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segunda-feira, junho 22, 2009

Mais? queres mais Oliver?

"o fluxo de capital estrangeiro nas economias mais frágeis (leia-se, nas abertas, desregulamentadas e dependentes) deverá cair 48,7 por cento; segundo o Banco Mundial espera-se uma contracção de 2,9 por cento no PIB mundial" - a habilidade na forma como se apresenta a "notícia" de hoje no Público consiste em esconder que as fronteiras da pobreza não se medem hoje pelas linhas de demarcação nacionais, mas sim pela redistribuição dos produtos segundo as classes sociais. (segundo a Ong “Feeding Americauma em cada cinco crianças no Estado do Missouri de hoje passam fome). De Thomas Jefferson, quando dizia em 1800 e picos: “Não se pode acreditar em nada do que se escreve num jornal. Mesmo que se trate de uma verdade, ela torna-se suspeita apenas pelo facto de ser dita num veículo poluído” chegamos a Tom Waits, aquele rocker inestético de voz rouca que no século XXI costuma perguntar à malta: “digam-me, como escolhe Deus entre os crentes que lhe rezam para sair da merda, aqueles que Ele recusa?



Lendo, pela mão da indústria cinematográfica nas entrelinhas deste clássico da literatura universal, como se pode desmistificar a função de um predador quando este se mascara da mais nobre função de teu protector? claro, se insistires, o predador mais tarde ou mais cedo acabará por te comer. Nunca te esqueças da lição de Adam Smith nos primórdios do liberalismo, agora que pagas exorbitantemente por tudo o que precisas para a tua subsistência básica: “quando a terra se converte em propriedade privada, os senhores da terra adoram rapinar até onde eles nunca sonharam... reclamar rendas até sobre os produtos naturais”.

Por exemplo, lendo os números da dívida das regiões pobres e reportando-nos apenas ao caso mais recente do Líbano, este “país” em 2005 foi obrigado a dedicar 52 por cento do seu Produto Interno Bruto ao reembolso da dívida externa, enquanto apenas 23,1 por cento são destinados à Educação e ao ministério da Saúde em conjunto.
Neste último dia 5 de Junho, com os jornais enfiados de cabeça na areia, realizou-se em Genebra a 11ª sessão do Conselho para os Direitos Humanos, onde um reputado perito apresentou à ONU e às agências acreditadas um relatório independente exigindo e incentivando todos os cidadãos a reclamar auditorias sobre as dívidas externas dos seus paises. O Banco Mundial recusou-se a participar, (o mesmo que representa Fagin aos cabeçalhos do Público) mostrando desinteresse (uma situação que se arrasta desde o 1º relatório em 1977) por assuntos que envolvam qualquer relação com “direitos humanos” na área económica. Mas o relatório de Cephas Lumina agora apresentado insiste na evidência que "existe um vínculo claro entre as dívidas externas e os Direitos Humanos" e propõe um novo marco conceptual para compreender essa relação.

Um jogo diabólico

Voltando aos heróicos tempos de Jefferson e da constituição revolucionária dos Estados Unidos contra o colonialismo britânico a partir de 1776 - dizia-se então que era preciso não esquecer que todos os homens sem propriedade aspiravam sempre mais a tornarem-se ricos que a enfrentar a realidade de continuarem pobres. Talvez por isso se fale agora insistentemente no vira casacas "social democrata" Luis Inácio "Lula" da Silva para a presidência do Banco Mundial
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