a multinacional Pescanova acabou de inaugurar no día 20 de Junho em Mira (na região costeira centro) uma aquacultura de criação de rodovalhos, uma fábrica de pescado de aviário para sermos mais exactos, que passa, como é habitual porque é em Portugal, por ser a maior do mundo: 82.000 hectares no limite mínimo permitido de 500 metros da costa - um empreendimento à altura de craques como a Nestlé, Monsanto ou Exxon noutros sectores, ou das “grandes obras de engenharia” de José Sócrates, como acontece com cada fábrica que cria o poderoso grupo - a Pescanova não é um modelo é um desastre!. Este tipo de instalações tem impactos devastadores no meio ambiente e nas populações locais. No Senegal, por exemplo, este modelo eliminou em 15 anos a pesca artesanal local, e com ela o principal meio de obtenção de proteínas nesta região de África.
A citada instalação em Mira começou a ser construida quando, em 2007, o governo regional da Galiza, então compartilhado pelo PSOE e pelo BNG (Bloque Nacionalista Galego), decidiu não permitir à empresa criar mais uma nova fábrica no Cabo Touriñán num espaço protegido da Rede Natura 2000. O plano sectorial de aquicultura que havia sido aprovado no tempo do PP – em plena campanha eleitoral – criava dezenas de instalações de fabrico de rodovalhos nestas áreas protegidas, a maioria das quais em zonas da costa atlântica em estado completamente virgem.
A reacção do Grupo Pesqueiro que é presidido a partir de Vigo pelo empresário Manuel Fernández de Sousa foi imediata: “Se não autorizam, nós vamos para Portugal”, o que dito na Galiza representa neste contexto o Terceiro Mundo da Europa, pois trata-se da mesma ameaça que é sempre feita quando os empresários de diversos sectores são confrontados com as lutas dos trabalhadores pelos seus direitos. A deslocalização está no ventre do dragão capitalista.
O bom destes negócios é que o povo contribuinte paga! e os decisores comem opiparamente dos trocos que sobram dos lucros das multinacionais. Simplesmente é este o grande interesse nas grandes obras e investimentos numa economia aberta.
Segundo a organização ecologista galega “Adega”, o Estado Português entregou à Pescanova – por aquilo que se sabe - 45 milhões de euros em subvenções públicas directas – sem contar com as subvenções indirectas para melhorias tecnológicas, infraestruturas de distribuição, vantagens fiscais, etc. – dos 140 milhões de euros do total do projecto.
Tudo, segundo a empresa, para criar cerca de 200 postos de trabalho (no começo prometiam mais de 1000), ainda que por toda a costa galega se possa constatar que este tipo de fábricas não podem empregar mais de 50 pessoas. Ainda assim, fazendo um cálculo rápido, resulta que cada posto de trabalho custou aos cofres públicos portugueses nada menos que 225.000 euros, o que é o mesmo que dizer que Portugal pagará com dinheiro público o salário completo dos trabalhadores da Pescanova – um valor estimado de 15.000 euros por ano – durante 15 anos.
À cerimónia de inauguração presidiram o primeiro-ministro José Sócrates e o comissário europeu Joe Borg mas nenhum jornalista lhes deu o recado: assim, com contratos destes, qualquer um estabelece um negócio.
fonte:
"A piscicultura de Mira, é uma fraude à lei; a de Touriñán um insulto á cidadania!"
- esta informação foi censurada na imprensa da Galiza; mas está disponivel em organizações de propaganda das indústrias do mar de pesca e criação intensiva como a FIS
* Outro caso célebre de infracção à legislação ambiental na "grandiosa campanha de alcatroamento do país"
* o que disse a imprensa sobre o assunto, não necessariamente ligando cabeça e rabo da frase: Maria José Santana, no Público "Dia de festa (...) em empreendimento edificado na área da Rede Natura 2000"
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Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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sexta-feira, junho 26, 2009
a Pescanova cria peixes de plástico à custa do Erário Público
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1 comentário:
¿panga? ¡que lo coma zapatero.....!
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