Pesquisar neste blogue

terça-feira, março 13, 2007

de olho na Fox News

Ser cliente da comunicação oficial ou espectador de televisão nos Estados Unidos não deve ser tarefa fácil - quem estiver distraído engole com cada patranha a que nem o Delgado aqui da Lusa se atreve. Na noite de ontem, no programa “Special Report” da Fox News, àcerca da visita de Bush, esta semana, a diversos países da América Latina e da resposta de Chavez com um périplo por outros, o comentador Fred Barnes não teve pejo em proclamar que “Bush é mais popular na América Latina do que Hugo Chávez”.
Bush, precedido de 300 cães-de-guarda armados, helicóperos e a habitual panóplia securitária, foi recebido assim, no Brasil:

assim no Uruguay, assim na Colômbia onde foi tratar deste tipo de assunto,
e assim no México.




No mesmo dia de ontem, Hugo Chávez visitou o Haiti o país mais pobre do continente, perigoso por ter saido recentemente de uma guerra civil, que depende da segurança feita precisamente por militares brasileiros sob a égide dos EUA e da ONU. Veja-se e compare-se a maior popularidade do Diablo Bush e a segurança necessária a Chávez. Impressionante: durante o percurso, desde a chegada ao aeroporto Toussant Louverture muitos milhares de populares envolveram a comitiva gritando insistentemente "Viva Chávez, Abajo Bush". A meio do percurso Chávez entusiasma-se, sai da viatura oficial e desata a correr ao lado da população em festa - arriba Chávez, que no te vás a quedar gordito! - que melhor desmentido para os acólitos neocons? (de quem este blogue amigo traça um retrato exemplar)
(o video tem 30 minutos, mas existe uma versão resumida aqui)



A digressão do imperialismo teve como principal alvo o Brasil e a assinatura do acordo sobre o Etanol. Mas quem vai ganhar com a cultura intensiva necessária para produzir o biodiesel?

Uma potência imperialista...
Uma terra colonizada...
Uma Monocultura
dum produto necessário noutros
mercados para Exportação
baseada na grande propriedade (latifúndio)

que mantém, cria e dá novo fôlego a uma elite conservadora e submissa aos ditames da superpotência. Estamos no Século XIV ou no Século XXI?
Por via do acordo bilateral Brasil/EUA sobre o etanol, fica evidente que a Casa Branca percebeu que não tinha outra opção senão valorizar o uso de combustíveis renováveis. O petróleo está-se a tornar escasso e sustentar guerras para o obter está a ficar muito caro económica e politicamente. Além disto, investir no desenvolvimento de veículos que não usem motores de combustão prejudicaria os interesses de muitos patrocinadores do Partido Republicano (e do Partido Democrata, também). Tudo indica que o Brasil está destinado a salvar o que existe de pior no "americam way of life".

Também parece evidente que a maioria dos brasileiros não irá tirar qualquer proveito disto. Afinal, como até a imprensa internacional percebeu, a produção do etanol a preços competitivos depende da existência de 200.000 quasescravos: Ao assinar o acordo, Lula decretou indirectamente o aumento do número de quasescravos dos usineiros. Nos próximos 10 anos, como diz Fábio de Oliveira Ribeiro, “não teremos 200.000 mas 1.000.000 de brasileiros quasescravos no campo. Retornamos aos "bons tempos" do Brasil colónia e os neo- senhores- do-engenho devem estar agradecidos. Darão a Lula um terceiro mandato? É bem provável!”

A 1ª paragem de Chávez no Haiti foi para visitar as "Brigadas Internacionais Simão Bolivar" - este é o caminho a seguir pelo povo brasileiro: constituir associações revolucionarias de base que ponham cada vez mais em causa o Estado sequestrado, antes pela burguesia herdeira da ditadura, agora pelos "reformistas" de Lula que, sentados à mesa do Poder com o neoliberalismo, se candidatam eles mesmo a pedir reforma. É o fim do quintal dos gringos. É tempo de constituir a associação livre de nações latino-americanas que ponha fim a cem anos de solidão imperialista

Voltando ao campo da "comunicação social": uma mesa redonda numa televisão privada venezuelana tenta "entalar" o regime de Chávez apelidando-o de autoritário e outros mimos. Veja a diferença: como fala um(a) deputado(a) que defende o povo por quem foi mandatada, e não a Banca, as Multinacionais ou as clientelas da partidocracia,


.

Sem comentários: