sobre a arquitectura desumanizada causada
pela necessidade intrinseca das multinacionais de
induzirem o Consumo supérfluo
pela necessidade intrinseca das multinacionais de
induzirem o Consumo supérfluo
Nos últimos trinta anos a Corrupção alcançou valores desmesurados que afectam sensivelmente a própria economia real e os processos de governabilidade do sistema; é nisto que basicamente consiste “a Crise” (de quem sente a crise).
Segundo dados da ONU em 2002 existiam nas finanças internacionais mais de 1 bilião de dólares procedentes das distintas expressões da Corrupção – má gestão de fundos públicos, evasão fiscal, tráfico de influências, etc, a níveis nunca vistos. Estes capitais circulam pelos circuitos da Banca transnacionalizada e têm a sua origem nas politicas que as multinacionais praticam para vencer os obstáculos que encontram no seu caminho desenfreado para obter a aprovação de leis favoráveis aos seus interesses, que comprem vontades, e optimizem os seus benefícios a qualquer preço. Esta amplitude de actuação alcança hoje foros de escândalo conquanto os seus representantes nos meios de comunicação social se encarregam da tarefa de lavar a imagem destas empresas criando uma opinião pública e uma cultura que justifiquem a depredação cultural, ética, física e ambiental. Tal é a gravidade desta questão que a ONU se sentiu na obrigação de promulgar um código ético – o Global Compact (que obviamente ninguém cumpre), pelo qual se emitiriam certificados de ética que permitiria às empresas agraciadas exibir o símbolo da ONU como sinal de “boa conduta”.
Na sequência das bancarrotas financeiras cíclicas, a última das quais foi a dos “tigres asiáticos” (1997), a fim de evitar mais uma desta vez global e equiparável à de 1929, o escândalo da Enron em 2001, gerida por um amigo pessoal do Presidente Bush, o “Kenny Boy”) pôs na ordem do dia o grau de corrupção e a degradação moral que os monopólios podem desenvolver. A resposta do governo dos Estados Unidos a estas questões do Neoliberalismo foi o 11 de Setembro e a passagem à fase do Neoliberalismo Armado.
A Humanidade enfrenta agora uma época caracterizada não só pela ausência de valores éticos, como também de instituições judiciais a nível mundial que possam travar a cobiça das empresas transnacionais. As empresas mais contaminantes são as norte-americanas e por isso o seu governo, em 180 paises que assinaram, foi o único que não subscreveu o Tratado de Kyoto. A justificação dada, sem remorsos, foi a de que tal acordo afectaria sensivelmente o “modus operandi” das suas empresas, ainda que com esta recusa se arruíne o planeta. Existem milhares de exemplos concretos de desastres ecológicos, mortes e doenças de centenas de milhares de pessoas com causa directa na actuação das Multinacionais.
Também do ponto de vista social a Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizou investigações e tem vindo a denunciar o mal que as empresas transnacionais causam ao Emprego, aos sistemas de Segurança Social e à própria vida social no processo de trabalho, conforme consta dos relatórios da “CGT Europe-International". É preciso não esquecer que o Banco Mundial, citado pelo Nouvelle Observatore em 1992, face a estas questões, se propôs estimular a migração das “indústrias sujas”, sob qualquer dos pontos de vista atrás equacionados, para países menos desenvolvidos, atendendo a três razões: a lógica económica aconselha despejar os resíduos tóxicos sobre os países com menos rendimentos, ainda com baixos níveis de contaminação e com escassa incidência de cancro. Não sei se estão a seguir o raciocínio: assim de uma forma a que a distribuição seja mais equitativa.
(continua)
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