Confesso que hoje de manhã quando vinha dali práqui, ao ouvir o noticiário da TSF, deu-me um tal ataque de riso que tive de encostar o pópó à berma para limpar a vista. A "enviada especial" do lado de lá, em Budapeste, no meio da manifestação sob ataque da policia teve de interromper a emissão engasgada pelos gases lacrimogéneos. Entretanto lá foi gaguejando que não sabia por onde andava o "nosso" presidente Cavaco. Se calhar, esganiçava-se ela, tinha sido dos poucos que tinha conseguido escapar do Parlamento onde duas dezenas de chefes de Estado europeus entraram para a celebração solene da "Declaração da Liberdade, 1956" e, tendo-se safo (safa!) por caminhos alternativos já estava em Lisboa, eheheh!! Entretanto na rádio continuava-se a ouvir em pano de fundo a bordoada de três em pipa e os ordeiros tirinhos disparados pela GNR lá do sítio, para desconvocar a missa dos não-crentes.
Os húngaros, claramente frustrados com os custos sociais da "transição", demoraram 50 anos para perceberem finalmente que não há nada a comemorar. Foram aldrabados, como nós o somos desde há três décadas.
O "portugal diário", que deve ter andado lá de bloco de notas em punho a assentar as filiações partidárias da turba, (eheheheh) dizia em simultâneo "que alguns milhares de manifestantes "de direita" (note-se: se calhar o Cavaco "pirou-se" pela porta das traseiras porque é de esquerda) circulavam na baixa de Budapeste reivindicando-se «os verdadeiros herdeiros de 1956 e não os que assistem às cerimónias oficiais», mas não disse, mas nós sabemos de fonte fidedigna que alguns veteranos da “Revolta Húngara de 1956" (patrocinada pela diáspora húngara nos Estados Unidos) se recusaram a apertar a mão ao primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany, o Mentiroso que este ano aldrabou o programa apresentado a votos para poder ser eleito.
Afinal as reinvidicações populares até são simples: que haja honestidade básica!. O que é pedir muito, atendendo ao calibre dos bushexecutivos.
Entretanto, ali ao lado na Alemanha, sob uma forte cortina de silêncio da "comunicação social", lá como cá, após os grandes protestos de trabalhadores ocorridos no último fim de semana nas maiores cidades do país, a “Grande Coligação” neoliberal e os líderes sindicais trocam acusações mútuas sobre as mudanças que se pretendem levar a cabo no sector da Segurança Social e na Saúde.
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