O imperialismo norte americano monta uma formidável máquina de espionagem sobre os cidadãos. O esquema tem ramificações globais – a NSA tem 68 000 funcionários que recolhem a cada seis horas um volume de dados igual aos que constam em todas as bibliotecas dos EUA... tem um orçamento anual de 2,7 mil milhões de dólares e, considerando estes meios insuficientes, tem em construção um novo centro computacional cujo custo será de 1,5 mil milhões. Um ex-funcionário da NSA resolve denunciar certos dados relacionados com estas actividades diabólicas na devassa da vida privada de cada um... e ele é que é perseguido e acusado como “espião”...
Em 2001 sob proposta da Administração Bush o Congresso dos EUA aprovava o “Patriotic Act” que conferiu poderes especiais às forças de segurança para fazer buscas sem mandato judicial, deter e deportar de diferentes pontos do mundo “todos os suspeitos de terrorismo”. Aparentemente tratava-se de uma resposta ao “ataque terrorista de 11 de Setembro” mas de facto a deriva do Estado Policial já tinha sido desenhada bastante antes desse e(in)vento.
Em 2011 o presidente Obama conferiu aos agentes de investigação não identificáveis (FBI, CIA, Oficiais do Pentágono) novos poderes para espiar, apreender meios informáticos e de telecomunicações e deter por tempo indefenido e sem culpa formada os suspeitos de actividades que ponham em risco a segurança do Estado. O critério do que é bom ou mau para o Estado é indiscriminadamente desses agentes.
Em Maio de 2013, uma sondagem de opinião realizada pela Time/CNN sobre o uso de meios de controlo da população em actos públicos (e actividades privadas de prevenção prévia) dava como resultado que 81% concorda com o uso de câmaras de vigilância nas ruas e edificios, 55% que se monitorize o uso da Internet e 79% com o uso de scanners corporais e tecnologias de reconhecimento facial. 63% acham que apesar de tudo isto os “terroristas” arranjarão sempre maneira de atacar...
Todas estas diatribes são congeminadas sob a capa de que se trata de assegurar a defesa da liberdade num espaço de mercado único na óptica ocidental que visa o progresso da humanidade. Assim, os Estados Unidos e a União Europeia são sócios inquestionaveis neste paradigma. Falamos de prosperidade. E para garantir a igualdade de oportunidades entre quase mil milhões de pessoas o presidente Obama prometeu que “quem trabalha a tempo inteiro não deve viver na pobreza... e para isso vamos subir o salário mínimo para 9 dólares à hora (6,6 €uros). Feitas as contas dá 1.160 €uros mensais de ordenado mínimo. Que fazer então com os “terroristas” portugueses que não chegam a auferir 500 €uros por mês? (para já não falar dos milhares de milhões que vivem com menos de dois dólares por dia por esse mundo fora)...
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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