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quinta-feira, março 15, 2007

Estado das Obras de Remodelação do Médio Oriente

(onde eles prometiam ser breves)

defendendo os interesses do Sionismo:
o novíssimo nome do imperialismo

Depois das falsas expectativas de negociação e retirada criadas em torno do parecer da comissão Baker, os Neocons dão novo passo no seu “projecto para um novo Médio Oriente” – a escalada da agressão, como é tradicional nos poderes imperiais atolados no pântano das suas eventuras militares. A ofensiva desdobra-se em quatro frentes: envio de mais tropas para o Iraque, subida de tom nas ameaças ao Irão, um novo golpe na resistência palestiniana e a liquidação do regime islâmico da Somália.

A “neutralidade” europeia. Na Palestina a acção conjugada de Washington e Telavive acabou por recrutar Mahmud Abbas e a Fatah para uma provocatória convocação de eleições, autêntico golpe de estado que visa expulsar o Hamas do poder pela força. É o fim da heróica tradição de luta da Fatah e o primeiro passo na concretização do sonho imperialista de há muitos anos: a guerra civil entre palestinianos.

Israel – Assassinatos Legais

O Supremo Tribunal de Israel justificou em 14 de Dezembro, a prática de assassinatos selectivos de palestinianos pelo exército israelita, com o argumento de que “não se pode dizer antecipadamente que todas as liquidações selectivas sejam contrárias ao direito internacional”. Segundo os juizes, depois de cada assassinato selectivo deve ser feito um inquérito independente para saber se foi justificado e, em caso negativo, pagar compensações às vítimas ou às suas famílias... Desde o início da segunda Intifada em Dezembro de 2000, já foram mortos por este meio 339 palestinianos, 129 dos quais não eram activistas politicos.

A Neutralidade Europeia

“Alemanha, Grã Bretanha, Canadá, e Holanda votaram em 15 de Novembro contra uma resolução do conselho de Direitos Humanos da ONU, que condenou o massacre israelita de Beit Hanoun na Faixa de Gaza (morte de 18 civis, entre os quais 7 crianças, no bombardeamento a um bairro residencial). O argumento para votar contra foi que a resolução deveria condenar também os palestinianos... Com a mesma desculpa, abstiveram-se a França, Suiça, Japão e... os Estados Unidos, pela sua parte, já tinham oposto o seu habitual veto à condenação de Israel no Conselho de Segurança. Seja qual for o presidente em exercício em Washington, é invariável o apadrinhamento da barbárie Sionista – que desde Junho do ano passado, já matou 280 palestinianos, 60 dos quais crianças”

As sanções impostas ao Irão pelo Conselho de Segurança, valem, não pela incidência económica – a Rússia e a China mantêm os seus contratos com Teerão, - mas como degrau intermédio para amanhã justificar um ataque. É esse também o significado da prisão de diplomatas iranianos que se tinham deslocado ao Iraque – a guerra de nervos como preparativo para a guerra real.

(parcialmente respigado da revista “Politica Operária”, Jan/Fev 2007)
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