"É uma Revolta?" perguntou o Rei naquele fatidico 14 de Julho - como desta vez não havia ninguém da grande burguesia à testa dos acontecimentos para os controlar, responderam-lhe: "não Majestade, é uma Revolução"
O modo como no refluxo da Revolução a Burguesia (os proprietários dos meios de produção) se voltam a apropriar das conquistas do Povo é recorrente; pode demorar uns dias, uma década ou um século, que se a Revolução não for permanente e participativa, esta não corra o risco de ser transformada em espectáculo de pompa e mediocridade. No ano da graça de 1989, sob o consulado do autodenominado "socialista" Miterrand a efémeride já era comemorada tendo como convidado de honra na Ópera da Bastilha o expoente máximo da criminalidade neoliberal organizada: George Herbert Bush
De modo análogo em Portugal, no mesmo dia em que se começa a representar a farsa do "governo de salvação nacional",
nos bastidores fala-se como "personalidade de reconhecido prestígio" para tutelar a actual pseudo democracia no general Ramalho Eanes,mandatário das duas campanhas presidenciais de Cavaco Silva e personagem obscura que se notabilizou precisamente por ter preparado e executado o golpe militar contra-revolucionário de 25 de Novembro de 1975. Para se aquilatar da natureza da personalidade, "tendo sido CEMGFA de 76 a 81, Eanes saberá explicar muitas das coisas que nós não sabemos", disse Freitas do Amaral, referindo que Ramalho Eanes afirmou "que mandou arquivar os relatórios como documentos confidenciais relativos ao Fundo de Defesa Militar do Ultramar (FDMU) que foi o principal móbil no assassinato de Sá Carneiro.
1 comentário:
xatoo,
Acho que este seu post está de coragem!!
Parece que combinamos os posts...
Vou surripiar mais uma vez, pois este complementa e de que maneira, o que vou divulgar.
Obrigada
Um abraço
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