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domingo, outubro 22, 2006

"O microcrédito cria actividade e deixa menos espaço para o fanatismo"
Muhammad Yunus, prémio Nobel da Paz por ter inventado o Grameen Bank, mas,
o que Yunus não quis prever é que há já micro-empresários portugueses que, em vez de fechar a porta porque não têm outra alternativa de vida, preferem recorrer ao crédito para pagar o Imposto Especial por Conta. Eis como o Grameen Bank se transforma num instrumento eficaz de combate à pobreza,,, do Estado fanático.

Nenhum dos gurus da economia pensa que possa estar próxima do limite a actual euforia bolsista. A generalidade das bolsas assiste até a fortes movimentos de valorização, recuperando a totalidade das perdas verificadas recentemente, mas,,,

As Opas, Fusões e Concentrações são impulsos artificialmente injectados no sistema Capitalista para o fazer crescer podendo o organismo sentir a ilusão que continua a melhorar, embora a realidade seja outra. Assim um pouco como as doses de morfina são aplicadas a um doente com cancro em fase terminal (passe o mau gosto da comparação) imagina-se que com a aplicação destes truques se vive na verdade um cenário macroeconómico impar em termos de crescimento mundial e abundância de liquidez.
Descomplexificando a acção dos magotes de eruditos do economês diz um pachola americano (Michael D. Yates), com alguma graça, que tudo o que precisamos saber de Economia é como e onde encontrar motéis baratos e comida quente. Mas são precisamente estas duas coisas essenciais que se tem verificado ser cada vez mais difíceis de obter pelas classes médias, pelo menos entre nós, em que são os mais desafortunados que têm pago a crise, por via da sua crescente proletarização.



"É neste contexto que Manuel Alegre desafia o PS a tocar nos lucros dos bancos advertindo previamente que "já era socialista antes de ser filiado no PS" afirmando que:

"Os sacrificados são os mesmos de sempre"

Na entrevista concedida ao Diário de Noticias, questionado pelo jornalista se "ser filiado no PS não o amarra a situações em que preferia não estar" Alegre riposta que "neste caso, sim. Mas já uma vez suspendi o mandato para não votar uma revisão constitucional"
Vejamos então o que acontece, recordando a propósito que foi quando Santana Lopes teve esta mesma linda ideia de mexer nos lucros da Banca, que foi imediatamente corrido pelo presidente Sampaio. O mais certo é, como de costume, não acontecer nada.

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim,(...)" poupo-me à transcrição do elogio feito na "Pátria" de Guerra Junqueiro no ano longinquo de 1896, para não pensardes que a memória do tempo vos atraiçoa, nada mudou, ou que o retrato não é de ontem, Outubro de 2006.

como diria o adjunto das facturas da electricidade
" se nada acontecer a culpa é tua e,
mais tarde ou mais cedo, hás-de pagá-las!


o Movimento Intervenção e Cidadania (MIC)

Quem participa no MIC não está sujeito a qualquer disciplina de grupo. Ora aqui está uma bela oportunidade para se gerar uma movimentação de cidadãos que obrigue o Poder a taxar a Banca. Quem compra um quilo de bananas paga 21 por cento de IVA; quem transacciona 5 milhões de euros não paga nada. Porquê? - é evidente que isto é assim, porque as decisões importantes que dizem respeito às nossas vidas são tomadas no exterior, e o governo que temos foi nomeado pela Banca Transnacional por interpostas pessoas: os eleitores. Voltando à receita tradicional do Guerra Junqueiro: "temos uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro […] enfim, temos "Um poder legislativo, esfregão de cozinha do Executivo" - (que agora se transferiu para Bruxelas e Washington). Fogo neles!!
(ou então, veremos como o MIC não será mais do que mais uma tábua de salvação para in extremis controlar o resssentimento dos atrevidos que põem o sistema em causa)

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