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quarta-feira, junho 05, 2013

A trajectória de 60 anos do Grupo Bilderberg

Alguns comentadores dos nossos Media tentam minimizar a importância histórica do Bilderberg, sugerindo existir uma confabulação anual de um corpo conservador que estuda os actuais acontecimentos, porém nunca tentando dirigi-los. O próprio "socialista" Tozé Seguro assume publicamente que vai ali como a tantos outros lados, resguardando-se porém de assumir as ordens que vai receber nem sobre o que vai ser industriado. Estudando os poucos relatos que conseguiram driblar o secretismo em torno do grupo no decorrer das últimas décadas, podemos ver que tanto a União Europeia como a Moeda Única europeia foram alimentados e guiados pelas garras de longo alcance de Bilderberg. Por exemplo, na transcrição que extravasou da reunião Bilderberg em 1955 (presidida pelo príncipe Bernhard dos Países Baixos), os participantes falaram da "urgente necessidade de trazer o povo alemão, juntamente com os outros povos da Europa, para um mercado comum", sendo desejo expresso a "chegar no menor tempo possível, ao mais alto grau de integração, o inicio de um mercado comum europeu".

Em Março de 2009 o Visconde Etienne de Davignon, ex-presidente do Bilderberg, actualmente simples participante, gabou-se ao jornal on-line EU Observer que a criação do Euro foi patrocinada pelo Grupo Bilderberg na década de 1990: "A reunião em Junho na Europa do Bilderberg Group - um clube informal de líderes políticos, empresários e pensadores presididos pelo Sr. Davignon, poderia também melhorar a compreensão sobre a acção futura, da mesma forma que ajudou a criar o Euro em 1990” , disse ele. Sabemos claramente que o processo na direcção da Moeda Única europeia, bem como a "voz" única europeia tem sido a de fazer muito mais do que isso, tendo sido sempre um processo desenvolvido em grande parte sob a cobertura de reuniões secretas. Em 1970, o mesmo Etienne Davignon, publicou um relatório em que os ministros dos Negócios Estrangeiros dos seis países europeus se comprometeram a promover a agenda europeia através de encontros na sua maioria informais. Além disso, o relatório a que os ministros dos Negócios Estrangeiros de todos os principais países europeus prometeram lealdade, admite que a maior integração das nações deve seguir um caminho gradual cuidadosamente pré-planeado em "estádios sucessivos".

O relatório, em homenagem ao próprio Visconde, foi publicado no Boletim das Comunidades Europeias, em Novembro de 1970 com detalhes de como o poder das elites europeias nessa reuniões de carácter privado planearam a integração europeia, assim afirma o Relatório Davignon. A citação na íntegra é esta: "(...) A implementação das políticas comuns sendo introduzidas ou já em vigor exigem desenvolvimentos correspondentes na esfera propriamente política, de modo a trazer para mais próximo o dia em que a Europa possa falar a uma só voz. Daí a importância de a Europa ser construído por sucessivos estádios de desenvolvimento gradual com métodos e instrumentos mais apurados para permitir uma política comum de acção". O carácter informal e privado das reuniões significa que os membros poderão deliberar fora do alcance dos jornalistas, permitindo-lhes compartilhar pensamentos sem alguém a correr para as redacções com um irritante notícia gravada do que foi dito. Numa tentativa de minimizar a importância das definições politicas do Bilderberg, Davignon disse à BBC em 2005: "É inevitável mas isso não importa. Haverá sempre pessoas que acreditam em conspirações, mas as coisas acontecem de uma forma muito mais incoerente" – mas de facto o que não é dito no relatório Davignon sobre os seus co-conspiradores é que o que é esboçado em todas essas reuniões informais não tem nada "incoerente" – em estudos académicos levados a cabo nos Estados Unidos o imperialismo assume que a União Europeia é considerada uma entidade empresarial que actua no ramo da politica

"As acções do comissário para a Indústria na Comissão Thorn, Etienne Davignon, foram precursoras das estratégias seguidas pelas Comissões Delors. Jacques Delors apresentou o programa do Mercado Único como uma resposta a uma situação internacional que reduzia deliberadamente a competitividade da economia europeia… e a 7 de Setembro de 1992, Jacques Delors, (que ainda hoje com 87 anos anda por aqui) então com dois mandatos cumpridos na Comissão Europeia, fez um discurso intitulado “A Comunidade Europeia e a Nova Ordem Mundial”. Invocando a famosa New World Order pela voz de George HW Bush, em 1990, Delors levou o seu significado um passo adiante, falando de "governo mundial", "transferência de soberania" e um "mercado único em todo o mundo". Esse discurso foi proferido no Royal Institute of International Affairs. (continua)

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