Pesquisar neste blogue

terça-feira, março 24, 2015

expectativas goradas, a bombar à 40 anos

Desde que os portugueses se aperceberam, desde cedo, do logro da eleição deste governo (manipuladamente eleito com um truculento programa para media ver e posto imediatamente de lado para fazer exactamente o contrário) que este governo deveria ter sido destituído, sendo convocadas eleições antecipadas. No debate para uma nova escolha deveria ser equacionada, antes do mais, a questão da adesão (antidemocrática) e permanência no Euro* - numa moeda forte para medir uma economia fraca (desindustrializada a contrato com o directório da UE por Cavaco Silva com supervisão de Mário Soares).
Avaliar os prós e os contras e legitimar a opção a tomar por referendo teria sido essencial. Mas tal nunca foi feito pelos governos anteriores ps/psd/cds. E mesmo nos países onde esses referendos foram efectuados, com clara opção pelo “Não” na Dinamarca, Irlanda, Holanda e França, a votação foi repetida tantas vezes quanto bastasse até que os povos dessem o aval ao “sim”. Estamos portanto, na Europa*, perante um perverso conluio de governos e falsas oposições. Se e quando houver eleições para escolher entre uma das duas opções e meia do “arco da governação”, a vitória do Partido-que-nunca-foi-Socialista tornará constitucionais (com a maioria de dois terços junto com psd/cds) todos os cortes nos serviços públicos, o roubo das pensões e a “flexibilidade” dos salários direccionados pra a miséria.
a bem da nossa hegemonia prendemos o Sócrates, ok?
No acto de votar em António Costa, a memória sofre um apagão – quando já quase ninguém se lembra que o P”S” aprovou na AR sob direcção psd/cds nos idos de Abril de 2012* o Tratado Orçamental “que amarra o partido a opções que não pode alterar”*, isto é, a cumprir as metas do défice exigidas pela Troika, embora as boas-línguas digam que cá já não há Troika.

O défice de 3,6% avaliado e previsto para 2014 poderia ter caído, mas foi revisto para 4,8% do PIB. Em 2015 seria obrigatório não ultrapassar os 2,5%, o que significa que as culpas no cartório serão transferidas para o próximo governo. E mais, nenhum destes números conta ainda com a falência do BES e a transferência dos prejuízos para o Novo Banco, isto é, para as contas do Estado.

* "Ao criar a zona Euro, criámos um monstro" diz Thomas Piketty - "Criámos"? . mas, por pretender remendar as contas da classe dominante  Yanis Varoufakis teceu-lhe duras criticas, apelidando Piketty de “o último inimigo do igualitarismo(descubra as diferenças)
* Lendo a imprensa desse ano, a partir de Abril de 2012 a coligação governamental dramatiza a pseudo desavença com o irrevogável Portas ameaçando com um segundo resgate. Depois da grande manifestação popular o Financial Times publica o aviso que o descontentamento ameaça progresso orçamental. Cavaco está muito preocupado mas não marca eleições. O PS ouviu, diz que só ascende ao governo com eleições e aprovou em definitivo a continuidade da Troika. Os notáveis do regime afirmam que um Governo de Salvação Nacional não é necessário, pelo menos para já...o regimento de Comandos, indignado com os cortes, reune-se para "preparar respostas fortes à crise politica"...

Sem comentários: