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quinta-feira, novembro 08, 2012

Carta aos usufrutuários da Banca alemã

"... Nós sabemos, mas vocês talvez não saibam, porque isso não vos é dito pelos vossos dirigentes, que esse dinheiro acumulado nos vossos bancos, foi por eles aplicado, à falta de melhor alternativa, em empréstimos a baixo juro aos bancos do sul da Europa, entre os quais os bancos portugueses, e por eles emprestado de novo com muita publicidade e matreirice a famílias do sul cujos salários também não cresciam por aí além, mas que desejavam ter casa, carro e um modo de vida parecido com o vosso.

As nossas economias sujeitas à concorrência criada pela globalização que tanto convinha às vossas empresas exportadoras cresciam pouco. Mas o crédito que os vossos bancos nos ofereciam, por intermédio dos nossos, lá ia permitindo que as nossas famílias tivessem acesso a bens de consumo, muitos deles com origem nas vossas empresas exportadoras. Durante algum tempo este estado de coisas parecia ser bom para todos...

Quando em 2008 todas as bolhas começaram a estoirar, os vossos bancos descobriram que não podiam continuar a arriscar tanto e cortaram o crédito aos bancos do sul e mesmo aos Estados. Se a União Europeia não tivesse decidido que nenhum banco podia abrir falência, responsabilizando os Estados pelas dívidas bancárias, teríamos assistido a uma razia quer dos bancos endividados, quer dos bancos credores. Mas a UE decidiu que os governos iam «resgatar» os bancos e que depois ela própria, com o BCE e o FMI, «resgatariam» os Estados. Foi desta forma que os vossos bancos, que haviam emprestado a juros baixos para lá de todos os critérios de prudência, se salvaram eles próprios da falência. Foi assim que eles conseguiram continuar a cobrar os juros dos empréstimos e a obter a sua amortização. Doutra forma, teriam falido. Talvez vocês não saibam, mas os empréstimos concedidos à Grécia, à Irlanda e a Portugal são na realidade uma dívida imposta aos povos destes países para «resgatar» os vossos bancos"

Foto de ontem na Grécia 

4 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns
http://www.outroladodanoticia.com.br/








Bate n´avó disse...

Onde poderei procurar aqui no seu blogue, algo sobre o Aristides S. Mendes, que contradiga a onda de chauvinismo que anda por aí e também puder esfregar nas trombas dos meus amigos que afinal a historia não é assim tão magistral como pintam.

xatoo disse...

não me lembro de ter nada aqui sistematizado sobre o Aristides Sousa Mendes.
Hoje escrevi este comentário no Artigo21º:

"eis como a história pode ser virada do avesso por um lobie de aldrabões. O cônsul tinha 14 filhos para sustentar, o dinheiro era escasso. Vai daí começou o negócio de passar vistos a granel e meter o dinheiro ao bolso. Quando soube, Salazar mandou-o chamar a Lisboa e expulsou-o do corpo consular - ora aqui está o grande herói da judiaria sionista, construido à sua imagem de vigaristas e mentirosos compulsivos. A História os desmascarará!"



Pode-se ir lendo estes links que ajudam a começar a entender qualquer coisa:
ASM não foi nenhum herói

http://atrida.wordpress.com/2009/10/18/para-acabar-de-vez-com-o-mito-aristides-sousa-mendes/ 



José Hermano Saraiva: "A verdade sobre Aristides de Sousa Mendes

http://accao-integral.blogspot.pt/2012/11/a-verdade-sobre-aristides-de-sousa.html 



Muitas peças do dossier Aristides Sousa Mendes desapareceram misteriosamente do MNE...
http://nonas-nonas.blogspot.pt/search?q=a+verdade+sobre+aristides+de+sousa+mendes

Bate n´avó disse...

Porreiro mesmo!
Ena tanto material, muito bom. O "nonas" era esse que eu conhecia e não chegava lá, penso que o Diogo também tem no blogue dele algum material. Tenho que ir bater-lhe à porta.
Esta do H. Saraiva não esperava por tal.
A tal de Ester não tarda muito, ainda vem parar por aqui, livra... fique lá com os amigos beatos dela.

Obrigadão meu caro.