisas e swaps para que o balanço contabilistico da Reserva Federal exiba um passivo 40 vezes maior que o seu capital. Segundo o senador Grayson, desde o inicio do jogo dos swaps e os seus reflexos na cotação do dólar “parece que os Estados Unidos sofreram perdas na ordem dos 100 biliões de dólares, devido a que o valor das divisas estrangeiras nas mãos dos EUA se desvalorizaram uma quinta parte.
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O mais grave disto tudo reside no facto de a Reserva Federal se encontrar imune a qualquer espécie de auditoria independente – o que tem vindo a ser insistentemente pedido pelo ex-candidato presidencial excomungado Ron Paul. E que entidade independente audita por exemplo o Banco de Portugal, ou os bancos centrais dos paises dependentes por esse mundo fora? – as autoridades locais, enquanto descartam a incapacidade de resolver a falência da economia para o éter da “crise mundial”, de facto são cúmplices por omissão ou comissão da conduta ditatorial dos Bancos Centrais – são ininputáveis, com ausência de transparência nas contas e na submissão a uma ordem democrática impossível neste paradigma, como se viu no caso BPN.
Segundo o articulista de La Jornada no caso do México o banco central contraiu 30 mil milhões de dólares em “créditos swap” directamente à FED e outros 47 mil milhões através do FMI. No total tais “créditos em papel impresso para o futuro” somam 77 mil milhões que deverão ser pagos algum dia – através da hiperinflacção vindoura lançada sobre a totalidade dos cidadãos-contribuintes. Não só os do México claro, mas de todos os paises cujas elites oligarcas aceitaram receber títulos de dívida em troca de depósitos de divisas nacionais à ordem do reduzido consórcio de bancos privados norte americanos que controlam através da FED a economia financeira mundial
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