à medida que os individuos empobrecem devido à redução dos salários e corrosão dos direitos sociais, o neoliberalismo oferece-lhes como contrapartida o endividamento e o incitamento a que se tornem accionistas (...)
Estamos perante o paradoxo da realização directa que se transforma no seu contrário. O actual capitalismo global desenvolve até ao seu limite a relação credor/devedor, ao mesmo tempo que a mina: a dívida torna-se um excesso manifestamente ridiculo. Entramos aqui no dominio da obscenidade: quando o crédito é concedido, já não se espera sequer que o devedor o pague - a dívida é directamente tratada como um meio de controle e dominação (...)
De acordo com dados oficiais, cerca de 90 por cento do dinheiro em circulação é dinheiro virtual, associado ao crédito: por conseguinte, se os produtores "reais" se encontram endividados perante as instituições financeiras, temos boas razões para pôr em dúvida o estatuto da sua dívida que tem lugar numa esfera sem qualquer ligação com a realidade de uma unidade de produção local (...)
ou seja, as pessoas não podem ser comparadas com os paises - são lógicas diferentes. O dinheiro do nosso orçamento familiar é ganho com trabalho. O "dinheiro" usado pelos países é fabricado e emprestado a juros. É o esquema do imbalance, o que uns têm a mais por este processo, têm outros a menos - e claro, este sistema nada tem a ver com trabalho. E só o Trabalho cria Valor.
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