1. Derrubar o governo de traição nacional Coelho/Portas/Cavaco;
2. Expulsar a tróica germano-imperialista de Portugal;
3. Suspender de imediato o pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício;
4. Preparar a saída de Portugal da União Europeia e do Euro, visto ser absolutamente claro que a adesão àquele espaço e ao instrumento monetário que mais convém ao imperialismo germânico – o Euro, que mais não é do que o marco travestido -, tem tornado o nosso país uma sub-colónia daquele e o povo português o cordeiro a sacrificar no altar da renda capitalista que são os juros cobrados.
A união à Esquerda é sem dúvida "um primeiro passo", uma porta que se abre. Mas será a mais importante para voltar a engolir de novo o sapo Mário Soares? que estranho designio preside à actividade desta criatura ao afirmar durante o seu discurso que Francisco Sá Carneiro era um verdadeiro social democrata, logo portanto um "homem de esquerda"?
Feira do Livro, 1 de Junho. A obra "Camarate, Sá Carneiro e as armas para o Irão", do jornalista Frederico Duarte Carvalho, lança pistas sobre as ligações entre a tragédia de Camarate e o negócio de tráfico de armas para o Irão que nunca foi investigado.
Numa altura em que decorre na Assembleia da República a 10ª Comissão Parlamentar de Inquérito ao Atentado de Camarate com a maioria das sessões a decorrer à porta fechada (a verdade ainda incomoda) o jornalista coloca questões devidamente fundamentadas e procura respostas do que haveriam de ser as autoridades legitimas do país sobre esta questão que é fulcral para a autodenominada "democracia portuguesa"
Na ausência de respostas, restam conclusões. Não, Sá Carneiro não era um "homem de esquerda", era um homem de direita, mas sem dúvida um patriota que pensou na sequência de uma desejada inversão dos ventos de Abril poder administrar um país soberano. Como o dr Mário Soares muito bem sabe, uma vez que foi o principal responsável pela concessão do país aos interesses norte americanos (ou não esteja aqui ainda bem presente os seus amistosos negócios com o embaixador Frank Carlucci, promovido imediatamente a nº 2 da CIA) a intenção de Sá Carneiro mandar investigar o Fundo Financeiro Militar do Ultramar (que geria o tráfico de armas para o Irão numa altura em estava decretado um embargo internacional e havia reféns em Teerão a ser negociados secretamente pelos Republicanos nos EUA com vista à não reeleição de Jimmy Carter) foi a principal causa que determinou o assassinato do então 1º Ministro português.
a investigação foi sempre prejudicada devido à
monopolização do assunto pela extrema direita,
com a conivência tácita do P"S" de Mário Soares
Nas vésperas do comicio de encerramento da campanha eleitoral, no fatídico dia 4 de Dezembro de 1980 o avião Cessna contratado pelo ministro-adjunto Francisco Pinto Balsemão para transportar Sá Carneiro ao Porto é alvo de uma bomba incendiária, tendo todos os ocupantes morrido na sua queda, com especial destaque para o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa que tinha em mãos o processo de investigação do Fundo Militar do Ultramar. Este Fundo com implicações no tráfico de armas relacionadas com o escândalo Irangate que envolveu Oliver North nos EUA é, naturalmente, administrado pelo comandante em chefe das Forças Armadas general Ramalho Eanes, então presidente da República que seria reeleito dois dias depois. Cavaco Silva, então o jovem ministro das Finanças de Sá Carneiro, acabaria posteriormente por se demitir alegando incompatibilidades insanáveis com o depois 1º Ministro Pinto Balsemão (a partir de então homem forte do grupo Bilderberg), para alguns anos mais tarde voltar tomando posse do partido social democrata, função que valeu a Cavaco vir a ser amigo pessoal de George Herbert Bush (Sénior) e convidado de honra para o seu rancho particular no Texas, honra concedida a bem poucos. Ramalho Eanes viria por duas vezes a ser mandatário da campanha de Cavaco Silva à presidência da República (a primeira vez com visita de aconselhamento prévio de Henry Kissinger) e a presença no acto de posse em 2006 de George Herbert Bush (precisamente o ex-nº 1 da CIA e vice-presidente na Administração Reagan eleita na sequência do escândalo Irangate (os reféns seriam libertados no dia de tomada de posse de Reagan - a 20 de Janeiro de 1981 menos de um mês depois do atentado de Camarate).
Como se diz na badana do livro: "Não se pode compreender Camarate (e o paradigma que reduziu o país e o povo português à condição de criados de resort de férias para a burguesia transnacional) se não se souber que Portugal era um país importante do ponto de vista geoestratégico, onde a Base das Lajes, nos Açores, desempenhava um papel essencial para o equilíbrio militar entre os EUA, a União Soviética e o Médio Oriente. Foi necessário recordar e perceber quem eram os personagens desta história nacional e internacional. De onde surgiram algumas figuras políticas, militares ou simples civis que se encontraram todos reunidos à volta de um interesse comum no dia 4 de Dezembro de 1980. Quais as suas motivações. Uns moviam-se por ideais, outros pela ganância financeira ou glória pessoal. E uns poucos tentavam simplesmente sobreviver num mundo em constante mudança".
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