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terça-feira, junho 18, 2013

a politica de Educação ou a formação de quadros para servir o Capitalismo

"O segredo para alcançar uma vantagem competitiva não está na reacção ao caos, mas na produção desse caos" (Zygmunt Bauman, A Sociedade Sitiada, 2002)

A opinião é do professor Santana Castilho numa entrevista concedida em Setembro de 2011, escassas semanas após a tomada de posse do actual governo: "Nuno Crato não sabe o que é uma escola. Este modelo de avaliação é tecnicamente miserável e, do ponto de vista humano é monstruoso. O ministro da Educação começou o reinado como um autêntico palhaço da avaliação do desempenho dos professores... num governo que prometeu não haver cortes na Educação mas que a breve trecho já tinha fechado mais de 200 escolas...". Como na altura Nuno Crato disse nada ao ser investido em palhaço, calou consentiu. E continuou a rábula (aliás decidida em instâncias superiores): só em 2012 os cortes atingiram cerca de 506 milhões de euros... e com a nova investida em nome da "mobilidade" o Ministério em 2013 prepara a rescisão de mais de 6000 contratos com professores, colocando-os irreversivelmente no desemprego - a somar aos 1100 empregos que desapareceram por dia até Março último. Santana Castilho é uma das vozes mais críticas da destruição da escola pública, com assento regular em comentários no jornal Público, tendo nesta semana de greve dado uma nova entrevista televisiva que voltou a fazer implodir a politica do Ministro da Educação:



No final de tão aguerrida batalha (ver parte 2 e parte 3), o que não fica bem claro por estes dias é que Santana Castilho foi o técnico que Passos Coelho convidou em 2010 para trabalhar na elaboração do Programa Eleitoral do PSD para a Área da Educação. Santana Castilho esperaria até inclusivamente ser convidado para ministro...E foi esse programa que foi votado e venceu a eleição. Mas assim que se apanhou com os votos que deram ao grupo de clientes de Passos Coelho a possibilidade de se atirarem a lamber o pote, o governo mandou o programa às urtigas. Confessava então Santana Castilho: "estou profundamente desiludido". Ora quando os tipos da mesma área politica se ludibriam una aos outros sem pingo de vergonha e o ministro com as suas ilegalidades formais policias nas escolas, etc. continua a manipular uma boa parte da opinião pública, é certo que se atingiu o grau zero na congestão da coisa pública - e ao caso vem a velha citação de Heródoto: "É sem dúvida mais facil enganar uma multidão do que um só homem"

Grau zero, porque não se trata já de implementar qualquer politica, mas sim de desmantelar o que antes existia... que é mais conveniente e promete mais lucro do que o laborioso trabalho de construir algo. Enfim, destruir para angariar oportunidades de negócio para um grupo restrito de amigos. Ignorando olimpicamente greves e manisfestaçõers, o Governo aumenta subsídio às escolas privadas, passando em tempo estas instituições a receber mais cinco mil euros por turma. O FMI recomenda aumentar número de alunos por turma - o Governo compromete-se a aumentar o número de alunos por turma. Não se trata já apenas de um programa ditatorial do neoliberalismo aplicado ao ensino, numa Escola que pretende formar ideologicamente "especialistas e ignorantes", mas sim de negar a Democracia (a verdadeira, a autêntica, não a demagógica que nos impingem), a qual só pode ser realizada dentro de grupos relativamente homogéneos, em que todos os individuos sejam sensivelmente iguais e se complementem uns aos outros. Como afinal haveria de ser o modelo civilizacional europeu:  
Finlândia: a melhor educação do mundo é 100% estatal, gratuita e universal

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