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terça-feira, março 27, 2007

entre a fé e a "ciência": as tangas dos livros religiosos (II)

Apesar da surpresa professada em ver que os contemporâneos de Cristo ignoraram tal evento, é óbvio que a intenção do historiador Edward Gibbon foi a de mostrar que não há evidência histórica de que os eventos recordados no Novo Testamento mencionando a ressurreição de Cristo tenham verdadeiramente acontecido.

"Jesus fez tantas outras coisas que, se de cada uma delas, todas tivessem ficado escritas... o mundo inteiro não teria quartos suficientes para arrumar todos os livros que poderiam ter sido escritos"
João, 21:25

Já "transplantado" para Itália (onde nunca pôs os butes) Jesus, numa rara fotografia da época, com a Catedral de Pádua como pano de fundo, dirige-se ao gueto,a casa do judeu Levi, e diz-lhe: "vem comigo; a partir de agora passas a chamar-te Mateus"



Sergijewski Possad,século XV,
Museu Hermitage

Quando Jesus entrou em Jerusalem não veio a pé pela segunda circular junto com os pés descalços dos subúrbios. Veio de burro, um meio de transporte que na época de hoje, fazendo as contas à inflação, deve corresponder para aí a um helicóptero, animal cyborg com piloto incluido que não está em vias de extinção,,, Ele nunca tinha visto uma cidade, chegou e disse:

"Alegrai-vos óh filhos de Sião!... o vosso Rei chegou até vós; Triunfante e vitorioso é Ele humildemente montado num burro"
Zacarias, 9:9
(as tangas que estes messias inventam para não ter de vergar a mola)

além do mais, a lábia, a que chamam hoje de teologia, quando adaptada ao éter, ou de "conhecimento" quando respeitante a assuntos de pança nos hortus botanicus com estrelinhas michelin - sempre foram doutos bens intelectuais adquiridos para morfar à borla. Jesus não escapou à regra; enchia a mula à fartazana convidado por tudo o que era sitio abastado e, à surrelfa, ainda lhe lambiam as unhas dos pés :

"João, o Baptista nunca tinha comido pão nem bebido vinho, e vocês disseram; "Ele é o demónio" O filho de Deus feito homem veio, comeu e bebeu e vocês disseram, "Aqui está um galifão e um bêbado, um amigo dos colectores de impostos e dos pecadores"
Lucas, 7:33-34

Jesus gostava de frequentar sitios com "mesa aberta", onde todos tivessem assento, sem descriminações nem sujeições a consumo minimo:

"a Ceia com Simão, o Fariseu", atribuido a Luca di Tommè, século XV

"a minha Casa será chamada uma casa de Oração. Mas vós fizeste dela um covil de ladrões; do Templo não ficará pedra sobre pedra"
Marcos 13:2
e Cristo expulsou os vendilhões das obras adjudicadas por Salomão aos empreiteiros. Mal viu o perigo, o primeiro a pirar-se foi a pomba, que era nem mais nem menos que o Espirito Santo disfarçado; num ápice voou com as contas bancárias para diversos off-shores; Como é costume nestas crises, os tesos tiveram de se aguentar à bronca; os mais contestatários que ficaram a levar com a policia de choque nas manifestações como as de Bar-Kochba tiveram de dar à sola para Sefarad uns, dando às da vila diáspora outros, enquanto alguns eleitos, poucos, chegariam a Wall Street.

Carl Heinrich Bloch (1834-90)
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