Sózinho, sempre sózinho
aqui vou a teu lado
eu, o poeta operário de palavras
- as palavras “sonho”, “bandeira”, “esperança”, “liberdade” –
ferramentas de pureza irreal
que tornam a Realidade
ainda mais real
e transformam os bairros da lata
em futuras cidades de cristal
num planeta de paisagem de prata
onde as bocas das flores, das manhãs, dos vulcões
da brancura do linho
e das foices de lume doirado
cantarão a Internacional
- que eu continuarei a cantar sozinho,
sempre sozinho,
a teu lado
e para uma reflexão estética dedicada aos bem intencionados militantes do socialismo Reformista, quando cada vez mais vão sendo banidos do espaço público, vejam como, em nome dos lugarinhos no parlamento (e outras mesas nas autarquias), têm sido conduzidos dócilmente pela maviosa música do Poder - até chegarem onde estão.
- a Canção da Boneca dos Contos d'Hoffmann de Offenbach
Sumi Jo