... o FMI está insatisfeito... pouco depois, numa carta enviada ao Eurogrupo, Christine Lagarde fez uma avaliação menos positiva do documento grego, defendendo que, para que haja uma aprovação final até Abril, o Governo de Alexis Tsipras tem de ir mais longe - o FMI concorda com a ideia de que os planos apresentados são "um ponto de partida válido". No entanto, avisa, "apesar de a lista de medidas ser abrangente, não é de forma geral muito específica". "Em muitas áreas, e talvez mesmo nas mais importantes, a carta [enviada por Atenas] não apresenta garantias claras de que o Governo pretende pôr em prática as reformas previstas no Memorando de Entendimento" (da ex-Troika), afirma Lagarde. A responsável do FMI destaca, em particular, cinco áreas do programa da Troika em que o Governo grego não assume compromissos considerados suficientes: a reforma do sistema de pensões, a alteração ao regime do IVA, a liberalização da entrada nos sectores mais fechados, a reforma administrativa, as privatizações e a reforma da legislação laboral. Estas áreas são consideradas pelo FMI como "críticas" para a conclusão do programa. "É importante para mim enfatizar que, para que as discussões de conclusão da avaliação sejam bem sucedidas, estas não podem ficar confinadas aos parâmetros de políticas definidos na lista do Governo".
O Banco Central Europeu (BCE), outra instituição da Troika, manifestou uma opinião em tudo semelhante à do FMI. Numa carta ao Eurogrupo, Mario Draghi diz que o plano grego abrange áreas suficientes para ser considerado um bom ponto de partida, aceitando o facto de não serem apresentadas metas quantificadas como "compreensível", dado o pouco tempo disponível que foi dado ao novo Governo grego. Mas depois, o presidente do BCE apresenta os seus motivos para apreensão e deixa claro que não está disponível para esquecer aquilo que foi assinado pelo anterior governo grego no programa da Troika". Concluindo, o governo do Syriza está a negociar unilateralmente com cada Estado da zona Euro e a promessa que não seria mais admissivel a ingerência externa impondo mais medidas de austeridade fez implodir a Troika. Cada um agora fala por seu lado. Se outro mérito não houvesse, este é um primeiro passo muito positivo na defesa da soberania dos povos da Europa. Aqueles cujos governos não neguem a venda a estrangeiros da vida e dos bens comuns dos seus cidadãos. Citando alguém muito respeitável: "aprendi na escola primária que colocarmo-nos ao lado dos mais fortes para poder bater nos mais fracos tem um nome muito feito. Esse mesmo!" (ler mais)
.
Entretanto, o Business Insider (citando o sionista Liberation) divulga um episódio que teria ocorrido durantes as recentes negociações: "Mentiroso!", teria gritado enraivecido Yanis Varoufakis. Jeroen Dijsselbloem, acostumado à cortesia que costuma existir dentro do clube de ministros das Finanças da zona do euro, estava lívido. O holandês, presidente do Eurogrupo, parecia frágil questionado pelo maciço ministro das Finanças grego, que é fisicamente parecido com Bruce Willis. "Foi incrível. Pensei realmente que eles iriam chegar a vias de facto", disse uma testemunha no local. E traduzindo mais outra parte do relatório de Libération acrescenta-se: informado do incidente, Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças alemão, negou-se a continuar a falar com Varoufakis, que realmente incomoda os outros membros do Eurogrupo, pelo que não vai ser fácil colocá-los na mesma sala no futuro". Tudo para explicar o grau de alta tensão que tem existido (ver aqui). Obviamente, este tipo de fait-divers apaixonam a politicagem alcoviteira de toda a Europa, mas regra geral o ministro grego divulga na internet todos os documentos e todos os passos que dá. Uma postura diametralmente oposta ao secretismo que sempre tem rodeado as reuniões da reaccionária cáfila de decisores politicos da União Europeia. E sobre o episódio Varoufakis escreveu no twitter: "Tenho más notícias para vocês: essa estória que reportaram é falsa. Nunca existiu um tal acontecimento entre mim e o Jeroen. Peço desculpa por os desapontar". Depois do reparo à ministra Marilú "Swaps" Albuquerque, mais outra prova da boa educação e diplomacia de Yanis Varoufakis.
relacionado:
"Tentativa de sufocar financeiramente a Grécia demonstra: não será possível mudar o mundo sem criar novas relações com Moeda e Crédito" (George Monbiot)
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
Pesquisar neste blogue
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário