– Eu venho quando me chamam – tornou o Espectro.
– Não, tu vens sem ser invocado – exclamou o químico.
– Sem ser invocado, seja. Isso pouco importa. O facto é que estou aqui. (Charles Dickens “O Homem e o Espectro”)

Certamente, Derrida expressou o seu descontentamento não apenas com Fukuyama – que alguns anos antes afirmara não haver alternativas ao capitalismo –, mas com todo aquele que levanta a possibilidade de se construir uma sociedade alicerçada, exclusivamente no sistema de mercado, no individualismo exacerbado e na excessiva busca do consumo, abandonando o discurso sobre os direitos humanos, ignorando que jamais, em toda a história da Terra, tantos homens, mulheres e crianças têm sido subjugados, exterminados ou têm perecido diante de um crescente estado de inanição. Ora, nenhum outro pensador, como disse recentemente Paul Thomas, se dedicou à causa dos deserdados tanto quanto Marx, que desenvolveu seu trabalho erudito a partir de um compromisso político. Portanto, numa época em que a política e o comprometimento com as causas sociais se encontram em pleno declínio, e à medida que o sujeito, cada vez mais, se acha destituído da sua própria essência enquanto homem, isto é, do seu ser social, nada mais justo do que repensar uma teoria que nos últimos tempos esteve soterrada sob a imponente construção da retórica neoliberal” (ler o resto aqui)
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