Já vai prolongado este namoro entre esse movimento/bloco chefiado pelo inefável Louçã e Cavaco Silva. É público, é notório e os “noivos” já nem se dão ao trabalho de esconder as juras eternas de fidelidade que um ao outro fizeram.
Começou quando, com cândida alegria, Louçã referiu Cavaco como o seu novel aliado contra a “iniquidade” do confisco ilegal do subsídio de férias e de natal dos trabalhadores da função pública (decretado pelo governo PSD/CDS, promulgado pelo presidente da república e caucionado pelo Tribunal Constitucional).
Revelou-se, ainda, no contentamento revelado por Louçã por ter o indigente de Belém de acordo com a sua tese quanto à necessidade de se “reestruturar” ou “renegociar” a dívida.
E, por fim, mas não certamente o último, expressa-se agora na alegria com que Pedro Filipe Soares – uma vez mais ele -, deputado do BE e querubim de serviço a este namoro, vem considerar que a posição de Cavaco, apesar de tardia, está em conformidade com o que o outro par do casal sempre defendeu, isto é, que o Banco Central Europeu (BCE) devia intervir, de forma mais efectiva, na “ajuda” aos países em dificuldade, adquirindo “dívida nacional”, mormente a Portugal.
Fazendo referência a uma intervenção de Mario Draghi, presidente do BCE, produzida há algumas semanas, e em que ele defendia a remota hipótese de instituição à qual preside, com o fito de “salvar o euro a todo o custo”, poder vir a adquirir dívida a vários países da “zona euro”, aliviando, assim, as suas necessidades financeiras – leia-se, salvando a banca da bancarrota, pois tal operação seria realizada entre o BCE e os bancos comerciais de cada país -, Cavaco e Louçã demonstraram, uma vez mais, quão sólida é a sua união.
Unidos em fazer valer as “promessas” do quadro da Goldman Sachs,e escamoteando que a “ajuda” de que este fala, agora que foi arvorado a presidente de um banco que só é central pelo facto de ser o centro operacional do imperialismo germânico, é a de fazer com que o marco, travestido de euro, cumpra as funções que para a “moeda única” foram desenhadas. Que são as de servir de instrumento de dominação da Alemanha sobre os restantes países europeus, sobretudo sobre aqueles que consideram ser os “elos mais fracos” da cadeia capitalista na Europa.
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