Pesquisar neste blogue

sábado, fevereiro 11, 2006

2006, o Estado a Saque

Peça em três actos









I Acto – Palácio de São Bento, gabinete do secretário geral do PS. Toca o telefone, a secretária manda Sócrates atender. Do lado de lá está o ex-Secretário geral do PS, Vítor Constâncio, agora Governador do Banco de Portugal.

VC – Estou sim!, olá. Zé, tens de vir cá hoje às 6 da tarde. Para se dar inicio àquela coisa. Não te preocupes que é assunto de rotina.
(assunto de rotina é a palavra-código para transmitir que o caso é importante e assim iludir as escutas telefónicas dos poderes mediáticos)
1ºMinistro – porra pá! Logo hoje que tinha combinado com o Diogo ir ver o casaco novo de veludo preto que o gajo comprou,,,
VC – tens muitas razões de queixa. Pior estou eu que tenho de ter isto tudo a andar antes do dia 8. Tenho de ir ao Barbeiro. (risos),,, nã nã, não é esse! É o de Sevilha, do Pinamonti no São Carlos. Sabes que eu aparecer na estreia do São Carlos é sinal de estabilidade politica pá. (…) pois,. Então até logo. Tá.

II Acto – Salão de clientes VIP do Banco de Portugal – Entra Sócrates com a testa franzida, cabelo curtinho e aquela cara de parvo que deus lhe deu que lhe confere o ar espantado pré-encenado e estudado que lhe é característico.

VC – Senta-te.
S – rrum,grrum (tosse)
VC – Como sabes,,,tás fartinho de saber, tudo o que é cortes e vendas do património desde o tempo da Manéla e do Durão não chega para fingir que se tapa o buraco. Aqueles gajos cada vez exigem mais massa,,,
S – (coçando o cocuruto) qué quirá sair daí agora,,,
Eu é que fico sempre com o odioso da questão,,,
VC – Estavas avisado. Não querias, não tinhas aceite, pá!
S – pois. Ficavam com o Lopes (ri-se alarvemente). Começo é a ter dúvidas se haverá alguma vantagem em ter alinhado nessa merda, só por causa das Lages. Não eram eles que dantes é que nos pagavam?
VC – Tino na língua!, o Sampaio, o Balsemão e o Ramalho é que sabem. E o que é que tu farias na tua insignificância? Não havia alternativa. Ou por outra, haver havia,,, era preciso era por a malta toda a trabalhar e a ganhar para aquilo que comem.
S – Surreal!,,, (risos)
VC – Bom, vamos lá mas é a factos que tenho mais que fazer. É preciso despachar aquela coisa da Portugal Telecom. Para não dar muita bronca, divide-se a batata e vende-se aos bocadinhos. Rende mais. E dizes que é por causa da concorrência.
S – e quem,,, (gagueja)
VC – (interrompendo) – Manda chamar o Belmiro. Já tá tudo meio amanhado com ele. Explica-lhe, e ele que avance com a proposta. Na parte das massas, ele que ligue para o coiso (esquece-se do nome), aquele o espanhol do Banco, pá.
S – o Horta Osório é nosso, esteve na neve comigo,,,
VC – isso, isso, é esse!
S – E o que é que o Belmiro ,,,
VC – (interrompendo) leva a Rede Móvel e no resto não mete a unha num tusto, ouviste!? Põe-te a pau com o gajo
S – tá feito.
VC – Xau!

III Acto
Espanha – Sede da Telefónica, a master-franchiser das Telecomunicações para a Ibéria.
Toca o telefone vermelho. É a secretaria de Ben Bernanke do FED

(a estória está no prelo)

Sem comentários: