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domingo, dezembro 17, 2006

"Afinando as Notas", aguarela de Carl Larsson, 1898















a Festa da Musica acabou. René Martin diz que lhe roubaram a ideia. O Expresso faz campanha no forum "Vamos salvar a Festa da Musica", a favor do mais popular evento de música clássica em Portugal; esforço fingido, condenado ao insucesso, de que restarão apenas as "boas intenções" de que o inferno está cheio. Então não é muito melhor, na óptica do individualismo prégado pelo liberalismo, cada um e cada qual tocar à sua maneira o que quiser, em sua casa?, voltarmos às nossas raizes, ao século XIX, deleitar com as nossas virtualidades os nossos familiares, que são os únicos que afinal nos podem dar de retorno o apreço que merecemos?
é urgente que haja um piano em cada casa portuguesa!, ou um fagote, no minimo, ou um pífaro - nada que faça lembrar a beleza colectiva de uma Orquestra, sem que se pague 50 euros por pessoa nas catedrais da élite. A propósito, até a Gulbenkian pôs termo às noites no Coliseu com as grandes orquestras mundiais, a que podiamos assistir no glorioso peão, lá em cima, junto ao tecto,,,

Um patusco comentador faz uma sugestão a Sua Excelência o Senhor Presidente do CCB Doutor António Mega Ferreira: "Programe para 2007 uma festa de música constituída por toques de telemóveis. Sai muito mais barato e tem o apoio certo da Vodafone, Tmn e da Optimus, excelente ideia pois desta forma, pelo menos os impostos estarão salvaguardados dos habituais "gestores" públicos! Ironias àparte vamos então à realidade.
mais do mesmo, ou o vazio


Quando chutaram o Mega para Belém foi com a intenção pré- determinada de reformular o projecto por forma a repor a verdade inicial - o CCB é uma obra cavaquista. O plano de acção é simples (é um bocado mais do mesmo, mas paciência): limpar a casa pondo as despesas a zero (museu entregue de bandeja ao Joe do Banif) e construir o 3º módulo já previsto desde o inicio do CCB que prevê um Hotel e um Centro Comercial (140 mil M2 de construção nova). Tudo o mais que se disser é folclore. Estão de parabéns o lobie do Betão, os empresários e os clientes de uma zona de luxo, assim como se dá novo alento aos basbaques calcorreantes de corredores de centros comerciais que arrastam os fundilhos na cobiça das montras de néon em dias de sol radioso. É a isto que se chama "coesão social" na óptica cavaquista; qualquer diabo pode comprar prada, e os comedores de pipocas em cinemas também não serão esquecidos. Sem dúvida que isto é outra música - Olhem para o resultado: não é lindo? pra uso de todos à mesma, e bué da cosmopolita? (com a porcaria da cultura varrida do mapa. Morra a Cultura, viva a Kultura! pimba)

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