Pesquisar neste blogue

quarta-feira, outubro 19, 2005

ilacções Autárquicas

Capitulo I
O grau zero da ética - os barões Valentins&Compª

No cair do pano das autárquicas, em 19 (dezanove) páginas de um jornal sairam 36 (trinta e seis) fotografias do major Valentim Loureiro, e, na página vinte, uma publicidade de página inteira, paga pela Câmara, que (in)directamente promove a candidatura do referido “major”, é obra quanto a falta de vergonha. A juiza Cândida Almeida, depois de nos sossegar dizendo que “os niveis de corrupção em Portugal não são alarmantes” (CM,15/10) esclareceu-nos tambem que “não há acelerações ( nos processos que envolvem autarcas que foram candidatos); o TEMPO da acusação resulta da complexidade das investigações”. Ao contrário da Ciência que procura clarificar temas complexos tornando-os simples – a politica neoliberal vive de transformar irregularidades simples em trapaças complexas; o TEMPO é escasso e não raras vezes se esgota antes que se faça justiça.

“No céu cinzento
sob o astro mudo
batendo as asas
pela noite calada
vêm em bandos
com pés de veludo
chupar o sangue
fresco da manada”

Marques Mendes tem feito um esforço notável para que os militantes do seu partido se obriguem a ter uma imagem de honestidade. Não é preciso ser honesto, basta parecê-lo. Como no caso de Carmona Rodrigues cuja estratégia foi um êxito na sua corrida para a Câmara de Lisboa - a demarcação mediática das trapaças de Santana Lopes deve ser seguida à risca pela generalidade dos militantes do PSD para limpar a imagem de associação de malfeitores que o partido tem tido por via das atividades marginais dos seus barões de sempre envolvidos em processos judiciais, como o ex-Ministro de Durão Barroso - Isaltino Morais, ou outras figuras menores do aparelho. Resumindo: é preciso mudar para que tudo fique na mesma – o crime doravante não é cometer esses “pequenos” pecadilhos, mordomias para cujo usufruto foram aliás eleitos, mas o crime é sim, serem apanhados!Alguém no seu juizo perfeito aceita que Carmona Rodrigues não foi conivente com as irregularidades que foram cometidas em Lisboa? Para quem acredita que não, saiba-se que a campanha de lavagem de imagem, em Lisboa e em todo o país, custou milhões e as despesas feitas na campanha, que tão grande sucesso trouxe ao PSD, bateram todos os recordes. As vitórias partidárias são proporcionais aos Investimentos – os Partidos são núcleos empresariais para fomento de negócios.

“Se alguém se engana
com seu ar sisudo
e lhes franqueia
as portas à chegada
eles comem tudo
eles comem tudo
eles comem tudo
e não deixam nada”


Capitulo II
O grau zero+1 - os barões "socialistas"
PS+PSD=BlocoCentral - Não existem duas faces separadas, mas apenas uma moeda. Uma estratégia concertada de alternância ficticia, concertada, à americana. No PS, após as eleições, os mesmos que dificultaram a unidade das esquerdas nos principais centros urbanos, foram os mesmos que agora vieram lamentar a dispersão dos votos das esquerdas.
Há muito tempo que não assistíamos a tanta agitação social. Mérito seja concedido ao governo PS, que conseguiu pôr os mais variados sectores da sociedade portuguesa contra o governo. Ontem os militares, hoje os funcionários judiciários e os agricultores, amanhã os Juízes, os enfermeiros etc.…
O que preocupa, é que não sabemos se o governo tem consciência que toda esta agitação não contribui para a tão ambicionada retoma Atlântica da economia, e que a arrogância e falta de diálogo apenas contribuem para extremar posições, como a que provocou a requisição civil dos funcionários dos tribunais. É que nem os governos de direita conseguiram fazer melhor!, o que, inclusivamente vem em defesa daqueles que consideram o PS um partido de travestis, que quando estão na oposição usam um discurso (charlatão)de “esquerda”, mas que quando governam viram à direita, em perfeita sintonia com as Corporações instaladas. Se uma Plutocracia se define pelo governo das classes possidentes, então parece não haver dúvidas de que o fascismo continua entre nós.
----
a resposta? – 44% de abstenção e uma cada vez menor participação na cidadania, perpassando por toda a sociedade portuguesa um clamor, filtrado pelos Media, em prol da ultrapassagem do paradigma partidocrático vigente, para novas formas de democracia directa.
“O recurso sistemático aos artificios tácticos para iludir a realidade acaba por auto-iludir quem o pratica, levando-o a confundir a verdade dos factos com a ficção da realidade”.(VJS). Segue-se o Orçamento do Estado para 2006, o momento decisivo de Sócrates, antes dos inefáveis 56% votantes remanescentes do povo português perceberem, mais uma vez, que voltaram a ser enganados.

Sem comentários: