"O meu filho já me dá sugestões enquanto escrevo"
Margarina R.Pinto, em entrevista à revista "Caras"
Um destes dias cogitava eu na vidinha trepando Chiado acima, quando de repente fui detido por um mau encontro. Há porta da Bertrand estava, adasmastormente tenebroso, um catrapázio em cartão assustadoramente avantajado, o suficiente para impedir a qualquer audaz leitor dobrar o cabo do desprezo. O objecto da promoção retratava uma top-model-writter, de rendinhas no saiote, que em tempo se gabou de ter posto Portugal a ler. a Ler?, (hic, ainda hoje não bebi nada), ou a cansar a vista com farelo? Recompus-me e fui-me ao porteiro fardado que montava guarda à porta da baiúca e atirei-lhe com aquela velha piada: "Com guardadoras do templo destas à porta bem podes ficar descansado que aqui ninguém entra pra roubar nada" (ih,ih,ih, acompanhei a frase com o risinho alarve próprio para estas ocasiões, não fosse o segurança não entender). Do alto da solidez do seu posto de trabalho precário, o homem exibiu aquele tipo de sobrolho carregado de académico erudito extremamente hábil para nos explicar o ciclo de vida útil dos zigotos, mas por outro lado inexplicavelmente inábil para compreender o que é que andam a congeminar as particulas quânticas de comportamento aleatório - e não respondeu. Fixe, meu, suspirei eu, enquanto era puxado por um braço por aquela que me atura. Que cena malaica, man. Bué da mais divertido que ler o livro da gaja, ou ir ao cinema light, podes crer, Luiz Pacheco.
"Nasci três dias depois do 25 de Abril de 1974, ou seja, não vivi um único dia sob regime ditatorial, razão pela qual a minha cabeça está completamente formatada para a liberdade"
Ricardo Araújo Pereira, na "Tv Guia"
Formatemos então a parte sobrante, a nascente e a jusante.
Nos casos em que uma frase se constrói incluindo um contexto situacional extralinguistico, que não seja meramente textual, precisamos de instaurar uma situação de deixis utilizando grupos proposicionais; advérbios; verbos; pronomes; determinante e afixos. A Holoninia e a Meronimia são os conceitos associados à relação entre as partes e o todo de cada uma das unidades lexicais. A Hiperominia e a Hiponímia são os conceitos associados à inclusão entre duas unidades lexicais; ou seja, a lexicografia da TLEBS faz a distinção entre a estrutura interna dos diversos tipos de dicionário. Quem não possuir capacidade para pagar a aprendizagem de modo a fazer-se entender empregando conectores nas coesões interfrásicas do ponto de vista temporo- aspectual, fica sem perceber patavina daquilo que os eruditos que tiveram dinheiro para aprender, lhes estão a tentar transmitir.
Sabendo nós que grupos falando o mesmo dialecto original, desligando-se durante duas ou três gerações deixam de se entender devido à evolução da linguagem falada separadamente por cada um dos grupos – teremos a modalidade, que segundo o TLEBS é uma categoria gramatical que consiste na “gramaticalização das atitudes e opiniões dos sujeitos” exprimindo a atitude do locutor - verifique-se então se esta separação de classes não fica já bem patente na semântica conceptual empregue no site que é de longe mais visitado na net portuguesa (perto de 5 milhões de visitas). Citando: "adoro alinhar em cenas novas ehehe, k gajos fixolas e gente k kurta metal" - o destrunfo dos Porcos (RIP)
a professora Isabel Coutinho (Public7/12) explica: "já começo a ter dúvidas sobre a bondade ou maldade tlebiana: no dia em que em Portugal só houver "Gamas" (TAH-Terminologia Aldous Huxley) talvez os alunos sejam poupados aos disparates de certos manuais escolares. Estou a pensar concretamente nos de História, que é o meu ramo. Nesse dia, além de não saberem ler, ficarão então a não saber quem são. E, como a Geografia parece já ter desaparecido dos programas escolares, ficam também a ignorar onde estão. Que tal? não é bom?"
e agora a vertente económica, que é a base que sustenta todas as outras:
Privados dos cafés de antigamente, quase todos transformados em Bancos, bem podem carpir nostalgias o Pacheco e Vicente Jorge Silva, o autor da famosa deixa da "geração rasca" (que se entreteve a comparar "o melhor" com o "o pior"). Sucedendo-lhe em situação cada vez mais agravada, esta é, sem dúvida, a "geração hipotecada"
mas nem todos dependerão dos pais até aos 30 anos! (ou mais) - o filhinho da MRP p/e tem muito jeito para a escrita,,,
(e assim se fechará o círculo da rasquice)
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