Por razões evidentes, (os 10 mil milhões metidos no futebol dos quais a Fifa sonegou 2 mil milhões limpinhos) a onda de manifestações no Brasil não pára, nem os revoltosos respeitam ninguém, pelas mesmas razões evidentes (o Estado a sustentar com milhões uma crença religiosa) nem respeitam, obviamente, o próprio Papa (1).
O povo lembra-se do golpe-de-Estado de 1954 quando “eles” destituiram e assassinaram o presidente Getúlio Vargas e, dez anos depois, aliados a alguns generais brasileiros chefiados por Carlos Lacerda, um jornalista financiado pela Agencia Central de Inteligência (CIA) então governador da Guanabara e pelo embaixador norte-americano Lincoln Gordon, no dia 1 de Abril de 1964 derrubaram, com o total apoio dos seus meios de comunicação social, não apenas o presidente trabalhista, João Goulart, mas o regime democrático por inteiro. Através dos seus rádios e TVs convocaram então uma “Marcha com Deus pela Democracia”, que levou às ruas dezenas de milhares de pessoas, principalmente da classe média, para “pedir a intervenção dos militares”. No Brasil as acções de policia são desempenhadas pelo Exército, actor principal numa luta de classes que se institucionalizou em guerra civil.
Aproveitando-se da grande religiosidade do povo, eles criaram programas religiosos nas principais rádios do Brasil, nos quais pretensos “padres americanos”, na verdade agentes da CIA infiltrados na Igreja Católica, chefiados por Patrick Peyton, diziam que a “Virgem Maria os havia enviado ao Brasil para salvar o país do comunismo”. Entre outros “crimes”, eles acusavam João Goulart de defender a reforma agrária e principalmente por ter aumentado em 100% o salário mínimo, congelado por oito anos, o que era um sinal de que o presidente eleito “queria implantar o comunismo no Brasil”. Após consolidado o golpe, eles e os generais que com apoio entusiástico dos seus jornais haviam roubado o poder para “defender a Democracia com a Ajuda de Deus”, traíram as suas promessas e nunca mais realizaram eleições directas para presidente, governador e prefeitos das capitais regionais. Fecharam o Congresso, cassaram mandatos, prenderam prefeitos, vereadores, parlamentares adversários. A alguns como o deputado comunista Gregório Bezerra amarraram-no na traseira de um Jeep do exército e arrastaram-no meio morto, algemado, pelas ruas de Recife. Implantaram o regime de excepção, que governava por decretos e não por leis, que os seus jornais, rádios e TVs aplaudiram e louvaram por 21 anos.
A ditadura que “eles” apoiaram proibiu a existência de partidos políticos, (aos escravos não é permitido organizarem-se), estabeleceu a censura a livros, revistas, músicas, poesias, rádios e jornais que deveria aprovar previamente qualquer coisa antes de ser publicada. Centenas de jornalistas foram presos, torturados, mortos ou processados naquela época. A ditadura encerrou milhares de sindicatos em todo o Brasil, cassou mandatos de senadores e deputados adversários, prendeu sem ordem judicial, sequestrou, torturou e matou os seus opositores e qualquer pessoa que continuasse a defender a democracia. Através das suas estações de televisão, promoveram uma verdadeira lavagem cerebral em massa, ganhando de uma só vez, centenas de concessões de rádio e TV, em todo o país, formando uma rede monopolista de veículos de comunicação. Nos 21 anos que se seguiram, os golpistas ganharam fortunas imensas, medidas em biliões de dólares como pagamento da publicidade oficial que faziam dos governos da ditadura, sem qualquer tipo de licitação. Através do emprego de equipamentos de televisão de ultima geração e de videotape, com recursos quase ilimitados, eles passaram a produzir programas e telenovelas de qualidade muito elevada para a época, que passaram a hipnotizar a classe média.
Aproveitando a lavagem cerebral promovida pelas TVs durante estes 50 últimos anos, bem como a falta de qualquer preocupação do governo e do PT em dar educação política ao povo, em ter qualquer meio de comunicação que não esteja sob o controle do capital americano, inglês ou israelita, eles querem culpar Lula, Dilma e o PT pelo enorme atraso do Brasil. Que por ironia, e ainda assim, foram exactamente aqueles que, do mal o menos, mais fizeram pela diminuição dessas desigualdades. Devotam um ódio irracional contra Lula por não poderem admitir que um operário tenha em oito anos, criado mais de 15 milhões de empregos, tirado 28 milhões de pessoas da faixa da miséria e passado 31 milhões de pessoas da pobreza para a ilusão de pertencerem à classe média, agora hipnotizada pela perspectiva do consumismo.
