nas televisões soam os zumbidos dos mensageiros da noticia que “a crise vai durar alguns anos”; lê-se o nobel Paul Krugman (na obra de 1999) “o Regresso da Economia da Depressão e a Crise Actual” e, sem novidade, acha-se tudo normal, excepção feita a um certo clima de banditismo que paira no ar ao abrigo de uma estranha sensação de impunidade,
Hoje em dia tem vindo a ser recorrente apresentar a acção governativa de Franklin Delano Roosevelt como um modelo para Obama. Uma das frases chave da era de falências generalizadas que precedeu a aplicação do programa do New Deal versava as actividades dos grandes Banqueiros que subrepticiamente minavam todo o aparelho do Estado (para não exagerar, não se diz da “democracia” que os EUA nunca foram, excepto nos sonhos dos fundadores). Com a economia e a banca praticamente tomadas de assalto por grupos de gangsters e com as instituições a limitarem-se gerir as consequências, o homem de rua inquiria: “Quem é que precisa da Máfia quando temos o Congresso?" – é muito oportuno lembrar isto, agora quando Nassim Taleb, o autor do sucesso de vendas “O Cisne Negro” afirma taxativamente que “Tudo o que rodeia Obama está podre!”, o que aliás não é nenhuma descoberta: mantendo-se a mundivisão capitalista não poderia ser de outro modo! – para ler no IOnline: "O verdadeiro Madoff é o sistema financeiro”
Thriller
“Há quem se recorde que depois dos Estados Unidos terem entrado na II Grande Guerra, o presidente Roosevelt que era popularmente conhecido pelo “Doutor New Deal” (traduzindo livremente, “Novos Negócios”, “Novas Oportunidades”) se começou a auto apelidar mais apropriadamente de “Doutor-Ganha-a-Guerra”. O seu propósito era, através de uma metáfora, deixar claro ao homem de rua certas mudanças de política que eram requeridas pelas novas circunstâncias. Mas a figura de estilo na retórica realmente foi mais fundo do que ele pretendia. O doente capitalismo norte-americano estava realmente muito enfermo. Nos últimos dez anos do “Doutor-Novo-Negócio” os “Novos Contratos” mantiveram-no vivo, mas não por muito mais tempo. O “Doutor Ganha-a-Guerra” fez muito melhor, ou pelo menos aparentou fazê-lo; e quando ele se retirou de cena em 1945 parecia que uma completa e pacífica retoma tinha sido encontrada. Mas não por muito tempo. Em meia dúzia de anos o “Doutor Guerra-Fria” tomou o comando e sacrificou os métodos do seu predecessor. O resultado de novo pareceu bom – por um breve período de tempo. Mas estamos agora a chegar ao ponto onde cada vez mais pessoas podem ver que os remédios administrados pelo “Doutor Guerra-Fria” a longo prazo matam mais que a cura. Virá o tempo em que um novo “Doutor” será preciso. Afortunadamente, ou desafortunadamente, só há um disponível nas redondezas, o nosso velho amigo “Doutor-Novo-Negócio”, que não tem encontrado emprego desde 1941”
Leo Huberman e Paul M. Sweezy, há 50 anos, na edição de Junho de 1959 da Monthly Review
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