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Franklin Lamb, um cooperante da Comissão da ONU para os Direitos Humanos (UNHCR) descreve no Counterpunch.Org a forma como envergando uma esfarrapada camiseta que guardou da guerra Hezbollah-Israel de Julho do ano passado, entrou no campo de Nahr el-Bared com a missão de levar ajuda alimentar, colchões e roupas aos refugiados palestinianos. “Perguntei-me quem estava por trás dos acontecimentos que tiveram uma erupção tão rápida e violenta depois de um suposto “assalto a um banco” onde, dependendo da posição ideológica da pessoa com quem se fala, “bandidos mascarados” embolsaram 150 mil, 1.500 ou 150 dólares. Parece que cada meio noticioso em Beirute tem a sua fonte de “informação confidencial” – como costumava dizer o 1º Ministro assassinado Rafic Hariri: “¡no Líbano, não creias em nada do que te dizem e acredita só em metade do que vês!”
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Das pessoas com quem conseguimos falar, todas afirmaram que os militantes da Fatah Al-Islam (FAI) começaram a chegar nos fins do Verão de 2006 e nenhum deles tem parentes no campo; são da Arábia Saudita, Paquistão, Argélia, Iraque Tunes e outros sitios. Não há palestinianos entre eles excepto os poucos delegados e afirmam ser pagos pelo grupo Hariri. Desmentem a informação que estejam a ajudar a população: "tudo o que fazem é rezar nos intervalos dos treinos militares”
Se virmos os dramáticos antecedentes dos 433.276 refugiados palestinianos nos 12 campos oficiais e 7 semiclandestinos do Líbano não surpreende que tenham simpatias pela Al-Qaeda, seja lá o que isso fôr, senão mesmo filiados em organizações como agora a FAI, os Soldados de Damasco (Jund al-Shams, “Sham” en árabe significa a Siria, Líbano, Palestina y Jordania), Filhos dos Mártires (Ibns al-Shaheed) as Comunidades da Iluminação (Issbat al-Anssar ou Issbat al-Noor) e muitos outros. Depois da invasão do Iraque e do Afeganistão, e do novo alento de Bush para que Israel possa destruir o Libano e as fontes de revolta, a situação assemelha-se hoje aos anos 80 da guerra civil, quando começaram a chegar grupos para resistir à invasão aprovada pelos EUA. Porém, hoje, em vez de militantes chiitas pró Hezbollah, os grupos actuais são islamitas sunitas contra o Hezbollah, financiados por patrocinadores comprometidos com a obscessão da Casa Branca em debilitar o Hezbollah depois da derrota de Israel em Julho de 2006.
David Welch
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Para formar as novas milicias, o PSP e a FM reuniram antigos extremistas dos antigos campos que haviam sido marginalizados durante a ocupação síria do Líbano, formando células para servir de cobertura a projectos anti-Hezbollah – o plano era culpar a Al-Qaeda e a Síria com acções de “terroristas islamitas”, entre as quais as FAI, desde que não comprometessem “o Clube”. Cada combatente recebia 700 dólares por mês, o que não é nada mau no actual Líbano.
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Os grupos actuaram seguindo directivas do presidente do Clube, Saad Hariri. ¿O que correu mal? ¿Porquê “o assalto ao banco” a a matança em Nahr el-Bared?
Segundo membros da FAI, o governo de Bush entrou em pânico desde que Seymour Hersh anda a espalhar a notícia que a disciplina no Iraque-pós-Bush está em queda livre, enquanto os serviços de informações do Hezbollah sabiam antecipadamente dos planos de Clube Welch e juram que impedirão por todos os meios a guerra civil sunita-chiita. Então, a semana passada, as coisas começaram a correr mal para o Clube Welch – a FM “suspendeu” a transferência do pagamento dos ordenados à FAI habitualmente feita através do Banco propriedade da família Hariri; a Fatah-al-Islam, tratou de negociar pelo menos uma verba de subsistência sem que o conseguissem e sentiram-se atraiçoados (muitos dos seus combatentes são adolescentes facilmente frustados se não conseguem enviar o dinheiro às suas familias) Membros da milicia assaltam o banco, mas quando subtraem os cheques que lhes deviam ser destinados verificam que os valores que o Partido FM recebe é na realidade muito superior àquilo que habitualmente recebem.
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As forças de segurança, a policia do Líbano atacam os apartamentos da Fateh-al-Islam em Trípoli; o ataque correu-lhes mal e viram-se forçadas a chamar o Exército. Numa hora a FAI começou as represálias contra soldados e civis desencadeando o massacre. Como continuaram a não lhes pagar lutam agora contra o Exército, que não se dá conta de estar a ser vítima da conspiração do Clube Welch.
(Dos desenvolvimentos e previsões pode ler mais aqui, traduzido em castelhano)
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