Pesquisar neste blogue

segunda-feira, junho 01, 2009

“(...) na nomenklatura ocidental sabe-se agora muito bem o que acontece para termos de pagar a peso de oiro alimentos saudáveis.
No período que antecedeu imediatamente a revolução de 1789, são conhecidos vários levantamentos populares na sequência de tentativas, na altura moderadas, de falsificação do pão: os atrevidos autores de tais experiências foram conduzidos à forca antes de terem podido explicar as suas razões. Nessa época, e durante todo o século XIX, a falsificação era praticada pelo retalhista, de forma marginal e artesanal: ainda não incluía a origem da produção dos alimentos, o que só veio a acontecer, com os meios criados pela indústria moderna, a partir da guerra de 1914, o inicio de todo o ersatz. Ma altura isso desencadeou uma justa ira. Outros tempos, outros costumes; ou, dito de outra maneira, os benefícios que a sociedade de classes extrai de um pesado equipamento espectacular feito de máquinas e de pessoas pagam agora plenamente os gastos inevitáveis para fazer acompanhar o processo do seu complemento indispensável: o esvaziamento das mentes. Foi assim há cerca de dez anos quando o pão desapareceu da Europa, substituído em quase toda a parte por pseudo-pão (farinhas não utilizáveis na panificação, leveduras químicas, fornos elécrticos). Um movimento tão traumatizante como este não desencadeou qualquer movimento de protesto. (1)

De certo modo as pessoas hoje são preparadas industrialmente, ao anuírem em consumir toda a espécie de bagunça produzida industrialmente e processada através das grandes superfícies comerciais.
Muita da informação que flutua no ar acerca da alimentação saudável não passa de pura propaganda das empresas de processamento e distribuição de alimentação industrial. No meio do oceano algumas pequenas boas intenções perdem-se, são excomungadas.
"The Real Food Channel" alerta para a existência de um consenso científico acerca do que constitui uma alimentação saudável adequada aos seres humanos, não existindo nada de terrivelmente complicado na criação de uma dieta salutar, livre de marcas de confecção artificial, um óptimo antídoto para o estilo de vida tóxico de centro comercial. Como disse Brecht: “tudo pertence a quem o melhore” e embora os Belmiros, Chamartins e Afins não apreciem sobremaneira o desiderato, o acto de comprar comida é ainda largamente uma opção sob controlo pessoal. Este vídeo é um pequeno excerto do documentário Processed People de Jeff Nelson.



(1) in “Enganar a Fome”, atribuído a Guy Debord
.

Sem comentários: