Pesquisar neste blogue

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

o assassinato de Kennedy (II)

,,,ou de como os negócios da CIA se tornaram globais, superando a juridisção dos próprios governos norte-americanos.

Falando sobre “serviços secretos”, em causa própria (porque foi um antigo funcionário deles), Richard J. Aldrich o autor de “Hidden Hand” (2002) descreve a determinada altura como o Pentágono recomendou que certos documentos relativos ao assassinato de Kennedy, recém desclassificados, fossem disponibilizados na Internet. Com que objectivo? “acalmar o incessante desejo que o público tem de conhecer segredos, fornecendo-se-lhes de boa fé matéria para distracção”; e acrescentava Aldrich: “os jornalistas de investigação e os especialistas em história contemporânea dedicam todo o seu tempo às questões simultaneamente inextricáveis e repisadas, mas vêmo-los muito menos nos terrenos onde não são bem- vindos”. Parou aqui, nem disse que links são esses nem onde se encontram alojados. Sendo assim faltou explicar-nos: ¿ porque não foram ainda desclassificados TODOS?, os documentos 43 anos depois? (o prazo legal para o fazer seria de 25 anos) Porque foram desclassificados só alguns” e não TODOS os documentos? – além do mais os “especialistas” só investigam aquilo que as Instituições que lhes pagam os salários os mandam (ou “sugerem”) investigar. Obviamente isso não acontece porque os mandantes do crime são gente altamente importante que se encontra ainda investida em altos cargos, nas suas funções. (ver post e filme disponibilizado aqui)

Um dos nossos “blogues de famosos” sobre cujas virtudes (neo)liberais o insuspeito JPP lançou recentemente o anátema de serem pagos para manter a virilidade no lançamento de impulsos programados para a opinião pública, aquando da recente passagem do assassinato de JFK “postou” um link para o “Zapruder Film” - assim só!, a seco, sem qualquer comentário. As pessoas que formem cada uma a sua própria opinião, sem que lhes sejam facultados quaisquer dados – assim se atingem os objectivos: instalar a confusão e o alarido de uma multidiversidade de hipóteses sem qualquer fundamentação credivel - é certo que pelo meio da proliferação, a verdade tem o caminho livre para se escapar,,,

O “blasfémias” podia ter dito que o filme de Zapruder foi feito a partir de uma área a que só acederam entidades oficiais devidamente credenciadas. Zapruder era dono de produtora “LMH Corporation” e foi nessa qualidade que teve oportunidade de fazer o filme cuja venda, muitos anos depois, foi renhidamente negociada pelos herdeiros da familia por 16 milhões de dólares.
Seria a partir dele que Oliver Stone recolheu elementos para rodar o seu aclamado “JFK” (1991) que pôs definitivamente a nu a fragilidade das conclusões oficiais da Comissão Warren. Kennedy foi vítima de um complot de Estado para o aniquilar, organizado pela CIA, e não objecto de um crime avulso de um qualquer demente solitário a titulo individual.

Kennedy é hoje usado como imagem de marca para aliciar consumidores de american style (no caso da foto, para vender sapatos). Por uma questão de higiene intelectual, um dia destes voltarei à cronologia possivel dos factos, necessariamente incompleta, a partir desse fatidico dia 22 de Novembro de 1963, em que foi assassinado o imperialismo clássico que ainda se procurava dissimular escondendo-se atrás de alguns valores éticos.

A recente queixa apresentada no Ministério Público "contra desconhecidos" pretende apurar se passaram ou não por Portugal Khaled al-Masri, Abu Omar e Abdurahman Khadr, transportados de e para Guantanamo em aviões que comprovadamente passaram também por aeroportos portugueses (Sá Carneiro, no Porto e Santa Maria nos Açores).
O caso de Khaled al-Masri, que era emigrante na Alemanha, levou mesmo a procuradoria de Munique a emitir mandatos de captura para 13 agentes da CIA envolvidos no seu transporte. O caso de Abu Omar, que residia em Itália, levou à instauração de um processo judicial em Milão, em que são arguidos o próprio chefe dos Serviços Secretos italianos e 26 agentes da CIA.
As autoridades portuguesas, nomeadamente o ministro Amado declararam à
comissão do Parlamento Europeu que “só foram identificados cidadãos americanos” e “nenhum deles preencheria os perfis destes árabes cuja pesquisa está a ser realizada pelo PE”, ao mesmo tempo que se recusaram a entregar as listas de passageiros elaboradas pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

Quando a verdade é substituída pelo silêncio, o silêncio é uma mentira

Na verdade o que está em curso é uma mega-operação de limpeza de imagem em que colaboram todos os partidos neoliberais: PS, PDS e CDS que em desespero de causa tentam a todo o custo suavizar as acusações, até que estas, como compete aos corpos sólidos, se venham a dissolver no ar – como se viu agora com a retirada da alinea do relatório do PE, que protegendo Paulo Portas e Figueiredo Lopes tenta ilibar em última instância o principal culpado: Durão Barroso, o estalajadeiro das Lages.
.

Sem comentários: