“Não há economia, nem riqueza, nem nada sem educação. E nesse particular Portugal é o maior fracasso europeu”
João Paulo Guerra, Diário Económico
Por mais disfarces e conversas de chacha que nos queiram enfiar pelo televisor adentro, tudo aquilo que nos está socialmente a acontecer (aliás como tudo o que já nos tinha acontecido antes) é copiado a papel químico daquilo que acontece por pré-determinação dos políticos que tomam o poder na pátria dos nossos aliados seculares, primeiro a Grã-Bretanha, depois oriundo d`“a mãe de todas as democracias”, os Estados Unidos. É assim - quem tem mentalidade de serviçal jamais se poderá declarar auto-suficiente - dependerá sempre do grau de prosperidade em que se encontrar a casa dos patrões.
“Toda a gente tem um objectivo na vida. Talvez o vosso seja ver televisão”
(David Letterman, comediante norte-americano)
Com o alastrar da mancha de óleo do movimento neoconservador que pretende privatizar todos os aspectos da sociedade americana, surgiu ex-acquo uma campanha macissa, bem estruturada e melhor organizada destinada a desacreditar e destruir tudo o que seja “educação pública”. O chavão publicitário da campanha de marketing neocon (NCLB) é um mimo de contra-informação, ao afirmar: “No Child Left Behind” (nenhuma criança será deixada para trás).
Não há nenhuma explicação para o impossível, para as condições de destruição que o programa impõe às escolas públicas. A aplicação das novas regras acaba literalmente com século e meio de experiência acumulada em cada escola pública, embora o sistema, como todos reconhecem em qualquer parte do mundo, possa sempre ser aperfeiçoado corrigindo sistematicamente eventuais erros, afinal como tudo na vida – apesar das insuficiências, de qualquer forma este era o sistema com maior sucesso e o mais inclusivo que o mundo jamais conheceu. Porquê mudar? – por via dos lucros dos promotores que satisfazem os desejos dos lobies da mudança.
“Muitos profissionais do ensino superior estão a deixar de ensinar ou estão a pedir a reforma antecipada, para evitar o seu envolvimento em aspectos legais que os obrigam a ensinar , apesar de ser impossível continuar a dar aulas salvarguardando os legítimos interesses dos seus alunos”, conclui Ken Goodman no ensaio “Saving Our Schools”, onde descreve factos alarmantes sobre o programa oficial “Nenhuma Criança será deixada para Trás”
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