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quinta-feira, maio 14, 2009

Globalização (II)

Marx e Engels com a publicação do Manifesto do Partido Comunista (1848), descreveram em breves trechos, com precisão, o processo que depois se converteu na «globalização».

Alguns excertos: «o descobrimento da América e a circum-navegação de África criaram um novo terreno para a burguesia ascendente. O mercado das Índias Orientais e da China (...) deram ao comércio, à navegação, um auge desconhecido (...), os mercados continuaram a crescer (...). A necessidade de dar cada vez maior e mais extensa saída aos produtos lança a burguesia de uma ponta á outra do planeta (...) Os produtos das diferentes nações transformaram-se em património comum(...) o capital não conhece fronteiras», ou seja, transplantadas estas ideias para a linguagem actual, Marx previu a tendência dos mercados e das empresas a alargarem-se, alcançando uma dimensão mundial que ultrapassa as fronteiras nacionais. Da mesma liberdade não gozam os proletários, amarrados às fronteiras nacionais – e a luta contra isto foi a consigna “proletários de todo o mundo uni-vos”.
Passados 160 anos, a concentração do capital e o crescente abismo entre ricos e pobres (48 grandes magnatas com investimentos globais possuem o mesmo rendimento do total de 600 milhões de pessoas) e o crescimento do desemprego (1,2 mil milhões de pessoas no mundo) e da pobreza (800 milhões de pessoas passam fome) são os principais problemas sociais da globalização neoliberal; factos que, acrescentados pela crise, vêm ganhando cada vez maior significado.

Depois do advento do Neoliberalismo (com inicio na desregulamentação do valor do dólar em relação ao ouro) o economista neoliberal Theodore Levitt (um judeu, claro) foi o primeiro (em 1983) que fez referência á Globalização dos Mercados (no contexto da criação de uma Nova Ordem Mundial para a Economia, citada do grupo de neocons comandados por George Herbert Bush, então vice-presidente na era Nixon).

Michael Porter (1990) utilizou posteriormente o termo para diferenciar uma empresa Multinacional de uma Global. A companhia multinacional é aquela
que produz num determinado número de países e que não têm ambições de unir as operações dum ponto de vista estratégico, enquanto que a empresa global provoca uma estratégia mundial em que as diferentes sucursais nacionais se encontram ligadas e totalmente coordenadas entre si, fazendo com que o conjunto tenha um maior valor que a soma das suas partes. A empresa global é aquela que perde identidade nacional e que opera como uma entidade sem pátria e a uma escala mundial.
Entretanto o comando politico do processo foi sendo apropriado pelas empresas globais.que gozam de privilegios imbativeis por parte dos governos, em detrimento dos trabalhadores e dos empresários da pequeno e micro empresas nacionais.
(continua)

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