com o apoio do Bloco Central em peso
Branqueando aquilo que ele foi como 1ºministro, está em marcha a megacampanha para o previsivel regresso através da Presidência da República de Cavaco Silva e da sua clientela partidária que em épocas de vacas gordas, como todos estamos amargamente bem recordados, se dedica à espoliação dos fundos públicos em proveito próprio.Quando o maná se acaba, eclipsam-se - o PSD não é sequer um partido, mas apenas uma mera associação temporária de interesses que tem até dificuldade em defenir lideres credíveis nos periodos de jejum orçamental forçado. No decurso dos 10 anos de regabofe de Cavaco Silva, delapidaram-se milhões dos Fundos de Coesão europeus sem que coisa alguma tivesse sido feita para tornar Portugal num país estruturalmente moderno. Ao invés, é dessa época e da responsabilidade de Cavaco Silva o início do crescimento desmesurado da função pública no peso das despesas do Estado.
Como se adivinha pelos notáveis investimentos em sondagens favoráveis e publicidade paga em jornais ditos “de referência”, o Poder Económico aposta forte em Cavaco Silva. O dinheiro é a forma mais eficaz de manipular e controlar as opiniões que podem ser publicadas. As sondagens representam tiros de pólvora seca, tirados da prateleira com finalidades precisas, como por exemplo, a de branquear o barão do PSD Dias Loureiro, ex super-ministro de Cavaco, acusado públicamente de enriquecimento ílícito e de corrupção no fornecimento de material e serviços de combate aos incêndios, ao serviço da multinacional Bombardier, OMNI e outras, lesando o Estado em milhões,,,
Mas não se pense que este nóvel assalto de corruptos menores são meros casos de polícia. Por detrás de Cavaco, um homem sem passado democrático, perfilam-se forças poderosas - nos esconsos eruditos da politica subterrânea portuguesa desenha-se uma ofensiva liberal-conservadora para a implementação de uma Democracia formal musculada, ou seja, a famigerada ideologia NeoCon com roupa lavada – como se viu pelas sumidades presentes no recente “Encontro Internacional de Estudos Politicos” realizado no Hotel Palácio subordinado ao tema “A Relação Transatlântica num Mundo Global”
Das eminências pardas presentes, aqui fica uma colheita de algumas afirmações:
Cavaco presidiu à sessão inaugural e não precisou de dizer nada. Pouco disse também, por ser demasiado óbvio, o representante máximo do Grupo Bilderberg em Portugal Braga da Cruz. Garantiu João Carlos Espada que “não são os que defendem a aliança transatlântica que subcrevem um pensamento único”. Jonh Buck disse que “a ideia de que a Europa deve constituir-se como um polo alternativo aos EUA é errada”. Susan Shell do Boston College lembrou o feudalismo dos clássicos citando que “para pensadores como Tucidides ou Maquiavel, o Império não é um rival da Democracia, mas antes a sua extensão natural”. Lord Raymond Plant do King`s College usou de uma generalidade que dá para tudo: “depreende-se que deveria existir uma norma de não intervenção na politica internacional, excepto quando a autodefesa está em risco”. Anthony O`Hear falando sobre o Estado-Providência afirmou que “não devemos esperar que o Estado seja o garante dos cuidados de saude, educação e segurança social – a colectivização e as burocracias negam sempre aos cidadãos os mecanismos de escolha”, John O`Sullivan citou a proposta de Tony Blair de “soluções de mercado livre para o elevado desemprego, o fraco crescimento e a esclerose reguladora galopante da EU”. Guilherme d`Oliveira Martins, Martim Avillez, António Carrapatoso e mais uma mão-cheia de spin-doctors concordaram em que “antes do Welfare State era como se não houvesse uma rede para proteger os trapezistas. Se caíssem morriam. Hoje há redes a mais, como no caso português com o peso excessivo do Estado na Economia”
Encerrou o circo, perdão,,, o debate, a Encarregada de Negócios dos EUA em Portugal miss Adrienne S. O`Neal.
Estiveram tambem presentes o ministro porta-voz do lobie militar Luís Amado, o ex-embaixador em Bagdad e na Eurominas José Lamego e o abominável neocon João César das Neves. Tudo bons rapazes!
Ausente esteve Mário Soares, longe do fulgôr dos velhos tempos dos acordos com Carlluci, ainda assim o notável artista autor do gag da candidatura aos 81 anos como manobra de diversão, que enviou a esposa ao Forum como sinal de solidariedade para o futuro. Bem hajam!, e que venha rápido o Papa abençoá-los a todos.
e agora algo completamente diferente,,, (ou mais do mesmo?)
Ruben de Carvalho, no DN, 08/09/05
"Tom DeLay, um dos maiores responsáveis dirigentes do Partido Republicano (líder da maioria na Câmara dos Representantes) e apoiante de primeira linha do Presidente George W. Bush, acaba de ser acusado de branqueamento de capitais, num escândalo que a imprensa norte-americana de referência descreve como podendo ser dos mais graves que atingiram qualquer Administração na história do país. Os contornos dos delitos de que DeLay é acusado são dignos de uma história policial, não lhe faltando episódios que podem, um a um, ser referenciados a diversos filmes de Hollywood. Há advogados corruptos, envolvimentos com o negócio do jogo, subornos e mesmo algumas mortes inexplicadas e desaparecimentos nas mesmas condições. Mas o que mais inquieta os observadores é que o caso DeLay surge como um tropeção a impor a entrada em acção da polícia e dos tribunais, mas, na verdade, está longe de ser o único - e, seguramente, de forma alguma o mais importante - problema de tráficos de política e dinheiro da ultraconservadora maioria de Bush.
Os casos mais citados são, já se vê, os que envolvem a empresa Halliburton e uma vasta teia de firmas a ela ligadas, que, desde terem construído em tempo recorde e a peso de milhões a tão sinistra quanto ilegal prisão de Guantánamo até ganharem contratos milionários para a "reconstrução" no Iraque e no Afeganistão, têm sido os mais visíveis beneficiários da "guerra contra o terrorismo". Tudo com o decisivo pormenor de a Halliburton ter sido administrada pelo vice-presidente, Dick Cheney, estar sediada no Texas e ter conhecidas (e, certamente, também desconhecidas...) relações com os negócios da família Bush e ter o seu negócio principal na área do... petróleo.
Longe vai o tempo em que os lucros dos negociantes de armas eram simultaneamente motivo de escândalo ou tema de banda desenhada”...
Sem comentários:
Enviar um comentário