Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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terça-feira, setembro 26, 2006
des-Urbanismo
A demolição do prédio Coutinho em Viana do Castelo traz para a ordem do dia a problemática do Decrescimento. Deveria este tema ser ponto de partida no debate para se evitar o seu contrário: o construtivismo (os pós-modernistas chamam-lhe "desconstrutivismo") continuado do supérfluo e desnecessário em termos de utilização, que não na obtenção de lucros imediatos pelo simples acto de construir e vender mamarrachos que precisam de ganhos em dimensão em metros quadrados para que aumentem de valor para a mentalidade de pato-bravo que os promove. O prejuizo, é sabido, é distribuido por por tudo e todos os que estão à volta, na secagem da paisagem.
Este era um dos pontos fulcrais do livro “Sob o Signo da Verdade” (quem se lembra?) de Manuel Maria Carrilho onde, entre outros problemas ligados ao jornalismo corporativo, denunciava o clima de compadrio entre os gestores da cidade (no caso em Lisboa) e os lobies instalados da construção civil?. Paulo Morais no Porto, também em livro – “Mudar o Poder Local” - viria a fazer iguais denúncias. O resultado, claro está, é a ostracização dos personagens que se arroguem pretender alterar as necessidades irracionais de crescimento do capitalismo. De La Rochefoucalt depreende-se a astuta máxima: “se queres fazer carreira disfarça os teus dons, esconde a tua inteligência, faz-te mesmo um pouco medíocre”. Mas Carrilho “não aprende” e ontem voltou à carga: “ o dinheiro dos contribuintes deve ser gasto não com ex-politicos, mas com pessoas especializadas em várias áreas, brilhantes no que fazem, que mais do que dizem percebem mais do que aqueles palermas” disse, num colóquio subordinado ao tema “Portugal, os Media e a Democracia” referindo-se aos comentadores (sempre-os-mesmos) habitualmente presentes nos meios de desinformação. A vida e a dinâmica de corrupção vigente parecem dar-lhe razão, a avaliar por esta noticia escondida num esconso de jornal:
“Um prédio de cinco pisos, dentro da zona protegida das muralhas do Castelo de São Jorge, em Lisboa, fora embargado pelo ex-presidente da Câmara. A altura, a profundidade e a área do logradouro “escandalizaram Santana Lopes”. Agora, a autarquia desembargou o monstro, com o argumento de que o projecto fora aprovado em 1998, cinco dias antes da entrada em vigor do Plano da Colina do Castelo”.
A alternância no que tem de mais degradante a funcionar: mais do que pré concertado, a seguir aos “bons” vêm os “maus”, muda aos 2 e acaba aos 4, e de seguida inverte-se a classificação e volta o jogo ao principio. Depois de fingimentos vários para salvar as aparências aparece-nos claro que resultado do jogo é pré-comprado.
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