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Assim, confrontamo-nos com um tipo de organização tão complexa que se pode designar por “sociedade reflexiva”, onde a sociedade se converte num problema para si própria. Este conceito simuladamente pós-industrial (erradamente designado, pois do que se trata é da deslocalização das indústrias) não foi teorizado pelos clássicos.
O que constituía para Max Weber (1864-1920) uma unidade indivisível Estado e Soberania há muito tempo que se tornou divergente. Isto quer dizer que a capacidade dos Estados para agir tem de facto de ser conceptualmente entendida e politicamente inferida, independentemente dos conceitos anteriores de Soberania e de Autonomia.
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“Max Weber partia do princípio de acordo com o qual as decisões sobre a guerra e a paz se encontravam entre as "características essenciais" do Estado – Como assim? sou um cidadão de Munique. Quem é que decide sobre a guerra e a paz em nome dos cidadãos de Munique? O concelho municipal de Munique? O governo do estado da Baviera? O parlamento federal alemão? O chanceler federal? O parlamento europeu? A comissão europeia? A NATO? O presidente dos Estados Unidos? O Conselho de Segurança das Nações Unidas? Em termos formais, a resposta pode ser definida, mas, de facto, tornou-se tudo muito pouco claro. Em última instância, a decisão nacional sobre a guerra e a paz já não corresponde às competências autónomas de Estados individuais” (1) mas sim às empresas transnacionais que definem e colocam os seus representantes nos cargos decisores. É de facto o já conhecido primado da Economia sobre a Política.
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no caso de o permitirem(...).
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Ou seja, em jeito de conclusão: amplas liberdades e impunidade para os actores transnacionais, condicionalismos extremos e repressão para os cidadãos que estão subjugados no interior dos Estados. A proposta da doutrina “de menos Estado” dos neoliberais é uma falácia
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