Pesquisar neste blogue

sexta-feira, julho 29, 2011

Finalmente... a Reserva Federal admite que os seus 12 Bancos são Privados, não são entidades Governamentais

Muitas das dezenas de triliões em dinheiro fácil de ajudas aos bancos (bailouts) foram destinadas aos bancos centrais estrangeiros (ver aqui, aqui e aqui). Na verdade o senador Ron Paul confirmou recentemente que uma terça parte dessas “ajudas” que hipotecam essas entidades – e essencialmente os 100 por cento da Reserva Federal de New York – foram para o estrangeiro. A FED nova-iorquina é a mais importante das Reservas Federais. Como a Bloomberg assinalou em 2009 a NewYorkFED monitorizou a entrega de capitais, actualmente no valor de 1,9 triliões de dólares, ao abrigo dos programas de empréstimo, recebendo em troca notas de crédito hipotecário desses bancos destinatários.

Apesar destas decisões eminentemente politicas, essas poderosas agências – as Reservas Federais – têm actualmente tanto de Federais como tinha o Federal Poney Express operado por aventureiros que transportavam valores nos tempos da cowboyada andar aos tiros na corrida ao ouro do Oeste. A própria FED admite (via Bloomberg): “enquanto o painel de governadores sediado em Washington (Board of Governors) constituem uma Agência submetida à Lei de Liberdade de Informação (Freedom of Information Act) e outras regras governamentais, a Reserva Federal de New York e outras de âmbito regional mantêm que são instituições separadas, detidas pelos seus bancos privados membros, que não estão sujeitos às restrições consignadas na legislação federal. Por essa razão, por ser uma instituição privada, a NY-FED tem negado todos os pedidos de informação sobre esses movimentos de capitais, ao contrário do Board of Governors de Washington que está obrigado a prestá-la, mas que não movimenta directamente capital nenhum. Conforme se conclui neste outro relatório da Bloomberg: enquanto os Estados Unidos não têm sequer dinheiro para eles enfrentando uma ameaça de incumprimento (se acreditarmos no que dizem para os jornais), “a Federal Reserve Bank of New York movimenta a maior parte dos programas de empréstimo para o estrangeiro”, exportando o seu défice – o que nunca passa para os jornais, porque o Board of Governors tem 231 páginas de documentos com acesso negado ao abrigo do segredo comercial.

Como disse noutros tempos então ainda não muito sofisticados o director Charles McFadden do House Banking and Currency Committee em 10 de Junho de 1932: “algumas pessoas pensam que os Bancos das Reservas Federais são Instituições do Governo dos Estados Unidos, mas de facto são monopólios privados...

Similarmente o “Banco para os "Colonatos" Internacionais(BIS) muitas vezes chamado “o banco central dos bancos centrais” (Bank for International Settlements), na medida em que coordena as transações entre os bancos centrais e determina o nivel de reservas em dinheiro que os bancos são obrigados a manter em todo o mundo, é ele próprio detido pelos bancos centrais dos diversos paises. Conforme o Der Spiegel relatou em 2009: “o BIS é uma rede fechada organizada por 55 bancos centrais. Os directores deste bancos centrais viajam uma vez em cada dois meses para o quartel-general situado em Basileia e uma vez por ano os corpos administrativos reunem-se numa conferência anual” – por outras palavras, os bancos centrais são donos das Reservas Federais (e de outros bancos centrais) e estas instituições por sua vez possuem o BIS, o banco que faz a regulamentação de todo o sistema global. É muito interessante que a Spiegel não indique que o BIS, como entidade privada, é largamente imune à regulamentação, supervisão e pagamento de impostos: Formalmente registado como uma empresa de investimento, reconhecido como organização internacional, não está de facto submetido a quaisquer outras legislações que não sejam as “leis internacionais” (que ou não existem, ou se existem não são cumpridas). Como off-shore não precisa de pagar impostos e os seus membros e quadros superiores disfrutam de enormes imunidades. Nenhuma outra instituição supervisiona o BIS, apesar do facto da instituição movimentar 304 triliões de reservas monetárias medidas em dólares pelo mundo inteiro bem assim como 120 toneladas de reservas em ouro...

Os bancos centrais não são entidades eleitas pelos povos mas ditam regras que têm de ser cumpridas pelos governos que lhes estão submetidos (por exemplo, os executivos dos quatro maiores bancos portugueses obrigaram José Sócrates a pedir “ajuda externa”). Efectivamente esses banqueiros têm um poder que excede em muito os poderes de muitos lideres politicos. As suas decisões afectam economias inteiras... e uma simples palavra saída dos seus lábios move os mercados financeiros. Eles determinam as taxas de juros a pagar, assim como e a quem concedem empréstimos e a velocidade em frente ou de marcha atrás a que se devem mover cada uma das regiões integradas no sistema financeiro global. O mal de uns que estão à rasca é o bem dos outros que sacam fortunas
.

Sem comentários: