Os jornalistas comprometem-se, como por exemplo Inês Boaventura (agência LUSA), quando escreve: “(...) a vereadora do Urbanismo defendeu tambem a preservação do edificio do Capitólio, classificado como imóvel de interesse público, contrariando a posição do anterior presidente Santana Lopes” – ¡“contrariando”! disse ela, como se a alteração do uso do Parque Mayer não estivesse dependente da legislação em vigor e a sua alteração não dependesse do IPAR, Instituo do Ambiente, etc, entre outros. “Contrariam” porque não conseguem fazer aquilo que pretendiam. Pior (para eles) seria se a Justiça funcionasse em tempo e se o anterior e este Executivo respondessem pelos danos causados ao Património da Cidade, transformado, sem qualquer discussão pública e à revelia dos interesses dos lisboetas, em quinta privada destes senhores.
o Polvo Laranja na CML - uma dívida legada de 200 milhões de euros
O projecto/operação imobiliária do Parque Mayer pelo qual a gestão camarária de Santana Lopes pagou a Frank O ‘Ghery aprox. 2,5 milhões (2.431.197 Euros) pelo estudo prévio, dependia da aprovação do Plano de Pormenor da Cidade (PDM) que determina, dependente de hierarquias superiores, os usos e as volumetrias de construção a aprovar para as diversas zonas.
As negociatas, ignorando estas disposições, que foram feitas por Santana Lopes com a empresa Bragaparques que envolveram as permutas de terrenos (o Parque Mayer foi exageradamente avaliado pela CML em 66 milhões de euros, quando pouco antes tinha custado 12 à Bragaparques) e a hasta pública da Feira Popular, tudo feito debaixo de um imenso rol de ilegalidades, estão sob investigação Judicial. Os resultados como habitualmente, são parcos. Já ninguém se lembra do famigerado Flopes, que por estes tempos deveria estar a responder em Tribunal, mas os efeitos desastrosos das suas acções visando meramente obter lucros pessoais e deixar uma marca evanescente da classe jet-séptica, permanecerão indelévelmente sobre a cidade.
Foi sobre este pano de fundo, de facetas cuidadosamente ocultadas e manipuladas, que o povo de Lisboa, chamado a votar, acabou por eleger o nº 2 da mesma gestão de Santana Lopes – Carmona Rodrigues. (dito “independente” pelo PSD)
Em face das dificuldades no prosseguimento das politicas (e dos negócios) pré-determinados, a CML inventou esta semana um novo instrumento legal, nomeadamente sobre o que está em causa no caso Bragaparques. Trata-se do Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE) que pretende fazer tábua rasa sobre a anterior legislação existente. Para a apresentação do Plano, Carmona Rodrigues ignorou a obrigação de informar todos os vereadores da Câmara Municipal de Lisboa, óbviamente os que se lhe opõem. Óbviamente o Executivo da CML tenta afastar da discussão das novas (e ilegais) propostas o vereador José Sá Fernandes – depois de falhadas as tentativas subterrâneas de o corromper, nos termos que têm sido largamente noticiados pela imprensa.
o Polvo Côr-de-Rosa
Sá Fernandes denuncia tentativa de suborno
Vereador do BE acusa administrador da Bragaparques de lhe ter oferecido 200 mil euros para se calar. Domingos Névoa já foi constituído arguido e pagou 150 mil euros de caução
BragaParques:
Domingos Névoa e Manuel Rodrigues são os homens fortes e fundadores da BragaParques, que é grande responsável pela expansão imobiliária da cidade de Braga e surge sempre muito ligada à gestão municipal do socialista Mesquita Machado – ao ponto de ter avançado para aquisição de capital da empresa municipalizada de água e saneamento Agere.
A empresa – que é proprietária de vastas áreas de terrenos em Braga – construiu também os três grandes parques subterrâneos de estacionamento automóvel na cidade, tendo depois alargado o âmbito da sua acção a todo o País, nomeadamente em Lisboa, Almada e Coimbra.
A dupla ‘Rodrigues & Névoa’ surge igualmente como o grande suporte da actual administração da SAD do Sporting Clube de Braga. No entanto, os dois empresários – com baixas habilitações literárias e exemplos puros de ‘self-made man’ – assumem permanentemente uma postura de grande discrição. São apontados como detentores de grande liquidez financeira, o que lhes possibilitou expandir os negócios a nível nacional, fazendo-se rodear de gestores e advogados de reconhecida eficiência.
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A 1 de Julho de 2004, na véspera da Jorge Sampaio encerrar uma série de audições a diversas personalidades sobre a possibilidade de convocar eleições antecipadas, a agência Lusa colocou 10 noticias em linha traduzindo o apoio de empresários, banqueiros e dirigentes do PSD relativamente à hipótese de Santana Lopes vir a chefiar o Executivo. Confrontada com a anormalidade de uma só jornalista ter redigido tal numero de "noticias" num só dia, a Directora de Informação afirmou que "nessa altura estava de férias".
(no jornal Publico de hoje, pag.42)
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