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domingo, janeiro 21, 2007

Duas fábulas sobre violência: padre Não 1, Olhai pró Norte 2

Um padre qualquer de uma qualquer paróquia (salvo erro de Portalegre) é entrevistado na TSF:
Repórter - o senhor tomou posição pelo Não e recusou a comunhão a alguns fiéis, depois de saber que eram a favor do Sim
Padre - têm de saber que podem até ser excomungados!
Repórter – mas o senhor não tem poderes para isso,,,
Padre – realmente não, mas posso, por minha objecção de consciência, recusar conferir-lhes os sacramentos,,, àqueles que são contra a igreja
Repórter – e como fará isso? Proibirá os fiéis de assistir à missa?
Padre – minha senhora, à missa pode assistir qualquer pessoa, até um cão pode assistir à missa!





















Olhai pró Norte (da nossa amiga Maria Eugénia, in "Histórias de Vida, edit. Asa)

“Esta é a minha mais antiga memória de infância. Devia eu andar aí pelos três anos. Numa aldeia do Norte, a minha avó levou-me à igreja, a uma ladainha a Nossa Senhora, nessa época, em latim. Lembro-me das mulheres embrulhadas em xailes pretos e a minha avó e eu sentadas num banco debaixo do púlpito. O padre rezava:
- Santa Maria, Santa Mater Dei, Virgo Virginis, Stela Maris…
e as mulheres respondiam:
- Orae pró nobis, orae pró nobis, orae pró nobis…
Aqueles sons fizeram-me confusão. Tentei entendê-los e comecei também a rezar:
- Olhai p`ró Norte, olhai p`ró Norte, olhai p`ró Norte
Aí vi que as mulheres começaram todas a olhar para mim e, então, eu esganicei mais a voz e rezei mais alto:
- Olhai p`ró Norte, olhai p`ró Norte, olhai p`ró Norte
E a minha oração acabou com uma boa bofetada da minha avó”…

(desenhos de Piem)
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