por Knut Mellenthin (publicado no MRZine)
A resposta russa à agressão da Geórgia contra a Ossétia do Sul tem sido o tema central dos Media esta semana, enquanto é pouco ou nada noticiada a tragédia humana no noroeste do Paquistão que provavelmente não terá menos significado politico.
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Muitos deixaram para trás os seus haveres e lavras porque as “forças de segurança” na sua campanha contra suspeitos de insurgência, têm repetidamente usado armas de artilharia pesada, helicópteros e aviões de combate contra pequenos aldeamentos. Somada a esta situação tem havido expulsões sistemáticas de habitantes de povoações. Planfetos são lançados de helicópteros apelando ás pessoas para evacuarem de imediato determinadas áreas. Os panfletos contêm instruções detalhadas da forma como devem proceder para que não haja falhas no cumprimento sem riscos dos “ataques letais das forças de segurança”: Nenhum veículo poderá andar depois do pôr do sol. As viaturas não devem estacionar debaixo de árvores à sua sombra: Assim que avistem um helicóptero todos os ocupantes devem sair dos seus veículos com as mãos no ar. Todos aqueles que não tenham recebido panfletos ou que não saibam ler – a maioria da população nessa área – enfrentará perigo mortal. Os raides aéreos intimidatórios sobre as colunas de carros de refugiados não acontecem por acaso, e por isso muitas familias optam por fugir a pé. Todas as pessoas que fogem deixam de receber abastecimentos e ajudas sanitárias. Dezenas de milhar dormem fora das suas casas.
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Estas acções militares não podem ser efectiva e apropriadamente descritas sem observar o propósito da campanha de “guerra contra o terrorismo” desencadeada pela coligação militar Estados Unidos/NATO. Embora sejam levadas a cabo por forças nacionais a função essencial destas acções é demonstrar a Washington, cujas pressões sobre Islamabad são cada vez mais e mais agressivas, que as coisas estão sob controlo e que não existem razões para uma intervenção dos EUA no Paquistão
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