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segunda-feira, março 26, 2007

Navarra, no norte de Espanha, é uma região tradicional de caciquismo, primeiro como prática corrente do franquismo, hoje como baluarte do PP de Aznar e da extrema direita agregada em torno da “Unión del Pueblo Navarro”(UPN)

Luís Gomez,
na reportagem publicada ontem 25 de Março, no El País

“Num bar da localidade navarra de Arguedas, a escassos vinte quilómetros de Tudela, houve um tempo em que os patrões jogavam a sorte dos melhores escravos em partidas de batota, quando o dinheiro não era, só por si, estímulo suficiente. Punham sobre a mesa a aposta: quatro homens, por exemplo. Não era muito difícil pagar o prémio: qualquer resistência se vergava à base de golpes. Os escravos eram enviados em cada manhã para os campos para trabalhar. Recebiam como alimento uma parca ração, dispunham de uma camarata e, se o seu comportamento era considerado satisfatório tinham direito a vinho, tabaco e algum dinheiro para gastar ao fim de semana, se não havia trabalho ao domingo. Assim se faziam as colheitas de alcachofra, couve-flor ou bróculos, assim se recrutavam homens para podar as vinhas da rica Ribera navarra desde há muito tempo atrás. Desde aqueles tempos, já se passou tanto tempo como uma semana:
A 13 de Março de 2007, a Guarda Civil de Navarra terminou uma investigação cujo resultado foi a “libertação” de 91 trabalhadores que viviam em condições desumanas, alojados em casebres insalubres que não tinham luz nem água corrente, submetidos a condições penosas de trabalho, onde a violência física era moeda de uso corrente. O próprio delegado do Governo de Navarra, Vicente Ripa, qualificou este tipos de práticas como “uma forma de escravatura em pleno século XXI”. Aquilo que sucedeu trouxe-nos uma singularidade: aqueles escravos eram cidadãos da União Europeia: Portugueses!".
(traduzido da fonte: El País - ler mais)

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