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domingo, outubro 02, 2005

o Neo-Senderismo no Peru


Desde 2002 abriram-se dez novos processos contra o Dr.Ruben Abimael Guzmán Reynoso (o lendário Comandante Gonzalo) e outros dirigentes de cúpula da organização Sendero Luminoso. Os novos primeiros processos foram acumulados num megaprocesso, mas Guzmán impugnou esta decisão e a questão está pendente de resolução no Supremo Tribunal do Peru.
Em causa está o facto de o Estado se recusar a julgar numa primeira instância o caso da “Academia César Vallejo”, que operou como centro de financiamento e recrutamento de militantes senderistas, e que envolveu a larga maioria da população peruana, chegando a guerrilha nos anos 90 a contar com 10 mil efectivos operacionais. Guzman, depois de detido em 1993, fez um acordo com o Estado levando á deposição das armas.
Agora o Estado “democrático” neo-fascista acusa-o de 34.500 assassinios (!). Pretender-se-á que a revolta de todo um povo seja condenada numa única pessoa?
Nestas contas, sobra contudo ainda a Ala Esquerda da luta Armada,,, (que faz de Guzman um moderado e um bom interlocutor para um futuro governo democrático de amplo apoio popular):
“Ontem, 60 homens formando uma coluna armada ocuparam a aldeia de Tabalasos, e dirigidos por uma mulher, todos vestidos de uniforme militar, permaneceram 15 minutos na praça principal, deram vivas à luta armada e abandonaram o local deixando uma bandeira vermelha com a foice e o martelo. O prefeito da cidade na região de San Martin, Max Ramírez, confirmou o fato dizendo que não houve feridos nem danos maiores à cidade, apesar da ameaça dos insurgentes em liquidar os políticos corruptos e imorais”.
Livro defende Sendero Luminoso:
Recentemente foi lançado um livro denominado “A Outra Versão”, escrito na clandestinidade por um enigmático militante, apresentando pela primeira vez uma defesa da organização armada maoísta Sendero Luminoso na guerra interna que sacudiu o Peru nas duas últimas décadas. “La Otra Versión”, título em castelhano, que circula em Lima desde há várias semanas, é uma novela onde vários personagens expõem a ideologia do Grupo Armado em resposta ao relatório da Comissão da Verdade e Reconciliação (CVR) que acusou o Sendero Luminoso de cometer crimes contra a humanidade. Qualificada como um insólito caminho literário pelo autor, a novela reafirma a tese de Abimael Guzmán de pretender acordo de paz para encontrar uma solução política para os problemas derivados da guerra.

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