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terça-feira, fevereiro 21, 2012

pilhando activos...

"Cumprimos todos os requisitos para a aprovação da ajuda" (Evangelos Venizelos, ministro das finanças grego)

O mais surpreendente é que a palavra "ajuda" continue a ser utilizada perante os povos para justificar o facto da Grécia estar a ser utilizada como um enorme aterro sanitário para os valores europeus perdidos em acções financeiras tóxicas. Por onde passam as hordas financeiras vão tentando pilhar tudo que possa ainda possa possuir algum valor para uso futuro; os serviços públicos como alvo da privataria



Verões quentes, praias de sonho, edificios clássicos maravilhosos, comida apuradinha

Uma espécie de cordão umbilical mal cortado à nascença une os quatro gémeos capitalistas nascidos no sul da Europa. Une-os na vertente cultural, nas retrógadas práticas religiosas com honra lavada nos adros das igrejas, diferente dos paises nórdicos mais propensos à ética protestante onde nas catedrais não se usam ícones e, finalmente, na apetência da população em aceitar maiorias de esquerda sem que estas assentem firmemente num aparelho produtivo autónomo controlado por um poder politico soberano. assim, o aparente progresso civilizacional de que disfrutaram estes lugares no pós-guerra, a Grécia, Portugal, Itália e Espanha, pode ser medido pelo investimento estrangeiro, tendo tido este como primeiro desígnio o combate ao comunismo, ou seja, a um sistema de organização social em torno da propriedade pública. Tem sido um investimento financeiro dos países ricos do Norte, que tem visado duplamente “acomodar” a dissidência politica, enquanto vai abrindo portas para a instalação dos interesses económicos dos emprestadores

Assim foi na Grécia “comunista” legada após a invasão Nazi (1941-1944), rebelião cujo termo, para salvaguardar os capitais investidos com o Plano Marshall, apenas foi imposto por um golpe militar e a instauração da ditadura dos coronéis (1967-1974)
Em Portugal a revolução de Abril de 1974, cuja finalidade principal seria a de modernizar um capitalismo obsoleto (abri-lo aos capitais estrangeiros), foi enterrada um ano depois em definitivo por um golpe da ultra-direita que consentiu no acomodar na função pública de centenas de milhar de funcionários “simpatizantes de esquerda”.
Em Espanha, a questão da esquerda foi resolvida pelo genocídio puro e duro perpretado durante a Guerra Civil (1936-1969). O actual governo espanhol é mais franquista que o próprio Franco alguma vez de atreveu a ser, vendendo a imagem Fascista para parecer um moderado que entrega o Poder de volta à monarquia dos Borbons.
Em Itália, com maiorias de esquerda por décadas mas governada por “democratas cristãos” para assegurar os capitais que fizeram do país a 7ª economia mundial, a dissidência politica anti-capitalista apenas se foi extinguindo quando foi criminalizada como “terrorista” pelo emprego do tenebroso plano de acção desenvolvido pelos operacionais norte-americanos do stay-behind que ficou conhecido por Operação Gládio

Cena da ópera Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni estreada no Teatro Constanzi em Roma a 17 de Maio de 1890
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