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terça-feira, junho 23, 2009

Para o ano que vem em Brasília, em Washington e no Inferno da selva















1. O mandato do actual presidente Lula termina em 2010. E como se falou aí atrás na nomeação de Lula como próximo Director do Banco Mundial, convém dar um exemplo da isenção e ética dos novos tempos - José Dirceu, o principal arguido no escândalo de corrupção que ficou conhecido por “Mensalão”, é o indigitado responsável do Partido dos Trabalhadores para dirigir a campanha presidencial da sucessora de Lula, Dilma Roussef, também conhecida como "josé dirceu de saias" ou Condolezza Rice galega que é a actual toda poderosa Ministra da Casa Civil da Presidência. Se a candidata for derrotada e lhe suceder uma alternativa da direita neoliberal pura e dura, quanto pior melhor.
2. José Vicente Rangel da cadeia de televisão privada venezuelana Televen acaba de denunciar no programa “Confidenciales” que existem evidências que a Agência Central de Informações (CIA) montará uma secção regional em São Paulo, logo após o final do mandato de Luiz Inacio Lula Da Silva de onde comandará as operações (“especiais” como é habitual) que abranjam toda a América do Sul, “especialmente” a Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina.

a última Crise Capitalista e os Muros nas Favelas

3. E é pelos caminhos ínvios da corrupção das elites, da guerra social de baixa intensidade e das ditaduras do capital assassino, que chegamos a um personagem como Marcos Willians Herbas Camacho, um jovem nascido em 1968 que se encontra preso numa cadeia de São Paulo. Celebrizado como “o Marcola” é o suposto dirigente da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Marcola não é sociólogo ou politólogo, tão pouco analista ou jornalista, mas a entrevista que deu a Arnaldo Jabor para o jornal “O Globo” em Maio é impressionante.
P – você é do PCC?
Marcola – mais que isso, eu sou um sinal dos novos tempos. Vocês nunca me viram durante décadas… e antigamente era fácil resolver o problema da miséria. O diagnóstico era óbvio: migração rural, desníveis de rendimentos, poucas favelas, periferias ralas. Mas a solução nunca chegou. ¿que fizeram? Nada! O governo federal alguma vez nos destinou um programa?. Nós só apareciamos nos desmoronamentos dos morros, ou nas canções românticas sobre a “beleza dos morros ao amanhecer” esse tipo de coisas…
Agora estamos ricos com a multinacional do polvo; e vocês estão a morrer de medo… Nós somos o início tardio da vossa consciência social… ¿Viste? Sou culto… leio Dante na prisão: “Lasciate ogni speranza voi che entrate! Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno". (mais adiante Marcola afirma ter lido centenas de livros e sentir-se ali mais livre e protegido que cá fora. Sem prejuízo para o negócio).
P – e qual seria a solução?
Marcola - ¿Solução? Já não há solução, tanso... A própria ideia de “solução” já é em si um erro. ¿Já viste o tamanho das 560 favelas do Río? ¿E já andaste e viste de helicóptero as periferias de São Paulo?
¿ Solução como?


(a entrevista no seu todo é imperdivel. Pode ser lida aqui)
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