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sábado, dezembro 29, 2012

Há Séculos a Ir na Onda…

Se é para procurar culpados recuemos até ao Mestre de Avis. A bancarrota é o nosso fado, agora com música das agências de rating. Alguém falou em Lixo?

Tal como o Fado, a Dívida e o Défice fazem parte da cultura portuguesa. Porque também eles cantam o nosso desencanto e desespero de forma cíclica – um dr. Hyde e Jekill que nunca deixámos de ser. Em “Portugal na Bancarrota” , Jorge Nascimento Rodrigues lembra-nos essa eterna vida de Portugal à beira do precipício, acabando por identificar oito momentos de bancarrota nacional desde 1560, quando da regência da viúva de D. João III. Depois foi um acumular de períodos em que não tínhamos meios para pagar o dinheiro pedido (três dos quais no reinado de D. Maria II). Jorge Nascimento Fernandes vai até mais atrás, até ao tempo do Mestre de Avis (a que chama o campeão da hiperinflação (2), e parte da análise desses momentos para ilustrar as razões pelas quais o sistema económico português nunca se modernizou nem se capitalizou o suficiente para investir na inovação.

Financiamento, Endividamento Público, Proteccionismo e falta de visão estratégica dos empresários industriais andaram, no caso português, de mãos dadas – até ao limite. Sem especialização, sem aposta certeira em nichos de mercado importantes, a economia portuguesa definhou. Quando o Estado faltava, tudo falhava. E é por isso que, ainda hoje, falamos da dívida e do défice como primos que passam a vida a bater-nos à porta para nos fazer a vida negra” (Revista Ler, Junho de 2012)

(1) Em 1387, D. João I casou-se com Filipa de Lencastre, filha de João de Gaunt, Duque de Lencastre, fortalecendo por laços familiares os acordos do Tratado de Aliança Luso-Britânica, (1373) que perdura até hoje. A ajuda inglesa à Casa de Avis foi o primeiro patamar de um conjunto de acções de cooperação (submissão) com Inglaterra que viriam a ser de extrema importância na política externa portuguesa por mais de 500 anos. Em 9 de Maio de 1386, o Tratado de Windsor afirmava uma aliança que já tivera o seu gérmen em 1294, e que fora confirmada em Aljubarrota com um pacto de amizade perpétua entre os dois países. A influência de Filipa de Lencastre foi notável, tanto no ponto de vista da sua descendência (a Ínclita Geração) bem como pela sua intervenção no que diz respeito às relações comerciais entre Portugal e Inglaterra, incentivando as importações de vestuário e dos mais variados produtos de Inglaterra. (wikipedia)

(2) Com a subida ao trono de João I de Portugal reacendeu-se a chama da guerra de Cruzada, há muito perdida em Portugal; as conquistas no Magrebe conduzem as ordens religiosas a novas paragens. Assim, os cavaleiros de Avis (bem como os de Cristo, a outra ordem nacional portuguesa) estarão presentes na conquista de Ceuta (1415), bem como no falhado ataque a Tânger (1437), no qual ficou detido e acabou por morrer em cativeiro com fama de santidade o infante D. Fernando, o qual era então mestre da Ordem desde 1434. Morreu em Fez, em 1443, deixando a dívida aos Ingleses por pagar, tarefa que foi cumprida pela instalação no Porto de uma crescente comunidade de cidadãos britânicos que paulatinamente se foram apoderando de todos os produtos que Portugal produzia para exportação a baixo custo para Inglaterra e para os novos mundos que se foram descobrindo. (wikipedia)
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Desastre. O Infante D. Fernando, cognominado o Santo, feito prisioneiro é arrastado pelo souk de Tanger e humilhado pela população nativa (1437). A pintura é de Eugene Delacroix , sendo designada por "Os Fanáticos (muçulmanos) de Tanger"
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1 comentário:

Diogo disse...

Este post é uma tese que não faz sentido. Todos os países europeus, fossem ricos ou pobres, logo que tal foi possível, ficaram nas garras dos financeiros. Para onde foi o ouro do Brasil?