o actual governo da Grécia herdou uma situação de corrupção que vem dos governos anteriores por décadas. Além do mais está vinculado a compromissos de uma dívida que não foi criada pelo povo grego (a Grécia paga em juros 780 euros por segundo) a qual está posta em causa pelos seus actuais legitimos representantes. Para já, num país submetido ao dominio do crédito financeiro, trata-se de negar firmemente que possam existir exigências de contrapartidas em mais austeridade na área social. Ao mesmo tempo que se tenta regressar a uma espécie de social-democracia. O que, como se verá, falando na óptica capitalista europeia, será praticamente impossivel...
O ganho dos credores está nos juros, a Alemanha lucrou 65 mil milhões de euros, só com a Grécia. E já agora cabe perguntar ao excelentissimo dinossauro Cavaco: e com a dívida de Portugal? quanto lucraram os alemães?
Um vídeo de Março de 2012, "A crise grega e a história que contaram aos alemães", uma reportagem da televisão pública alemã sobre a crise na Grécia, sobre o dinheiro que foi de facto emprestado e sobre a história da carochinha que foi contada aos alemães.
......
(...) a conclusão a tirar é que o verdadeiro objectivo do empréstimo de dinheiro ao devedor não é apenas obter um reembolso com lucro da dívida, mas o prolongamento indefinido da dívida que mantém o devedor numa posição de dependência e subordinação. Há cerca de uma década, quando a Argentina decidiu pagar antecipadamente a sua dívida ao FMI, a reacção do FMI foi surpreendente: em vez de mostrar satisfação por reaver o seu dinheiro, o FMI (ou melhor, oos seus representantes de topo) exprimiram a sua contrariedade por verem a Argentina em condições de utilizar a sua nova liberdade e a sus independência perante as instituições financeiras internacionais para abandonar a sua politica económica interna de controle rigoroso, lançando-se numa politica de despesas irreflectidas. Esta inquietação do FMI tornava tangível o que está realmente em jogo na relação devedor/credor: a dívida é um instrumento destinado a controlar e regular o comportamento do devedor, e é por isso que procura reproduzir-se e expandir-se" (Slavoj Žižek, "O que Quer a Europa", 2013)
1 comentário:
-> Foram mestres anti-austeridade [com o silêncio cúmplice de (muitos outros) mestres/elite-em-economia] que enfiaram ao contribuinte autoestradas 'olha lá vem um', estádios de futebol vazios, nacionalização do BPN, contabilidade fraudulenta (obs: relembrar a parceria governo grego Goldman Sach) etc, etc, etc...
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-> Por muitos mestres-em-economia que existam por aí... quem paga não pode deixar de ter uma palavra a dizer!!!
---> Leia-se, deve existir o Direito ao Veto de que paga: blog 'fim-da-cidadania-infantil'.
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