Rogerio Mattos Costa, no site Pátria Latina, (1) depois de passar por um resenha histórica dos governos de direita no Brasil, coloca a questão da instrumentalização das actuais manifestações contra um regime comandado pelo Partido dos Trabalhadores. O facto de militantes do partido do Poder terem tentado aderir a diversas manifestações tendo sido imediatamente expulsos, teria a marca da mesma extrema direita de sempre, que desta vez tenta manipular e orientar as manifestações de rua através do “Anonymous”, uma empresa privada com sede em Londres, criada pela CIA, pela Mossad e pelo M-16, os serviços secretos dos EUA, Inglaterra e Israel, para contratar jovens de classe média entusiasmados com computadores e jovens desempregados do terceiro mundo, todos potenciais dissidentes “contra o sistema” mas extremamente bem preparados, Usando esses jovens mascarados, é a mesma extrema direita de sempre que tenta conduzir e direccionar as manifestações e, com a ajuda da TV e de vídeos postados no Youtube, impor as suas palavras de ordem e os seus objectivos, bem como sugerir os seus trajectos e estimular os actos de violência. Trabalhando para eles, comandados por eles, vicejam dentro do “Facebook” inúmeros agrupamentos que usam o “charme da clandestinidade” para atrair os incautos e os mais distanciados da realidade. Será que alguém ainda acredita que um grupo de valentes cidadãos anónimos teria tanto dinheiro e recursos para produzir centenas de vídeos contra o governo brasileiro como o tal “Anonymous”?
As elites brasileiras e os seus patrões norte americanos não suportam a ideia (!?) de que um operário metalúrgico e uma ex-guerrilheira tenham colocado 1,5 milhão de jovens pobres nas universidades e construído 240 escolas técnicas federais, criando 18 milhões de empregos em dez anos. No “Facebook” pessoas identificadas com as forças conservadoras dizem que querem acabar com os partidos políticos, tendo como alvo principal o Partido dos Trabalhadores, se fossem todos iguais. Querem criar uma “Democracia Directa”, que funcionaria convocando Assembleias populares pela internet, passando por cima do facto da imensa maioria não ter acesso a essas tecnologias nem aos meios informáticos necessários. Percebendo que iriam perder as próximas eleições em 2014 eles pretendem tornar realidade mais uma vez o seu velho sonho para o Brasil (mas a estratégia é global): como os seus partidos estão desacreditados e desmoralizados, querem acabar com os outros partidos políticos e implantar novamente uma ditadura. O único partido admitido seria o “Partido do Facebook”, como se não existissem programas que votam dezenas de vezes em qualquer “pesquisa”, que enviam milhares de mensagens automáticas em nome de milhares de pessoas diferentes. Trata-se de uma manipulação grosseira das massas. Tal como ocorre hoje em dia no Egipto, na Turquia, na Tunisia, Libia e Síria, estimulam através do “Facebook”, da televisão e do You-Tube, cenas de violência, de preconceito, de intolerância instrumentalizando a opinião pública.
Em vez de usar tanques de guerra e a 7ªesquadra da Marinha Americana como em 1964, eles agora tentam golpes-de-Estado de tipo novo, com ajuda de programas informáticos desenvolvidos por encomenda do próprio governo dos Estados Unidos (também em versões comerciais de multinacionais como a Google), que simulam serem autênticos, mas que enviam de um único computador milhares de mensagens por minuto de milhares de pessoas “adicionadas”, que recebem mensagens dos “seus amigos”, sem saber que podem não ser verdadeiras, como denunciaram Julien Assange e Edward Snowden. Por todo o mundo, basta ver os telejornais para perceber que eles não usam apenas tanques de guerra, soldados, nem só jornais, rádios e TVs para derrubar governos. É preciso reagir a essa tentativa da contra-informação militar norte-americana, inglesa e israelita de manipular os movimentos sociais que descem à rua, divulgando informações verdadeiras.
O artigo de Rogerio Mattos Costa tem como objectivo a defesa eleitoral do PT, quando afirma que Dilma Roussef está a ser alvo de um golpe-de-Estado que visa destitui-la. Mas a “informação verdadeira” é que o “Partido dos Trabalhadores” se converteu igualmente num partido de elites subjugadas pelos interesses estrangeiros, embora o faça de forma mais dissimulada. Uma elite metamorfoseada tão corrupta quanto todas as outras que tradicionalmente militam nos outros partidos de direita e extrema-direita. Para o cidadão desprevenido e desarmado, entre uns e outros venha o diabo e escolha… entre a punhalada imediata ou a morte lenta
(1) Papa Francisco é a ContraRevolução Moderna
(2) Breve História do Brasil, – da Ditadura ao “Facebookismo” de rosto “democrático” – , dedicada aos jovens que estão nas ruas fazendo o país avançar, mas que não querem ser usados pela CIA para fazer o Brasil voltar atrás.
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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terça-feira, julho 23, 2013
O fascínio do “ANONYMOUS”, o novo partido único da Direita, dirigido de Londres. Quem são "eles" e qual o modus operandi?
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