Não há acordo para a Grécia. "Só podemos chegar a um acordo com diálogo e o que temos tido é pouco diálogo. Acho que temos de recomeçar um diálogo, mas com adultos na sala", afirmou Christine Lagarde à saída da última reunião. Segundo o correspondente em Bruxelas do "El Mundo" Lagarde cumprimentou Varoufakis com um "a criminosa-chefe vem dizer olá", numa clara alusão ao facto de o Parlamento da Grécia ter apontado haver “indícios de criminalidade” no processo de endividamento imposto pelo FMI aos anteriores governos gregos liderados por corruptos - a Grécia tem portanto o direito legal de pedir o cancelamento da dívida.
Esta é a mesma Lagarde (Adulta/adúltera ideológica) que escreveu ao antigo presidente Sarkozy: “Utiliza-me como te convier” segundo divulgou o LeMonde no âmbito do chamado "escândalo Tapie" em que é suspeita de cumplicidade no desvio de fundos públicos quando era ministra das Finanças para apoiar a eleição de Sarkozy. Mas a agora já bem adulta directora do FMI, “a ser utilizada” em tribunal desde 2014, recusa demitir-se.
Fait-divers da “justiça” neoliberal aparte, passando por cima da treta dos cofres cheios, da almofada da ministra cheias de notas do BCE, das garantias de Coelho que não há azar, do Cavaco defensor que Portugal está protegido e outros pândegos, Janet Yellen, a directora da Reserva Federal norte-americana veio imediatamente avisar que se a Grécia for forçada pela UE como gestora dos credores a entrar em bancarrota “haverá graves perturbações nos mercados financeiros e na economia global. (só a Banca alemã e francesa perderiam cerca de 160 mil milhões de euros e, obviamente, o "cliente"). "O que teria sem dúvida repercussões para os Estados Unidos afectando igualmente as nossas perspectivas”. De domínio imperialista, esqueceu-se ela de acrescentar. (The Guardian)
O ministro das Finanças grego, a quem esta escumalha do directório europeu e seus modestos latrineiros nacionais ousam desafiar intelectualmente, é um dos poucos académicos que apontou em tempo o Dólar, quando "nasceu como 'Minotauro Global' (1) no pós guerra como moeda hegemónica mundial e os especuladores de Wall Street com rédea solta desde a década de 70 como estando na origem da actual crise (2008-2011-2015)
O livro tem 4 anos de editado, mas está mais actual que nunca. A edição portuguesa, só publicada em Junho de 2015, é dificil de ver, anda sempre na última prateleira de baixo ao rés-do-chão. Ainda assim, mesmo que descoberto, repare-se na limpeza gráfica com que se torna o assunto abstracto, comparando com o grafismo esclarecer de uma qualquer edição estrangeira.
(1) O site "Resistir.Info" publicou em 2011 uma resenha do livro com o título "Uma fábula para os nossos tempos" e outro esclarecedor artigo em 2013 da autoria de David Laibman intitulado "O fim do Minotauro e a Bancorruptocracia". Ambos os textos são deveras esclarecedores, principalmente para os ortodoxos que andam por aí a bramar contra "a traição do Syriza"
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